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Economia

Energia

- Publicada em 26 de Abril de 2023 às 15:49

ABGD projeta 2024 como ano da maturidade do mercado de geração distribuída

18º Fórum GD Sul acontece até hoje no BarraShoppingSul, na Capital

18º Fórum GD Sul acontece até hoje no BarraShoppingSul, na Capital


EVANDRO OLIVEIRA/JC
Depois de passar por uma nova mudança regulatória em janeiro, com a vigência da Lei 14.300, o setor de geração distribuída (em que o consumidor produz sua própria energia, prática muito difundida através da instalação de sistemas solares fotovoltaicos) prevê sua consolidação a partir do próximo ano. “Acho que o final de 2024 vai mostrar para gente o número concreto, real, desse mercado”, aposta o presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), Guilherme Chrispim.
Depois de passar por uma nova mudança regulatória em janeiro, com a vigência da Lei 14.300, o setor de geração distribuída (em que o consumidor produz sua própria energia, prática muito difundida através da instalação de sistemas solares fotovoltaicos) prevê sua consolidação a partir do próximo ano. “Acho que o final de 2024 vai mostrar para gente o número concreto, real, desse mercado”, aposta o presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), Guilherme Chrispim.

O dirigente participou nesta quarta-feira (26) do 18° Fórum GD Sul, que será realizado até esta quinta-feira (27), no BarraShoppingSul, em Porto Alegre. Ele recorda que 2012 é considerado o nascimento da geração distribuída no País, quando foi implementada a resolução 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabelecendo as regras quanto à micro e mini geração distribuída. Depois disso, levou cerca de cinco anos para o segmento chegar a um patamar de 300 MW instalados. De 2017 para cá, o setor “deu um salto” passando de 20 mil MW (o que representa em torno de cinco vezes a demanda média de energia do Rio Grande do Sul). Esse crescimento desfreando deverá ser mais comedido a partir do próximo ano.
As novas regras do setor, com a Lei 14.300, significaram o aumento do payback (tempo de retorno do investimento) da compra do sistema fotovoltaico (passou de uma média de quatro anos para quatro anos e meio ou cinco, dependendo da região e da distribuidora de energia local, calcula o representante da ABGD). “Mas, a geração distribuída continua sendo um excelente negócio da perspectiva financeira, ambiental, de segurança e contexto global. As pessoas e as empresas vão permanecer olhando para esse sistema como uma solução”, afirma Chrispim.
O dirigente detalha que há atualmente demandas represadas, pedidos feitos antes das novas regras do segmento começarem a valer e que estão sendo realizados agora, ou seja, contratos firmados em 2022, mas que os sistemas fotovoltaicos começaram a ser instalados neste ano. Esse cenário contribuiu para que entre 1o de janeiro e 26 de abril de 2023 fossem instalados cerca de 2,45 mil MW em nova capacidade de geração distribuída no Brasil, o que representa um incremento de aproximadamente 20% em relação ao mesmo período de 2022. Para este ano, a ABGD já projetou que possa se chegar a um acréscimo total de, no mínimo, 7 mil MW, contudo Chrispim não descarta a possibilidade de atingir cerca de 9 mil MW.
Já a partir de 2024, o dirigente vê uma perspectiva de acomodação do mercado, com um crescimento anual de aproximadamente 6 mil MW. Ele salienta que a mudança da regulamentação implica ajustes e entendimento. Além disso, há outros fatores que afetam a economia como um todo, como o começo de um novo governo e uma taxa de juros elevada.
O representante da ABGD ressalta que em 2021 cerca de 56% dos equipamentos dos sistemas fotovoltaicos foram financiados e no ano passado esse percentual caiu para 22%. Chrispim explica que esse cenário ocorreu, basicamente, pela maior taxa de juros e alguma restrição ao crédito. “Porém, o mercado está amadurecendo, um movimento natural, e a gente vai continuar crescendo, mas com números mais racionais”, estima o presidente da ABGD.