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Publicada em 05 de Agosto de 2025 às 18:45

Cors comemora a consolidação da ópera no Estado com festival no Multipalco

Cors apresenta primeira edição do 'Festival TriÓpera' e homenageia o maestro Frederico Gerling Jr., no Teatro Simões Lopes Neto

Cors apresenta primeira edição do 'Festival TriÓpera' e homenageia o maestro Frederico Gerling Jr., no Teatro Simões Lopes Neto

Vitória Proença/DIvulgação/JC
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Adriana Lampert
Adriana Lampert Repórter
Celebrando seus três anos de atividades, a Companhia de Ópera do Rio Grande do Sul (Cors) será a atração do Teatro Simões Lopes Neto (rua Riachuelo, 1089) a partir desta sexta-feira (8), quando, às 20h, ocorre a sessão de abertura da primeira edição do Festival Triópera. A programação segue até domingo (10), destacando os três pilares de atuação da Cors: formação, programação e circulação. Os ingressos custam entre R$ 50,00 e R$ 150,00 e estão à venda pelo site do Theatro São Pedro.
Celebrando seus três anos de atividades, a Companhia de Ópera do Rio Grande do Sul (Cors) será a atração do Teatro Simões Lopes Neto (rua Riachuelo, 1089) a partir desta sexta-feira (8), quando, às 20h, ocorre a sessão de abertura da primeira edição do Festival Triópera. A programação segue até domingo (10), destacando os três pilares de atuação da Cors: formação, programação e circulação. Os ingressos custam entre R$ 50,00 e R$ 150,00 e estão à venda pelo site do Theatro São Pedro.
Desde a sua fundação, a Cors (que conta atualmente com 70 membros) já realizou 47 apresentações de 17 espetáculos distintos em 13 cidades gaúchas. "É muita coisa para um período de três anos. Criamos uma média de seis novos espetáculos por ano", observa o presidente da Companhia, Flávio Leite. Ele ressalta o sucesso de público, com ingressos esgotados rapidamente em todas as apresentações não somente na Capital, mas também no Interior. "Em Pelotas e Passo Fundo, especialmente, temos um público cativo, que lota os teatros", pontua.
Ainda segundo o presidente da Cors, a Companhia busca aproximar o público da ópera por meio de espetáculos com legendas e diálogo com outras formas de arte como o teatro, a dança, as artes visuais e o cinema. Leite menciona que a estratégia tem atraído todas as gerações, inclusive crianças e adolescentes. A Companhia ainda usa de projeções e video mapping para tornar as encenações mais contemporâneas, o que tem conquistado plateias formadas por muitos jovens. "Isso é um sinal de que estamos alcançando nosso objetivo", diz.
Na primeira noite do Festival que ocorre neste final de semana no Teatro Simões Lopes Neto, o espetáculo Vozes do amanhã revelará 11 jovens talentos formados pelo projeto Ópera Estúdio, voltado para cantores líricos e pianistas correpetidores. No repertório desta sexta-feira, o grupo irá executar composições de Mozart, Rossini, Puccini e Verdi em um concerto cênico. 
Realizado pela Cors, em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura (Sedac-RS), Fundação Ospa e Fundação Teatro São Pedro, o projeto Ópera Estúdio já formou 60 cantores líricos em três edições. "Muitos deles já conquistaram bolsas e prêmios internacionais", sinaliza Leite. Ele emenda que a união entre os projetos de formação, programação e circulação da Companhia tem permitido que "a ópera se torne um evento cultural estável" no Rio Grande do Sul. "Precisamos constantemente formar mão de obra para manter uma temporada constante e oficial na Capital. A medida que esses espetáculos viajam pelo Estado, ainda vialibilizam trabalho para o elenco também fora de temporada", afirma. Ainda segundo o presidente da Cors, o Festival Triópera materializa essa proposta em sua programação.
No segundo dia do evento (sábado - dia 9), também às 20h, o gala lírica Nossas vozes, nossas óperas reunirá 15 grandes artistas da Companhia interpretando trechos emblemáticos das dez óperas montadas pela Cors nesses três anos, como A flauta mágica, Carmen, Cavalleria rusticana, A Viúva Alegre, Turandot, entre outras. Para fechar a celebração, às 18h de domingo o Festival apresenta o  concerto Todas as vozes, com solistas e coro lírico da Cors e a participação especial do coro da Sociedade Pelotense Música Pela Música (com 56 integrantes), regidos por Sérgio Sisto. A montagem que contará com um coro de quase 80 pessoas será o ponto central desta primeira edição do evento, homenageando o centenário do maestro Frederico Gerling Jr., regente titular do Coral e da Orquestra Filarmônica da Pucrs e criador da série Concertos Comunitários Zaffari, que se tornou uma referência cultural no sul do País. 
Leite observa que Gerling "foi um grande entusiasta da ópera no Rio Grande do Sul, mantendo ela viva durante 40 anos". "Ele fazia muito esse repertório de grandes coros de óperas em seus espetáculos", recorda. Ele foi meu primeiro professor de canto, eu nasci nessa profissão através dele, e sempre tive o exemplo dele como grande empreendedor da ópera. Ele fazia as realizações sem nenhum apoio, somente por vontade e, digamos, por teimosia", afirma o presidente da Cors. Segundo Leite, o maestro (falecido em 2010) também "dava muitas oportunidades" para jovens cantores do Estado. "Se não fosse o trabalho dele, provavelmente a Cors não existisse, muitos de nós tivemos a oportunidade de ver e participar de óperas graças ao seu trabalho na Pucrs."
Frederico Gerling Jr. iniciou sua trajetória musical aos 13 anos, em um coral de igreja. Nascido em Jaraguá do Sul (SC), ele atuou em diversas cidades brasileiras, como Curitiba e Recife, antes de se mudar para Porto Alegre nos anos 1970. Na capital gaúcha, fundou o Liceu Riograndense de Artes Líricas e a Associação Lírica Porto-Alegrense. Como diretor do Instituto de Cultura Musical da Pucrs, foi responsável por dezenas de montagens de óperas. "Ele sempre fazia uma ou duas montagem por ano", afirma Leite. Segundo o presidente da Cors, a Companhia é, em maior escala, uma continuação do trabalho do maestro, pois nos últimos anos organizou a classe de cantores líricos do Estado, que antes era desunida.
Por conta de seu desempenho de sucesso e produção constante, a Cors tem atraído também a atenção de teatros e imprensa de todo o País, destaca Leite. Em vista disso, a Companhia vai sediar o Ópera em Pauta, um evento anual que reúne profissionais e entusiastas da ópera no Brasil para discutir o setor, alinhar estratégias e trocar experiências. "Nesta edição, teremos diversas lideranças do setor que virão ao Estado para conhecer mais de perto o trabalho que estamos desenvolvendo no Rio Grande do Sul". O dirigente revela, ainda, que a Companhia já está em contato com outras casas de ópera para entrar em um circuito de circulação nacional, trocando produções entre os estados.

No Festival deste final de semana, além dos concertos, o público também poderá contemplar uma mostra com figurinos e adereços utilizados nas grandes montagens da Cors desde sua fundação, que ocupará o foyer do Multipalco Eva Sopher. Com curadoria Leite e montagem de Paula Schwartz, a exposição é uma oportunidade para as pessoas conhecerem de perto os detalhes de cada produção. 






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