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Publicada em 28 de Julho de 2025 às 18:54

De clássicos a homenagens, Marina Lima emociona Porto Alegre com show nostálgico

A cantora carioca se adonou do palco do Opinião no último sábado (26) e emocionou com homenagem especial a Preta Gil

A cantora carioca se adonou do palco do Opinião no último sábado (26) e emocionou com homenagem especial a Preta Gil

TÂNIA MEINERZ/JC
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Amanda Flora
Amanda Flora Repórter
Era por volta das 20h30min quando a banda subiu ao palco do Bar Opinião, anunciando com acordes e imagens o início de uma noite dedicada à celebração de uma trajetória musical de 45 anos. No telão, um vídeo-documentário costurava trechos de músicas, fotografias, vídeos e depoimentos que traçavam a rota artística de Marina Lima no mundo das artes. O público? Já estava em estado de encantamento. Ela, Marina, entrou como quem já conhece os passos a seguir.
Era por volta das 20h30min quando a banda subiu ao palco do Bar Opinião, anunciando com acordes e imagens o início de uma noite dedicada à celebração de uma trajetória musical de 45 anos. No telão, um vídeo-documentário costurava trechos de músicas, fotografias, vídeos e depoimentos que traçavam a rota artística de Marina Lima no mundo das artes. O público? Já estava em estado de encantamento. Ela, Marina, entrou como quem já conhece os passos a seguir.
Ao som de Charme do Mundo, uma verdadeira declaração de paixão pela vida, do álbum Certos Acordes, de 1981, Marina Lima estreou a turnê Rota 69 em Porto Alegre. Não como plateia, mas como cúmplice de uma história compartilhada, o público, fiel e emocionado, acompanhou em coro cada verso da faixa que tira o mundo para dançar.
Ao som de Charme do Mundo, a carioca Marina Lima subiu ao palco do Bar Opinião | TÂNIA MEINERZ/JC
Ao som de Charme do Mundo, a carioca Marina Lima subiu ao palco do Bar Opinião TÂNIA MEINERZ/JC
No decorrer da noite, Marina percorreu uma linha do tempo afetiva, costurada por sucessos próprios das décadas de 80 e 90, e homenagens a artistas que ajudaram a moldar sua identidade sonora. Em canções como Acho Que Dá, O Lado Quente do Ser e Na Minha Mão ela deu um tom lado B à apresentação. Ela também apresentou suas versões clássicas de Me Chama, do Lobão, a provocativa Mesmo Que Seja Eu, de Erasmo Carlos, o suingue de Beija-Flor, do Timbalada, e até mesmo uma leitura surpreendente de Lunch, da norte-americana Billie Eilish, que mostrou a disposição da cantora em dialogar com novas gerações.
Nesse momento, inclusive, um grupo de fãs subiu ao palco enquanto ela cantava um medley que iniciava com sua versão de Lunch e fechava com Mesmo Que Seja Eu. Vestida de um sobretudo preto, a carioca seduziu quem a ouvia cantar os versos “você precisa de um homem para chamar de seu, mesmo que este homem seja eu”.
Um dos destaques do show foi o mashup de Lunch com Mesmo Que Seja Eu  | TÂNIA MEINERZ/JC
Um dos destaques do show foi o mashup de Lunch com Mesmo Que Seja Eu TÂNIA MEINERZ/JC
Os momentos mais intensos vinham quando as palavras se tornavam íntimas. Difícil e o cover da música Preciso Dizer Que Te Amo, de Cazuza, fizeram o tempo parecer suspenso. E em canções como Fullgás e À Francesa, o Bar Opinião virou uma balada oitentista brasileira, com o público no puro êxtase, num misto de nostalgia e celebração de uma época que não volta mais.
De repente, um breve silêncio se instala no palco, um divã é posicionado ao fundo. Em direção ao telão. Marina assiste junto do público um vídeo onde a voz de seu irmão, Antônio Cícero — falecido em 2024 —, preenche cada espaço da casa lotada. Todos em silêncio, testemunhando a declaração de amor dos dois irmãos que produziram juntos as músicas que embalaram a vida de muitos ali.
"A minha vida tem um garoto chamado Cicero", diz ela. "A minha vida tem uma menina chamada Marina/ ela é a cobra do meu paraíso/ ela é a dobra do meu paraíso", declara ele, em vídeo.
Ao longo do setlist — que somou mais de 30 músicas — Marina mostrou por que continua sendo uma figura única no cenário da música. Com presença magnética e voz madura, ela reafirmou seu domínio sobre os palcos, agora mais à vontade do que nunca. “Eu sempre fui mais feliz fazendo discos, dentro dos estúdios, eu não gostava de fazer shows. Mas o Rota 69 mudou isso. Hoje me vejo feliz e conectada com o público, e adorando fazer shows!”, ela declarou em entrevista ao Jornal do Comércio. O show de sábado (26) foi a prova viva disso.
 Fullgás e À Francesa, tranformaram o Bar Opinião numa balada oitentista brasileira | TÂNIA MEINERZ/JC
Fullgás e À Francesa, tranformaram o Bar Opinião numa balada oitentista brasileira TÂNIA MEINERZ/JC
Na hora do bis uma homenagem mais que especial. Marina voltou ao palco vestida com uma camiseta estampada com o rosto de Preta Gil. A prima da cantora carioca faleceu no dia 20 de julho, vítima de um câncer. Com a plateia entoando o nome da filha de Gilberto Gil, Marina declarou: “Minha prima Preta foi um cometa que passou pela gente”.
A imagem da camiseta era um frame do clipe de Criança, que Preta participou na beira da praia. Eu Te Amo Você foi cantada no formato acústico junto da banda e na confessional Nada por Mim, o show voltou com força total. Foi bonito assistir o público entoar os ressentidos versos: “Você me tem fácil demais/ Mas não parece capaz/ De cuidar do que possui”.
Homenageando Preta Gil, ela disse: “Minha prima Preta foi um cometa que passou pela gente” | TÂNIA MEINERZ/JC
Homenageando Preta Gil, ela disse: “Minha prima Preta foi um cometa que passou pela gente” TÂNIA MEINERZ/JC
Marina encerrou a apresentação com uma homenagem à rainha do rock Rita Lee, ao som de Nem Luxo, Nem Lixo. E a última faixa, foi Uma Noite e ½ que agitou o palco com a baladinha que suplica a chegada do verão. E por falar em verão, o que mais teve nesse show foi o calor. Da Marina, do público e da música.
Em resumo ao leitor e à leitora, a turnê Rota 69 não é apenas uma comemoração de carreira: é um reencontro com o público e com a própria Marina, que parece ter encontrado um novo prazer em se apresentar ao vivo. Em Porto Alegre, o reencontro foi caloroso, e, acima de qualquer coisa, verdadeiro. Uma rota de memórias que deixou marcas e vontade de seguir viagem junto da artista
A apresentação do Rota 69 é um reencontro com o público e com a própria Marina | TÂNIA MEINERZ/JC
A apresentação do Rota 69 é um reencontro com o público e com a própria Marina TÂNIA MEINERZ/JC

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