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Publicada em 19 de Junho de 2024 às 16:28

Fundação Iberê reabre as portas com oficinas e exposições gratuitas

Instituição interrompeu funcionamento externo por quase 30 dias por conta das cheias do Guaíba; programação de retomada inclui oficinas e exposições gratuitas

Instituição interrompeu funcionamento externo por quase 30 dias por conta das cheias do Guaíba; programação de retomada inclui oficinas e exposições gratuitas

GUILHERME FRELING/ARQUIVO/JC
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Adriana Lampert
Adriana Lampert Repórter
Nesta quinta-feira (20), a Fundação Iberê (av. Padre Cacique, 2.000) reabre para o público, ofertando uma programação que inclui oficinas e exposições gratuitas até o final de julho. A retomada do funcionamento externo da Instituição ocorre após quase 30 dias de portas fechadas, por conta das cheias do Guaíba, provocadas pelas fortes chuvas de maio, que abalaram todo o Estado. As visitações ocorrem de quintas-feiras a domingos, sempre das 14h às 18h.
Nesta quinta-feira (20), a Fundação Iberê (av. Padre Cacique, 2.000) reabre para o público, ofertando uma programação que inclui oficinas e exposições gratuitas até o final de julho. A retomada do funcionamento externo da Instituição ocorre após quase 30 dias de portas fechadas, por conta das cheias do Guaíba, provocadas pelas fortes chuvas de maio, que abalaram todo o Estado. As visitações ocorrem de quintas-feiras a domingos, sempre das 14h às 18h.
Localizado a quase cinco metros da orla, o prédio do espaço cultural não foi atingido pelas águas. Segundo o superintendente-executivo da Fundação Iberê, Robson Bento Outeiro, ainda assim – para evitar qualquer possibilidade de impacto direto por conta da enchente – foram tomadas ações de precaução, dentro das diretrizes do projeto Iberê Renova, implementado na Instituição em 2021. 
"Já vínhamos trabalhando com o plano de revitalização das estruturas operacionais, que inclui não somente a edificação, mas também a salvaguarda dos acervos, com manutenção preventiva e corretiva, o que nos deixou mais confortáveis", comenta Outeiro. "Obviamente, durante o período da enchente adotamos um plano de contingência – que incidiu na movimentação do acervo do subsolo para o quarto andar e no acionamento das bombas de águas fluviais, que evitaram inundações no subsolo", emenda.
De acordo com o gestor, o corpo efetivo da segurança do local foi redobrado, devido aos picos de queda de luz que deixaram a "cidade vulnerável". "Outra medida tomada para não sermos impactados com as forças das águas foi o isolamento do acesso do estacionamento com sacos de areia", destaca o superintendente-executivo da Fundação. "Infelizmente, acompanhamos o drama de muitos espaços culturais da Capital e do Estado que sofreram com inundações, a exemplo do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs)", observa Outeiro. Ele destaca que a instituição museológica pública, vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac-RS), é um dos principais parceiros do espaço cultural que resguarda mais da metade de toda a produção deixada por Iberê Camargo.  
"Mais do que nunca, estaremos de 'mãos dadas' com o Margs no processo de retomada das atividades do setor. Aquela instituição não somente já contribuiu para muitas de nossas exposições, como atualmente realiza um projeto transversal inédito com a Fundação Iberê, na parceria de algumas mostras de artistas", pontua Outeiro. Ele ressalta que também a ligação de Iberê Camargo com o Margs foi "estreita". "No Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Iberê ganhou mostras individuais, participou de inúmeras exposições coletivas e ministrou cursos", recorda. "Muitas de suas obras foram adquiridas por meio de compra, transferência e doação ao acervo do Margs, onde também existe um espaço de guarda de parte de seu arquivo pessoal, destinado por ele à instituição em 1984."
Foi também no Margs que ocorreu o velório público do pintor gaúcho, cujo nome integra a lista dos maiores artistas expressionistas do País. Esse vínculo foi um dos motes da atual parceria entre os dois espaços culturais – implementada em fevereiro, com a mostra Carlos Vergara - Poética da exuberância, dentro da programação de comemoração dos 70 anos do Museu, e que segue a partir de 27 de julho, quando abre a exposição Iberê e o Margs: trajetórias e encontros. 
Com curadoria de Francisco Dalcol e Gustavo Possamai, a mostra retrospectiva da carreira do pintor reunirá, até o dia 24 de novembro, mais de 80 obras do artista pertencentes aos acervos das duas instituições. Neste caso, haverá cobrança de R$ 10,00 por ingresso. "É um valor simbólico, que, assim como as visitações com entrada franca que antecedem essa exposição, busca impulsionar o retorno do público às galerias da Instituição", sinaliza Outeiro. 
Antes da mostra sobre o legado de Iberê Camargo, a Fundação apresenta as exposições Balanço, da artista Luciana Maas, e Paulo Pasta - Para que serve uma pintura e Eclipses, com 19 obras de Iberê Camargo com curadoria de Pasta. O público também poderá conferir o Programa Educativo da casa, que promove visitas mediadas nesta quinta-feira, no domingo (23) e no próximo sábado (29); a Oficina Caminhar da Cor, que acontece nesta sexta-feira (21), em diálogo com a exposição de Maas; a Oficina Carretel: experimentação com gravura e memória, agendada para este sábado (22); e a Oficina Contornos da Natureza, que será realizada no dia 30 (domingo). "Todas essas atividades são gratuitas e as inscrições podem ser feitas pelo site da Fundação Iberê", reforça o gestor.

Outeiro ainda chama a atenção para uma novidade, que chega junto com a programação de reabertura do espaço: a nova gestão do Café Iberê, que será assumida pelas empresárias Bianca Prenna e Adriana Rômulo de Vargas, que têm a concessão do Café do Margs. "Estamos ansiosos para ver novamente as pessoas bebendo um café ou uma espumante à beira do Guaíba, após ter passado pelas galerias da Fundação. Sabemos o quanto a sociedade gaúcha está precisando de um 'escape' neste momento, e a Cultura é um dos caminhos", diz o gestor. 
Outra novidade, segundo o superintendente-executivo é o lançamento da segunda etapa do Programa Iberê nas Escolas – que se propõe a envolver os alunos de escolas públicas com a arte – que ocorre nesta segunda-feira (24). "Nesta fase, iremos contemplar 20 crianças autistas – com idades entre 5 e 12 anos – afetadas pelas enchentes na cidade de Guaíba, com o projeto Iberê (TE.A)rte, que, utilizando a arte-terapia como ferramenta de apoio, escuta e intervenção, surge como um espaço para que elas possam expressar suas emoções, lidar com o trauma das perdas de seus lares, histórias e memórias – e incentivar a criatividade". De acordo o Outeiro, as crianças serão divididas em duas turmas, com um encontro semanal durante três meses, no Centro Educacional Integrado de Atendimento ao Autista de Guaíba, mantido pela prefeitura daquele município.

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