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- Publicada em 10 de Novembro de 2023 às 20:15

Artistas fazem homenagem em cerimônia de despedida de Zé da Terreira

Canções e salva de palmas marcaram manifestações de amigos de Zé da Terreira no cemitério

Canções e salva de palmas marcaram manifestações de amigos de Zé da Terreira no cemitério


GK/DIVULGAÇÃO/JC
“Quando eu morrer./ Não quero choro nem vela./ Quero uma fita amarela. / Marcada com o nome dela.” Os versos de Noel Rosa entoados por um coro de cerca de 100 pessoas deram início às homenagens ao músico e ator Zé da Terreira, quando seu caixão chegou ao mausoléu da Casa do Artista Riograndense no Cemitério São João, por volta das 15h desta sexta-feira (10).
“Quando eu morrer./ Não quero choro nem vela./ Quero uma fita amarela. / Marcada com o nome dela.” Os versos de Noel Rosa entoados por um coro de cerca de 100 pessoas deram início às homenagens ao músico e ator Zé da Terreira, quando seu caixão chegou ao mausoléu da Casa do Artista Riograndense no Cemitério São João, por volta das 15h desta sexta-feira (10).
Foi uma sequência de canções encadeadas uma na outra e puxadas por diferentes pessoas que participaram da cerimônia de despedida de Zé. Em comum, letras que citavam a morte – motivo do encontro em função do falecimento do artista na terça-feira – mas que também transmitiam uma mensagem de alegria, esperança, além da manifestação de uma vontade de continuidade por parte de quem estava deixando esta vida:
“Antes de me despedir. / Deixo ao sambista mais novo./ O meu pedido final./ Não deixe o samba morrer./ Não deixe acabar...” O samba de Edson Conceição e Aloísio Silva – mais conhecido na interpretação de Alcione – também foi evocado.
Os coveiros viam calados e com um misto de surpresa e curiosidade aquele grupo de pessoas em semicírculo unidas na derradeira homenagem a Zé da Terreira, instantes antes do seu enterro.
Além de músicas cantadas com o acompanhamento de palmas e alguns instrumentos musicais, uma forte salva de palmas e gritos de “Viva, Zé!” e “Viva, Zezão!” marcaram a cerimônia.
Houve ainda quem lembrasse que no túmulo ao lado, também no Mausoléu da Casa do Artista Riograndense, estava enterrado o corpo do músico Giba Giba, deixa para mais uma salva de palmas e música em um ambiente cercado de árvores e natureza – outro tema que mobilizava Zé – no cemitério na Zona Norte de Porto Alegre.

Velório também teve música e manifestações de carinho

O movimento em frente e dentro da Terreira da Tribo, na rua Santos Dumont, na Capital, onde Zé foi velado, foi intenso desde o meio da manhã até o início da tarde desta sexta-feira. Muita gente da classe artística foi se despedir, músicos com seus instrumentos, gente de bloco de Carnaval e da própria Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz - passagem tão marcante na carreira de Zé, que lhe legou o nome artístico, Zé da Terreira.
O músico e ator, que morreu aos 78 anos, foi homenageado em mensagens, canções e saudações. A música ambiente era do disco Quem tem boca é para cantar, gravado por Zé em 2002. Antes do fim do velório, uma roda foi formada em torno caixão, com artistas dançando e cantando músicas de Zé.
Foi um funeral de acordo com a alegria e as boas relações do artista ao longo de sua vida. Em conversas paralelas, eram recorrentes os comentários elogiosos ao bom trânsito de Zé em diferentes círculos, bem como seu espírito alegre. “Hoje o pessoal lá de cima está em festa”, disse uma amiga, olhando para o céu, ao imaginar a despedia de Zé.
Embora o lamento pela morte do artista também se manifestasse nos semblantes e lágrimas que escapavam dos olhos de alguns, o clima era de leveza e celebração ao artista.
 
Leia também o texto do crítico de teatro Antonio Hohlfeldt: Zé da Terreira foi alegrar outros espaços