Se o grupo Carrefour, maior varejista brasileiro, não quer mais ter supermercados da bandeira Nacional, tem rede que quer e aproveita para fazer expansão. Aos poucos, uma a uma, lojas que eram únicas em cidades de médio porte vão sendo absorvidas por supermercadistas locais do setor. Os mais recentes foram as redes SuperBom, de Imbé, Mombach, de Montenegro, e Índio, de Guaíba. Mas vem mais por aí ainda.
A coluna Minuto Varejo tem informação de que negociações estão com bom andamento, faltando apenas assinar o contrato para troca de dono do ponto comercial. Filiais do Nacional na Zona Norte, já fechadas, devem ter o mesmo destino. O grupo varejista francês decidiu extinguir a rede de vizinhança para focar nos hipermercados Carrefour, Atacadão e Sam's Club.
Unidades já foram compradas por Nicolini (11) e Viezzer, Kern, Curitibanos, Gauchão e Madi, uma cada. No Litoral, o Imec comprou pontos em Xangri-Lá e Imbé em 2024.
No Litoral, o
SuperBom Supermercados, fundado por um ex-plantador de cana e nativo de Imbé, assumiu a filial de Osório
, bem de frente para a BR-101. A conversação teve início logo após o
fechamento do Nacional no começo de agosto. A unidade será uma das maiores da rede, que chegará a
11 pontos. Detalhe: a bandeira
abriu cinco lojas somente em 2024.
"Começamos a negociar logo depois. Sexta-feira (29 de agosto) encerramos (negociação) com chave de ouro", conta o diretor da rede, Valtair Almeida. Serão abertas 80 vagas de empregos diretos. "A previsão é de abertura em outubro", adianta Almeida. "Vamos começar a repaginar a loja, buscar mão de obra e nos inserir na comunidade de Osório".
A rede acertou a locação com os donos do imóvel e comprou os equipamentos do Carrefour. Sobre a negociação, Almeida comenta que o valor do aluguel acabou se mantendo. "Não conseguimos reduzir, mas a empresa quer crescer e não podíamos perder essa oportunidade", cita ele: "Estamos em pleno crescimento". O SuperBom deve investir R$ 4 milhões para deixar a unidade no padrão da bandeira, que completará em outubro 27 anos em atividade.
O diretor da rede afirma que entrar em Osório "será um desafio". A comunidade, observa ele, é bem ligada a operações locais, mas lembra que o fundador do SuperBom é da região. "O José Reni Milanezzi dos Santos é ex-plantador de cana de açúcar e hoje é um dos grandes empresário do Litoral", define o gestor. A futura ocupante está em expansão.
Mombach e Índio são novos donos de lojas do Nacional em Guaíba e Montenegro
Mombach divulga projeto de como será a operação após a reforma da loja do Nacional
MOMBACH SUPERMERCADOS/DIVULGAÇÃO/JC
Outras duas redes bem focadas na vizinhança nas cidades onde atuam negociaram duas outras lojas do Carrefour. O Mombach Supermercados vai chegar a quatro lojas com o ponto do Nacional em Montenegro. Vai ser o Mombach Ferroviário, que abrirá em novembro. A loja ainda opera na antiga bandeira até meados deste mês.
A rede começou a falar com o Carrefour ainda em 2024. Serão contratados 40 funcionários, elevando o quadro a 60 pessoas, sendo 20 ligadas ao ex-dono. Serão investidos R$ 8 milhões para deixar a unidade no conceito da rede, adianta o proprietário José Francisco Mombach.
"A loja será a maior da marca, com mil metros quadrados de área de venda", dimensiona Mombach.
Rede com 11 lojas já fez a conversão para atender clientela guaibense
ÍNDIO SUPERMERCADOS/DIVULGAÇÃO/JC
Em Guaíba, o Índio Supermercados assumiu o Nacional. Além disso, comprou equipamentos das filiais fechadas na Capital (José de Alencar e Teresópolis). A unidade guaibense já opera sob nova gestão desde junho. São 45 empregados. O investimento foi de R$ 9 milhões, entre reforma e estoque, informa o proprietário Wagner Antonelli.
A rede tem hoje 10 estabelecimentos. A mais recente fica no Centro de Guaíba, que tem mais quatro. Outras ficam em Arroio dos Ratos (1), Charqueadas (2), Eldorado do Sul (1) e São Jerônimo (1).