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Patrícia Comunello

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Publicada em 09 de Julho de 2025 às 20:16

Carrefour foca três bandeiras e como melhorar experiência do cliente

Claudia Vilhena detalhou modelo do Sam's Club com vantagens para consumidores que se associam

Claudia Vilhena detalhou modelo do Sam's Club com vantagens para consumidores que se associam

/PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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O grupo Carrefour decidiu extinguir a bandeira do Nacional, que vem tendo unidades fechadas, vendidas ou migrando para o nome principal da maior varejista do Brasil, para justamente concentrar a operação em três grandes formatos de autosserviço. Quem explica é a diretora de marketing da companhia, Claudia Vilhena, em videocast da coluna Minuto Varejo, gravado no campus do Carrefour em Barueri, em São Paulo.
O grupo Carrefour decidiu extinguir a bandeira do Nacional, que vem tendo unidades fechadas, vendidas ou migrando para o nome principal da maior varejista do Brasil, para justamente concentrar a operação em três grandes formatos de autosserviço. Quem explica é a diretora de marketing da companhia, Claudia Vilhena, em videocast da coluna Minuto Varejo, gravado no campus do Carrefour em Barueri, em São Paulo.
Hipermercado Carrefour, atacarejo Atacadão e clube de compras Sam's Club, único no modelo no País e um formato "importado" dos Estados Unidos, compõem o portfólio agora. Sam's Club veio na aquisição do grupo BIG, em 2021, mesmo do Nacional e outras bandeiras conhecidas dos gaúchos e já extintas (BIG e Maxxi Atacado).
Com 120 mil funcionários no País, o grupo, de origem francesa, destaca Claudia, foca, em 2025, também em melhorias nos processos, integração de operações para entregar vantagens aos diferentes públicos que atende e busca mais excelência na entrega aos consumidores. Entre as perguntas que rondam a diretora e o grupo estão:
"Como fazer com que as três bandeiras atuem de forma sinérgica para dar a melhor oferta dentro do grupo?", cita. Sobre o Sam's Club, a executiva descarta mais lojas este ano, mas projeta expansão depois de 2026. O Rio Grande do Sul pode ganhar mais pontos, que hoje estão limitados a apenas três.
Minuto Varejo - Por que o Carrefour decidiu extinguir a bandeira Nacional?
Claudia Vilhena - A gente tinha uma composição muito grande de bandeiras, algumas delas oriundas do Grupo BIG, como o Nacional e Sam's Club, além de Carrefour e Atacadão. Nesses últimos três anos, avaliamos o que tinha mais a ver com o coração das nossas operações. A gente vai manter algumas lojas menores (Nacional), mas como Carrefour. Em São Paulo, temos o Carrefour Express, bandeira de proximidade, que está indo muito bem. O grupo está há 50 anos no Brasil com uma tradição muito grande de investir no País. Somos a única multinacional do varejo que permaneceu aqui.
MV - Com essas decisões, o que o grupo mira?
Claudia - É importante explicar a vocês cada bandeira. O Atacadão, maior atacarejo do País, atende o B2B e B2C, de pequenos comerciantes a famílias, com um portfólio de produtos voltados a atender grandes marcas a preços muito disruptivos. É, de fato, a promoção e o preço baixo. O Carrefour (hipermercado) atende de forma mais transversal o resto da população. Já o Sam's Club é um clube de compras, com um modelo muito diferente, e único no Brasil. A pessoa paga uma anuidade e tem direito a comprar produtos completamente diferentes. São importados exclusivos com embalagens de tamanho maior. A gente faz negociações exclusivas. No Rio Grande do Sul, temos lojas em Porto Alegre (duas) e em Caxias o Sul.
MV - Como é montado o mix no clube?
Claudia - Fazemos curadoria para nossos clientes. Nossa área comercial não compra ou só vende volume, mas desenvolve produtos com a indústria que façam sentido para o perfil dos sócios. Desde embalagens exclusivas, algo que não tem no Brasil a negociações nas quais o preço vai ser muito mais barato do que na própria loja da marca, como é o caso da Levi's - a calça clássica 501 sai por um terço do valor no Sam's. O tíquete no clube é normalmente 30% a 35% mais alto do que o do Carrefour (hipermercado).
MV - Pode abrir mais Sam's Club no RS?
Claudia - Em 2024, fizemos uma grande expansão. Até 2022, existiam 40 lojas e passamos a 58. Abrimos 18 unidades de forma muito acelerada em dois anos, após a chegada do Carrefour. Em 2025, vamos maturar essas novas operações. Queremos ensinar o consumidor sobre como funciona a compra no clube. A compra é mais cara na conta geral, apesar de a pessoa economizar no produto. Nos próximos anos, acreditamos que tenha espaço no Brasil para ter até 60, 70 unidades, e, no máximo, 100. Olhando para o Rio Grande do Sul, o modelo se ajusta mais na Região Metropolitana. Mas temos de ter maior concentração de população e muita penetração de classes AB.
MV - Por que o Carrefour fechou capital no Brasil?
Claudia - Este ano é um ano muito especial, de 50 anos de atuação no Brasil. Foi a primeira empresa a ajudar o consumidor com crédito, com cartão e que fez um pacto público de, se você encontrar um preço mais barato, a gente compra. Estamos fazendo uma simplificação da operação internamente. Vamos chegar no fim de 2025 muito mais leves. Fechar capital também passa por isso, para a gente ganhar muito mais agilidade e conseguir ter a autonomia. A França continua com um apetite muito grande de investir no Brasil. É o momento de olhar para o consumidor.
MV - Quais são as questões cruciais hoje?
Claudia - Como podemos usar inteligência artificial (IA) para estar 100% conectados e fazer com que a jornada dele (consumidor) seja cada vez mais fluida? Outro desafio: como fazer com que as três bandeiras atuem de forma sinérgica, com um CRM transversal onde consigamos entender o comportamento de compra das pessoas. Por que não podemos dar a melhor oferta dentro do grupo? Qual é o produto melhor para o cliente comprar em cada uma das nossas bandeiras? Qual é o benefício disso? A gente já fez, por exemplo, o primeiro lançamento, que é a transversalidade do cartão Carrefour. O cartão Carrefour, o do Atacadão e o do Sam's têm o mesmo benefício em qualquer bandeira. É o grande ecossistema de varejo, muito mais do que bandeiras separadas.
MV - Isso também passa pelo modelo de loja onde cliente quer comprar?
Claudia - Acho que o consumidor se relaciona com as marcas que entregam excelência para ele. Se o Carrefour será e é uma marca que entrega excelência nos seus produtos, nas suas negociações, nos seus preços, independentemente do formato, é onde o consumidor vai estar. Isso serve para o Carrefour e para o nosso concorrente.
MV - Como a IA está sendo usada pelo grupo e no quê?
Claudia - A IA não vai vir roubar empregos, mas vai ajudar na reposição de estoque, em precificação, em cartazeamento. Como é que a gente ajuda a prever os estoques para que a gente tenha menos ruptura? E, obviamente, do lado aqui de marketing, como é que a gente melhora a jornada de comunicação com esse nosso consumidor. Então, a gente já tem feito bastante coisa interessante nesse sentido, sempre olhando para o melhor atendimento. A IA é um meio para melhorar o que quisermos que ela melhore. No nosso caso, o foco é melhorar a experiência do cliente.

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