Espaços para pet (pet places) montados por empresas em áreas públicas não são novidade em Porto Alegre. Mas o pet place que estreia neste sábado (10), no Centro Histórico da Capital, é simbólico para a região que vive entre revitalização e desafios. A iniciativa é da ABF Developments, com dois empreendimentos lançados no Centro e outro mega projeto em gestação, os três conectados com operações de varejo e já noticiados pela coluna.
Sobre o espaço pet, o CEO da construtora, Eduardo Fonseca, fez questão de definir o que e como mobiliza a empresa. A área destinada aos bichinhos de estimação fica na Praça Júlio Mesquita, pertinho da Usina do Gasômetro:
"Nossa pegada é de sermos colaborativos nos bairros onde estamos, sempre buscando qualificá-los para deixar um legado para a cidade", resume o empresário da construção civil. "Entendemos que ainda mais importante fazer isso, após um ano da enchente. A região sofreu muito", acrescenta Fonseca.
Outro detalhe é a assinatura conjunta no convite para a inauguração do pet place, com a Associação Comunitária do Centro Histórico (ACCH). "Estamos bem próximos da associação, fazendo ações de melhorias e sempre conversando com eles", assinala Fonseca.
A ABF tem dois projetos já lançados, um deles já sendo construído, que é o Caiz Downtown, com 100% das 340 unidades vendidas. Investidores, com foco em locação de curta, média e longa duração, lideraram as aquisições dos imóveis.
Outro edifício é no encontro das ruas Washington Luis e Demétrio Ribeiro, com 280 apartamentos, com lançamento previsto para o terceiro trimestre. O térreo dos dois prédios seguem conceito de fachada ativa, com operações comerciais, onde estarão cafés, farmácia, petshop, padaria e mercadinho., conta Fonseca. Cada prédio tem seis espaços para locação.
"Mudaremos a vibe daquela microrregião. Os bairros ficam muito mais lindos e cheios de vida, após nossos empreendimentos", aposta o empreendedor.
Além do Centro, a ABF tem um empreendimento icônico no Quarto Distrito, que é o 4D Complex House, que terá um food hall do Grupo Press na antiga fábrica de vidros. A arquitetura do edifício, com andares em camadas desiguais, é outro diferencial na paisagem. A área também foi arrasada pela enchente de 2024.
O Centro Histórico tem mais exemplos de empreendedores que estão apostando no potencial e força da região. Perto do Cais Mauá, onde já opera o Cais Embarcadero, o primeiro projeto que desembarcou na área degradada e puxou outras iniciativas, ficam dois projetos - edifícios que estavam vazios e foram comprados pela Recons, entre as esquinas da rua Caldas Júnior com avenida Mauá e rua Siqueira Campos.
Um deles, o Cais Rooftop, já tem moradia de temporada e vai ganhar um rooftop, o primeiro da Capital, da rede Tetto. O outro, o Cais Fratelli, está em reforma, tem restaurante no térreo (Di Fratelli) e vai ter serviços de SPA, que poderão ser usados por moradores.
A Belmondo, de acionistas do Grupo Zaffari, comprou o prédio que tinha agência do Banco do Brasil, na esquina das ruas Sete de Setembro com General Câmara, que não reabriu após a enchente de 2024. O edifício será revitalizado para multiuso, com uso corporativo nos andares e comercial no térreo.
"É uma região muito bonita que precisa ser valorizada e está sendo", opina Bruno Zaffari, CEO da Belmondo.
Na área de varejo, está sendo montado o Mercado Café Haiti na rua Siqueira Campos, onde foi Petiskeira e mais recentemente, pré-cheia, o Mamm Mia, que não reabriu. O dono do Haiti, que tem outra unidade na região, na avenida Otávio Rocha, Roberto Cunha, diz que a decisão de expandir é uma aposta no potencial do Centro.