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Patrícia Comunello

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Publicada em 22 de Abril de 2024 às 15:25

Rede gaúcha compra lojas do Nacional fechadas pelo Carrefour no Litoral

Rede comunicou o negócio com o Carrefour e que marca entrada no Litoral

Rede comunicou o negócio com o Carrefour e que marca entrada no Litoral

MAURO BELO SCHNEIDER/ESPECIAL/JC
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Patrícia Comunello
Duas lojas fechadas pelo grupo Carrefour, maior varejista do Brasil, no Rio Grande do Sul já têm novo dono. São duas unidades que eram da bandeira Nacional, situadas em Xangri-Lá e Imbé, no Litoral Norte, que foram desativadas em janeiro dentro de enxugamento da rede da gigante e foco em atacarejos. 
Duas lojas fechadas pelo grupo Carrefour, maior varejista do Brasil, no Rio Grande do Sul já têm novo dono. São duas unidades que eram da bandeira Nacional, situadas em Xangri-Lá e Imbé, no Litoral Norte, que foram desativadas em janeiro dentro de enxugamento da rede da gigante e foco em atacarejos
A rede Imec, dona de lojas de vizinhança e do atacarejo Desco, é a nova proprietária, segundo nota divulgada nesta segunda-feira (22) pelo grupo, com sede em Lajeado, no Vale do Taquari. A rede também vai estrear na região litorânea com o negócio.
"O acerto definitivo depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)", informou o Imec, que teve faturamento de R$ 1,6 bilhão em 2023. O valor da transação não foi revelado.
Outros nomes do setor cobiçavam as lojas, como o Asun Supermercados, que tem a maior base de atuação na região. O catarinense Passarela, dono do atacarejo Via, que abriu recentemente em Porto Alegre, admitiu, ao Minuto Varejo, que conversa com o Carrefour sobre unidades que eram hipermercados.
O grupo francês fechou mais de 10 lojas em diversas regiões gaúchas, entre Nacional e hipermercados que haviam mudando de BIG para Carrefour
Pelo ranking da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), o Imec é sexto maior grupo supermercadista gaúcho. Pela lista, baseada em dados de 2023, o Carrefour está em quarto lugar, com R$ 2,5 bilhão de receita
Segundo o grupo supermercadista, "as aquisições fazem parte do planejamento estratégico da empresa, para os próximos cinco anos". A coluna Minuto Varejo mostrou que a rede quer dobrar o tamanho da operação de lojas maiores, focadas na combinação de volume e preço. A meta é alcançar receita bruta de R$ 5 bilhões em 2028. Este ano o grupo quer encostar em R$ 2 bilhões. 
Outra novidade é que as unidades que eram supermercado vão ser transformadas no modelo de atacarejo, passando a ser Desco. O crescimento do Imec é pautado pela expansão neste formato, que é o que mais cresce no setor no Estado.
A loja de Imbé fica na avenida Rio Grande, 10, e a de Xangri-lá, na avenida Paraguassu, 5509. A previsão é que as unidades somem 240 funcionários. A seleção será aberta nos próximos meses, informa a rede.
A abertura das filiais será este ano, mas o Imec não chegou a dar previsão. Como são lojas de vizinhança, deve ser feitas obras para adaptar os imóveis às prateleiras de maior altura onde ficam paletes de produtos. Hoje são 14 unidades Desco em operação no Rio Grande do Sul.

O diretor-presidente do grupo, Eneo Karkuchinski, afirma, na nota, que "a empresa está realizando o desejo de expandir no litoral gaúcho, para oferecer a proposta de valor do Desco, que é de servir as pessoas com qualidade, praticidade, simplicidade e economia".

"É mais um grande passo para o Grupo Imec e estamos ansiosos para oferecer nossa proposta de valor para a população de Imbé, Xangri-Lá e cidades vizinhas, bem como, quem passa a temporada de verão no litoral”, afirmou o executivo, no comunicado.
O acerto entre o nome regional e a gigante de varejo reforça o cacife local para entrar na briga por lojas. Além disso, mostra a disputa de mercado, principalmente em zonas com mais concentração de população.
O Litoral Norte teve acréscimo de 20% a 30% em número de habitantes em muitas localidades, como a área onde ficam Imbé e Xangri-Lá, entre os Censos de 2010 e 2022. 
Ao mesmo tempo, é a afirmação do formato de atacarejo sobre o hipermercado, que os supermercadistas já consideram ultrapassado. Aliás, muitos "hipers" introduziram seções com volumes de mercadorias semelhantes aos de atacarejo, para se tornar mais atrativo. 
Players do setor, entre gaúchos e catarinenses, que estão entre os mais agressivos no segmentos, com nome como Passarela e grupo Pereira (Fort Atacadista), falam que em meio à disseminação de novas lojas deve ocorrer nos próximos anos vendas, saída de nome do formato e concentração em operações que resolvem bem o que o consumidor busca: preço e mix. O volume é algo essencial.  
Grupos como a Comercial Zaffari, de Passo Fundo e segunda no ranking da Agas, quer dobrar o número de lojas do seu Stok Center até 2027. Este ano serão sete novas. Uma abriu em São Borja, e a segunda estreia em Venâncio Aires no dia 30. As duas elevam a rede para 32 atacarejos, a maior do segmento gaúcho. Outras cidades terão lojas da marca: Sarandi, Torres, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Caxias do Sul, onde abre a segunda.
O Grupo Zaffari, que lançou o Cestto, acelera a instalação de unidades. Abriu uma apenas, a de Gravataí, e tem duas em construção em Porto Alegre. Mais três estão a caminho (Novo Hamburgo, Canoas e São Paulo). O Pereira e o Passarela também acenam para expansão maior no Estado do que dentro de casa.

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