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Publicada em 23 de Junho de 2025 às 18:40

Mistura de etanol na gasolina pode subir de 27% para 30%

Em contrapartida, governo promete zerar impostos federais sobre gasolina e etanol; PEC será votada no Senado na próxima semana

Em contrapartida, governo promete zerar impostos federais sobre gasolina e etanol; PEC será votada no Senado na próxima semana

LUIZA PRADO/JC
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Agências
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse, na semana passada, que sua pasta deve propor na próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) a elevação da mistura de etanol na gasolina de 27% para 30%. Segundo ele, a iniciativa permitirá que o País deixe "praticamente de ser importador de gasolina."
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse, na semana passada, que sua pasta deve propor na próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) a elevação da mistura de etanol na gasolina de 27% para 30%. Segundo ele, a iniciativa permitirá que o País deixe "praticamente de ser importador de gasolina."
As declarações foram feitas durante o seminário "Gás para Empregar: construindo uma estrutura justa e sustentável de preços", realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo.
Silveira afirmou que isso fará com que a Petrobras contribua mais com o Brasil. Ainda sobre a companhia, ele disse que é preciso que sua "estrutura corporativa" ajude o Brasil reduzindo a reinjeção de gás natural do País. "Precisamos que a Petrobras compreenda a necessidade de mudar isso daqui para frente."
A medida já vem sendo estudada há algum tempo pelo ministério, mas ganha importância em um momento de pressão sobre os preços do petróleo por causa do conflito entre Israel e Irã. Ontem, o preço da commodity recuou mais de 1%, após o salto dos últimos dias.
Silveira afirmou que a definição sobre o chamado "pass through", que propõe excluir custo de transporte de gás natural dos contratos das termoelétricas e repassá-lo aos consumidores, no Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP) 2025, só ocorrerá depois da nova consulta pública sobre o certame. "O Ministério de Minas e Energia não pode ter uma posição antes de ouvir a sociedade e ouvir o setor. A consulta pública é um instrumento para isso. Depois de feita a consulta pública, o MME, naturalmente defendendo o interesse do País, vai se pronunciar", disse.
Silveira reiterou ainda que a intenção é abrir a consulta pública "o mais rápido possível, este mês ainda". A expectativa é de que o leilão de contratação de potência para o sistema elétrico brasileiro ocorra ainda este ano. Inicialmente, estava marcado para 27 de junho, mas foi cancelado depois de questionamentos na Justiça.
De acordo com o ministro, a interligação do último estado brasileiro ao Sistema Interligado Nacional (SIN), Roraima, deve ocorrer em outubro. As obras do Linhão entre Boa Vista (RO) e Manaus (AM) são feitas pela Transnorte Energia (TNE), que é controlada por consórcio entre a Alupar (51%) e a Eletronorte (49%), da Eletrobras. A conclusão da obra deveria ter ocorrido em 2015, mas questionamentos relacionados a trechos que passam por terras indígenas atrasaram a entrega.
O ministro afirmou que é desejo da pasta que a discussão sobre a conclusão ou não da usina nuclear de Angra 3 esteja na pauta da próxima reunião do CNPE. Silveira reiterou que seu voto no colegiado, que inclui outros ministérios, é pela continuidade da obra "desde que reestruture o setor nuclear brasileiro".
"Não é possível que a gente tenha a Nuclep, que é uma indústria que foi concebida para poder produzir os equipamentos para a área nuclear, hoje produzindo apenas torres de transmissão e outros equipamentos que nada têm a ver com a área nuclear", disse, em referência à Nuclebrás Equipamentos Pesados.
Havia a expectativa de que uma decisão sobre Angra 3 fosse tomada em fevereiro, mas o tema não avançou. Segundo o ministro, a discussão sobre a fonte de energia para a usina ocorreu entre o governo brasileiro e a Rússia, e também com os franceses da EDF.
 

Gasolina no Sul tem maior queda do Brasil

Dados da última análise do Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), levantamento que consolida o comportamento de preços das transações nos postos de combustível, trazendo uma média precisa, apontaram que, na primeira quinzena de junho, o Sul continuou a registrar queda no preço médio de todos os tipos de combustíveis, na comparação com o mesmo período do mês anterior. O etanol, comercializado a R$ 4,63, apresentou uma redução de 1,07% em seu preço, a maior queda entre todas as regiões.
Enquanto isso, a gasolina foi vendida a média de R$ 6,36, após baixa de 1,09%. Já o diesel comum apresentou média de R$ 5,96, e o tipo S-10 foi encontrado a R$ 5,98, números que representam reduções de -1,16% e -1,81%, respectivamente. Os preços registrados para os dois tipos de diesel são os mais baixos em todo o País, e os únicos abaixo de R$ 6,00.
 

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