Os portos brasileiros registraram a movimentação de 1,358 bilhão de toneladas de carga em 2024. O volume representa um crescimento de 4,23% sobre o total movimentado em 2023, mas indica uma desaceleração no ritmo de crescimento.
Em 2023, os terminais portuários movimentaram 1,303 bilhão de toneladas, resultado 6,89% superior ao de 2022 (1,219 bilhão). Entre 2022 e 2021, o aumento registrado foi de apenas 0,99%. Os dados foram divulgados pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), durante encontro do ministro Silvio Costa Filho com jornalistas.
Na movimentação realizada por meio de contêineres, 2024 somou 137,4 milhões de toneladas, com 18,52% de crescimento sobre o ano anterior. Já o agronegócio, especificamente, também teve alta expressiva no transportes de alguns produtos, como trigo (40,01%), açúcar (27,68%) e fertilizantes (9,4%).
Ao detalhar o resultado, Costa Filho disse que o cenário segue positivo para 2025, puxado pelos investimentos públicos e privados. Em 2024, os terminais públicos receberam R$ 1,04 bilhão em investimento da União, cifra 155% maior que em 2023. Se somados os dois últimos anos, o valor supera o total do período de 2019 a 2022.
Esse cenário torna-se ainda mais agressivo quando se trata de investimentos privados. Entre 2023 e 2024, houve um aporte total de R$ 20,8 bilhões pelas empresas que atuam no setor. Nos quatro anos anteriores, o valor injetado pelas empresas somou R$ 7,4 bilhões.
Confirmada a projeção dos investimentos previstos para 2025, o setor pode registrar um volume recorde de aportes. O planejamento do MPor aponta que R$ 1,7 bilhão deve ser colocado nos portos pelo setor público, enquanto os investimentos privados são estimados em R$ 18 bilhões.
"Veja que, em nove anos, entre 2013 e 2022, foram realizados 43 leilões e contratados R$ 6 bilhões em investimentos. Em quatro anos, de 2023 a 2026, a nossa meta é realizar 60 leilões e contratar mais de R$ 20 bilhões em investimentos nos portos brasileiros", comentou.
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Entre as concessões previstas, o ministro destacou a realização do leilão do Tecon Santos 10, previsto para acontecer entre outubro e novembro deste ano. De acordo com o ministro, o projeto deve ser encaminhado para avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU) nos próximos meses. Com a estimativa de R$ 4,5 bilhões em investimentos, o projeto prevê ampliação da atual capacidade de movimentação de contêineres em Santos, onde já operam os terminais Santos Brasil, BTP, DPW e Ecoporto.
O modelo aprovado pelo governo prevê a construção de quatro berços de atracação, permitindo elevar a atual capacidade de contêineres em 50%. Hoje, o porto santista recebe 6 milhões de contêineres por ano e, com o terminal, passará a ter capacidade de 9 milhões.
Outro projeto prioritário do setor e que está previsto para ir a leilão neste ano é o túnel submerso que fará a ligação entre Santos e Guarujá. A passagem, que terá 870 metros de extensão e 21 metros de profundidade, prevê 78 mil usuários por dia. O investimento para operação e manutenção é calculado em R$ 6 bilhões.
Folhapress