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Publicada em 08 de Abril de 2024 às 16:46

Cresce o número de startups voltadas ao setor marítimo e portuário

A startup brasileira Tidewise cria sistemas não tripulados para otimizar as operações em mar

A startup brasileira Tidewise cria sistemas não tripulados para otimizar as operações em mar

Divulgação/JC
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Luciane Medeiros
Luciane Medeiros Editora Assistente
Com uma das maiores costas litorâneas do mundo - 7.367 quilômetros -, o Brasil ainda está abaixo de outros países no desenvolvimento do modal marítimo, o que reflete na eficiência dos portos e no aproveitamento de todo o potencial da chamada economia azul (uso sustentável dos recursos dos oceanos). Uma das iniciativas que tenta reverter essa situação fica no Cubo Itaú, hub de inovação em São Paulo que reúne diversas startups atuando na busca de soluções para a melhoria do modal marítimo brasileiro, entre outros setores.
Com uma das maiores costas litorâneas do mundo - 7.367 quilômetros -, o Brasil ainda está abaixo de outros países no desenvolvimento do modal marítimo, o que reflete na eficiência dos portos e no aproveitamento de todo o potencial da chamada economia azul (uso sustentável dos recursos dos oceanos). Uma das iniciativas que tenta reverter essa situação fica no Cubo Itaú, hub de inovação em São Paulo que reúne diversas startups atuando na busca de soluções para a melhoria do modal marítimo brasileiro, entre outros setores.
Parceria do Cubo Itaú com a Wilson Sons, Porto do Açu e Hidrovias do Brasil, o Cubo Maritime & Port passou de 12 startups, em 2022, para 24 em março deste ano. Além das startups, participam do Cubo Maritime & Port grandes players do setor, hubs internacionais, universidades e representantes de governos e agências regulatórias. No dia 6 de março, ocorreu o Cubo DemoDay Warm up Intermodal, evento no qual as startups apresentaram projetos e produtos que já estão em uso no mercado.
"O Brasil tem um gap de eficiência do setor marítimo em relação a países que estão avançados", afirmou André Porto na ocasião, traçando um comparativo entre procedimentos realizados no Brasil e no exterior. Enquanto o tempo médio de espera para atracação das embarcações no Brasil é de 5,5 dias, nos Estados Unidos são dois dias. No caso do desembaraço aduaneiro, são 49 horas nos terminais nacionais, contra 12,7 horas nos países membros da OCDE.
"A inovação e a aplicação de tecnologias no setor, se não o melhor, é um ótimo jeito de resolver o gap. Isso é o que estamos tentando fazer, atacar essa lacuna para melhorar a eficiência, segurança, sustentabilidade e a integridade, que é a missão do hub", afirmou Porto.
As iniciativas propostas pelas startups incubadas no Cubo Maritime & Port vão desde equipamentos para uso em alto-mar até ferramentas de gestão de risco climático. Uma das soluções apresentadas foi desenvolvida pela brasileira Tidewise, que cria sistemas não tripulados para otimizar as operações em mar, fazendo o transporte de cargas entre os portos e os navios.
"Esse tipo de embarcação dá uma série de vantagens nas missões, como os ganhos em produtividade ao permitir a navegação em condições de tempestade no mar. Se emborcar e a embarcação virar, ela vai aguardar o momento de retornar", explicou Adalberto Tavarone, Head of Sales da Tidewise.
Um tema que gera muita preocupação atualmente, os eventos climáticos, é o foco do trabalho da i4sea, startup que faz a gestão de risco climático para portos, terminais e armadores. Ondas fortes, tempestades e marés altas trazem riscos à estrutura dos complexos portuários e aos trabalhadores, provocando atrasos no fluxo de embarcações e cargas.
As soluções da i4sea fazem a previsão das condições do mar e do clima para dar suporte ao planejamento das operações costeiras, prevenindo acidentes e outras ocorrências. "Dos portos no mundo, 86% estão expostos a três tipos de riscos climáticos. Em apenas 32% deles, há algum tipo de solução para enfrentar isso", destacou o co-fundador e CEO da empresa, Mateus Lima.
A Argonáutica, spin off da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), já soma mais de 300 projetos voltados à aceleração e desenvolvimento de soluções digitais para o setor. Rodrigo Lavieri, co-fundador da startup, apresentou o sistema Medusa, ferramenta de análise que fornece informações em tempo real e já vem sendo usada em operações portuárias.
"O Medusa calcula as cargas nos cabos e defensas do navio e os movimentos das embarcações em diversas situações. Isso é feito empregando sensores que estão em campo e previsões meteoceanográficas através de modelos computacionais. Com isso entregamos ao cliente segurança e previsibilidade para a operação atrelada à amarração principalmente", detalhou Lavieri.
O evento contou com a participação de dois parceiros internacionais: a Enterprise Singapore e a startup israelense DockTech. A primeira é a agência do governo de Singapura que busca desenvolver o setor portuário do país e estreitar laços com outras nações. Já a DockTech é desenvolvedora de uma solução que permite acompanhar em tempo real a profundidade dos canais e entender como o padrão de assoreamento dos portos pode afetar a segurança da navegação e o transporte de cargas.
 

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