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Publicada em 12 de Agosto de 2025 às 15:55

Receita Federal anuncia novo modelo de identificação para empresas

Superintendente da Receita Federal no Rio Grande do Sul explica que empresas já registradas não sofrerão mudanças

Superintendente da Receita Federal no Rio Grande do Sul explica que empresas já registradas não sofrerão mudanças

THAYNÁ WEISSBACH/arquivo/JC
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Osni Machado
Osni Machado Colunista
A Receita Federal do Brasil tem, em sua base de dados, cerca de 60 milhões de estabelecimentos inscritos. Esse número cresce anualmente com a formalização de novos empresários e com o desenvolvimento da economia. Por causa disso, a Receita verificou o esgotamento dos números de CNPJ no formato atual. Diante dessa realidade, a melhor solução encontrada foi criar o CNPJ alfanumérico, que será lançado em julho de 2026. De acordo com Altemir Linhares de Melo, superintendente da Receita Federal no Rio Grande do Sul, o processo será realizado de forma gradativa. "A mudança será aplicada apenas aos novos registros e filiais. Quem já possui um CNPJ não precisará realizar qualquer alteração. O número atual seguirá válido e aceito em todos os sistemas públicos e privados", destaca o auditor fiscal.
A Receita Federal do Brasil tem, em sua base de dados, cerca de 60 milhões de estabelecimentos inscritos. Esse número cresce anualmente com a formalização de novos empresários e com o desenvolvimento da economia. Por causa disso, a Receita verificou o esgotamento dos números de CNPJ no formato atual. Diante dessa realidade, a melhor solução encontrada foi criar o CNPJ alfanumérico, que será lançado em julho de 2026. De acordo com Altemir Linhares de Melo, superintendente da Receita Federal no Rio Grande do Sul, o processo será realizado de forma gradativa. "A mudança será aplicada apenas aos novos registros e filiais. Quem já possui um CNPJ não precisará realizar qualquer alteração. O número atual seguirá válido e aceito em todos os sistemas públicos e privados", destaca o auditor fiscal.
A novidade não afetará empresas já cadastradas, mas exigirá atenção de quem for fazer as novas inscrições. Há um alerta, porém: as empresas terão que adaptar os sistemas internos para reconhecer o novo padrão, especialmente no comércio eletrônico, emissão de notas fiscais e serviços financeiros. Em entrevista para o JC Contabilidade, o superintendente detalha um pouco mais sobre a nova identificação das empresas.
JC Contabilidade - O que é o CNPJ alfanumérico?
Altemir Linhares de Melo - Trata-se de uma nova forma de identificação das pessoas jurídicas no Brasil, que passa a combinar letras e números em 14 posições. A estrutura permanece similar ao formato atual, mas com a possibilidade de incluir caracteres de A a Z.
Contab - Por que o modelo atual será alterado?
Melo - A alteração é necessária devido à crescente demanda por novos registros. A ampliação da base de combinações evita a exaustão dos números e assegura a continuidade da identificação única das empresas.
Contab - Quando o novo formato entra em vigor?
Melo - A Receita Federal iniciará a adoção do CNPJ alfanumérico a partir de julho de 2026. O processo será gradual e contemplará um cronograma de implantação por setores ou tipos de empresas.
Contab - O novo CNPJ substitui o modelo atual?
Melo - Não haverá substituição. O formato atual continuará válido e coexistirá com o novo modelo alfanumérico.
Contab - Empresas que já têm CNPJ precisarão alterá-lo?
Melo - Empresas já registradas não sofrerão nenhuma mudança, segundo o auditor. A identificação numérica permanece inalterada e válida, sem necessidade de ação do contribuinte.
Contab - Quem será incluído no novo modelo?
Melo - O novo formato será adotado exclusivamente em novas inscrições, incluindo a abertura de filiais. As empresas já constituídas manterão seus números atuais.
Contab - Haverá impacto fiscal ou administrativo?
Melo - Sim, haverá impacto técnico nas organizações, sobretudo na área de tecnologia da informação. Os sistemas deverão ser preparados para processar tanto o formato numérico quanto o alfanumérico.
Contab - As empresas terão custos com essa transição?
Melo - Haverá necessidade de investimentos em tecnologia, especialmente na adaptação de sistemas internos. A mudança exige que todos os sistemas leiam corretamente o novo padrão e calculem o dígito verificador.
Contab - O processo de inscrição no CNPJ será alterado?
Melo - Não. O auditor esclarece que apenas o número muda, enquanto o procedimento de registro empresarial será mantido nos moldes atuais, inclusive por meio da REDESIM.
Contab - O que ocorre se os sistemas não forem atualizados a tempo?
Melo - Empresas que não se adaptarem poderão enfrentar falhas na emissão de notas fiscais, nas obrigações acessórias e na comunicação com parceiros comerciais. Isso pode comprometer operações básicas e gerar atrasos administrativos.
Contab - Como será calculado o novo dígito verificador?
Melo - Pelo algoritmo do módulo 11, com base em valores numéricos e códigos ASCII das letras. Ou seja, a Tabela ASCII (American Standard Code for Information Interchange) é um padrão de codificação que associa um número a cada caractere — como letras, números e símbolos — para que computadores e dispositivos eletrônicos possam armazenar, processar e trocar informações de texto de forma padronizada.
Contab - As letras no CNPJ seguirão algum padrão regional ou jurídico?
Melo - Não. A inclusão de letras será totalmente aleatória, sem relação com localização geográfica, natureza jurídica ou setor de atuação da empresa.
Contab - O novo CNPJ afetará a numeração das filiais das empresas?
Melo - Sim. As filiais abertas após a implantação do novo formato poderão receber letras também na numeração de ordem. No entanto, filiais e matrizes registradas com numeração exclusivamente numérica continuarão com seus identificadores originais.
Contab - A Receita Federal oferecerá suporte técnico para a adaptação ao novo modelo?
Melo - Sim. Serão disponibilizadas rotinas de cálculo do dígito verificador em linguagens de programação usuais para facilitar a adaptação. O objetivo é minimizar o impacto nos sistemas informatizados, tanto públicos quanto privados.
Contab - Como os sites de serviços e instituições financeiras devem se preparar para essa mudança?
Melo - Todos os sistemas que utilizam CNPJ em cadastros e validações precisarão aceitar o formato alfanumérico. A Receita adotará uma política de comunicação ativa com esses parceiros para garantir uma transição segura e sem interrupções.
Contab - As letras inseridas no novo CNPJ terão algum significado especial?
Melo - As letras utilizadas na composição do CNPJ alfanumérico serão geradas de forma totalmente aleatória. Não haverá qualquer associação com o estado de registro, natureza jurídica ou atividade econômica da empresa.
Contab - Haverá um cronograma oficial para implantação do novo formato?
Melo - Sim. A Receita Federal divulgará um calendário de implantação, definindo quais tipos de empresas ou atividades iniciarão o uso do novo CNPJ. Queremos assegurar uma transição organizada, transparente e sem surpresas para os contribuintes.
Contab - Os sistemas estaduais e municipais também estão sendo preparados para a mudança?
Melo - Estão, sim. A Receita Federal já iniciou o repasse das informações técnicas às Secretarias da Fazenda dos estados e às Secretarias de Finanças dos municípios. Nosso esforço é conjunto, para que todos os entes federativos atualizem seus sistemas a tempo.

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