A Guaibacar é a principal revenda de veículos Volkswagen no Rio Grande do Sul e, desde 1984, faz parte do Grupo Sinosserra. Em 2021, foi premiada como uma das cinco melhores concessionárias do País pela VW do Brasil. Com o objetivo de atender às demandas contemporâneas de inovação, a unidade líder de vendas da Guaibacar, localizada na avenida Sertório em Porto Alegre, conta com design tecnológico seguindo o padrão mundial da marca alemã Volks, sua fornecedora.
No início de 2023, o grupo adquiriu duas lojas da Panambra, em Porto Alegre e Pelotas. O diretor da revenda, Hugo Pinto Ribeiro, ressalta que, apesar da retração causada pela pandemia, as novas aquisições da concessionária e o programa do governo federal de descontos em carros populares contribuíram para um crescimento além do esperado durante os três últimos meses.
Empresas & Negócios - Como o senhor avalia o desempenho da indústria automotiva brasileira, em especial a gaúcha, no pós-pandemia?
Hugo Pinto Ribeiro - A pandemia tocou o Brasil inteiro, em todas as atividades. É evidente que tocou a indústria automobilística também. Algumas empresas, montadoras e revendas mais do que as outras. Tudo dependendo das medidas de proteção que as empresas tiveram. Algumas tiveram mais sucesso, outras menos. No entanto, eu posso reclamar de tudo que aconteceu no Brasil e no mundo durante a crise da Covid-19, menos no desempenho da Guaibacar. Nós tomamos medidas muito drásticas e necessárias e que, durante os dois anos de pandemia, se mostraram acertadas. Na Guaibacar, nós conseguimos superar esse período com medidas e com reações muito positivas.
E&N - Neste novo normal, o consumidor também mudou de perfil em relação aos meios de transporte?
Ribeiro - Eu sinto que essa mudança do perfil do consumidor está vindo há muito tempo, muito antes da pandemia. Eu estive em Londres há cinco anos, fui entrar em contato com um casal de amigos que têm 45 anos de idade. Eles não têm carro. E isso foi antes da pandemia. Eles circulam de metrô, têm um apartamento próximo à estação, vão trabalhar e levam o filho à escola de metrô. E, no final de semana, eles alugam um automóvel para dar passeios, gastando dois dias de carro por semana. Essa tendência de mudança do consumidor vem de muito tempo para cá. A pandemia não mudou nada disso. O consumidor está cada vez mais pragmático, associado ao que ele quer, não gasta com o que não quer. E isso, de alguma forma, afeta nosso negócio, positivamente ou negativamente. Tem oportunidades e ameaças, como qualquer outra coisa.
E&N - Quais foram os resultados vistos pela Guaibacar a partir da compra de duas lojas físicas da Panambra na cidade de Porto Alegre e Pelotas?
Ribeiro - Os resultados foram fantásticos. Eu estava muito otimista nesse assunto, mas até a mim surpreendeu a resposta rápida que tivemos. Os melhores meses de resultado e de lucro da Guaibacar foram os últimos três: junho, julho e agosto. É evidente que a ação do governo, dos carros populares mais baratos, influenciou, mas as aquisições da Panambra e a própria resposta da revenda, com as três lojas, também foi muito positiva. Fizemos, em julho, mil unidades. Foi o recorde de todos os tempos da Guaibacar.
E&N - E como foi a atuação da Guaibacar diante do programa de descontos nos preços de carros populares, instituído pelo governo?
Ribeiro - A atuação foi a melhor possível, pois, de uma hora para outra, as revendas foram pegas de surpresa com uma procura muito maior do que a oferta. Então, as concessionárias não tinham carro, estavam trabalhando encolhidas. E a Guaibacar, na rede Volkswagen do Sul do País, foi a mais ágil e rápida em comprar carros e em entender que o mercado iria estourar, positivamente. Nós tomamos algumas medidas de estoque de aquisição de automóveis muito mais arrojadas que as outras revendas e tiramos proveito disso. Fizemos uma venda extraordinária, por iniciativa nossa, o que tem a ver com a pujança, agressividade e coragem da Guaibacar.
E&N - Como se dá a relação da Guaibacar com o Grupo Sinosserra?
Ribeiro - O grupo Sinosserra é o proprietário e acionista majoritário da Guaibacar e eu sou um dos sócios do grupo Sinosserra. Para mim, o grupo é um só, mas as responsabilidades são divididas. A relação é muito saudável, muito ganho a ganho. Aprendemos com as outras empresas do grupo, que também aprendem com a Guaibacar. Trocamos figurinhas o tempo todo, fazemos ações integradas, sempre que possível, compartilhamos algumas coisas. São gestões separadas, mas juntas. É uma mistura que é boa para todo mundo.
E&N - Como as práticas ESG são implementadas pela concessionária?
Ribeiro - Temos um departamento do Grupo Sinosserra preocupado com isso. Inclusive, são sócias que tocam o negócio com muita garra, gana e responsabilidade. Temos uma governança corporativa muito grande que inclui Conselho de Sócios, Conselho de Família e Conselho de Administração, por exemplo. A parte social também é engajada. Estamos participando da campanha de angariar recursos para as pessoas que estão com dificuldades referentes às enchentes no Vale do Taquari. Nós temos preocupação com todas as letras do ESG. É um assunto permanente dentro do grupo.
E&N - Quais são as principais inovações no setor automotivo, implementadas ou planejadas pela Guaibacar?
Ribeiro - É muita coisa, e ao mesmo tempo é pouco. O futuro nos obriga a inovar. Existem riscos muito grandes de, por exemplo, terminarem as revendas e haver a venda de veículos pela internet. Então, cabe a nós prestar um serviço cada vez mais moderno e tecnológico para lutar contra isso. Precisamos nos fortalecer como um elo entre a produtora de carros, que é a fábrica, e o consumidor. A nossa função tem que ser valorizada, começando por nós. E isso é só com inovação e tecnologia. Aqui, quando o cliente chega para comprar um carro, o vendedor o atende com um tablet, e não são muitas revendas em que isso acontece. É um exemplo de inovação do grupo Sinosserra, não só da Guaibacar. O cliente se sente um pouco mais valorizado quando vem comprar um carro aqui. Queremos continuar lutando e valorizando o consumidor. A Guaibacar é uma referência nacional. Somos um dos três maiores grupos de revendas Volkswagen do Brasil. Somos muito valorizados pela montadora e temos premiações internacionais. Nós nos esforçamos para sermos importantes para o nosso sócio, nosso cliente, nosso fornecedor. Estamos cumprindo a nossa missão.
E&N - Quais são as principais projeções da concessionária para o ano de 2024?
Ribeiro - Neste ano, fizemos uma aquisição cara de duas lojas. Mas temos projeções para o ano que vem de, não só consolidar essas cinco operações que temos agora, mas também pensar em futuros crescimentos, tanto dentro da Volkswagen, quanto nas outras concessionárias do Sinosserra. Porque uma coisa é comprar uma revenda, outra coisa é consolidá-la. As duas lojas da Panambra estavam tendendo a zero: sem carros, sem clientes, sem vendas e sem lucro. E, nesses três primeiros meses, conseguimos recuperar o faturamento das lojas recém-adquiridas, o que nos entusiasma para cogitar futuras aquisições, afinal, o que deu certo esse ano, deu muito certo.


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