A plataforma de investimento Apex Partners, criada em Vitória, no Espírito Santo, anunciou no dia 9 de setembro, durante o evento Buy RS, o seu ingresso no Rio Grande do Sul a partir da aquisição da boutique de investimentos gaúcha Propósito, de Pedro De Cesaro. A compra faz parte do objetivo da marca em desenvolver o mercado de capitais além do eixo Rio-São Paulo a partir das vocações locais e oferecendo uma plataforma de serviços financeiros adaptada às realidades regionais, conforme anunciado pela sua assessoria de imprensa.
Com a fusão, a Propósito, fundada em 2021, passou a se chamar Apex e ampliará a atuação e o portfólio de serviços. Entre as novidades, estão atendimento a pessoas jurídicas e acesso a áreas como gestão de recursos (real estate, private equity, venture capital e crédito privado), advisory, investment banking (M&A e mercado de capitais) e research (com verticais de comunicação e dados).
"Temos o objetivo de ser, até 2030, o primeiro banco de investimentos mercantil regional do Brasil. E isso tem um ponto bastante interessante. Banco de investimentos e banco mercantil são duas coisas diferentes, mas que, juntos, têm objetivos muito interessantes. Na nossa empresa, o objetivo é investir junto com os clientes. Queremos nos propor a nos colocarmos junto com o cliente nas suas demandas. Não só a pessoa física, como já atendíamos aqui (no Rio Grande do Sul), mas agora com todo o nosso ecossistema", celebrou De Cesaro.
Enquanto isso, a Apex Partners, que já estava presente em quatro estados brasileiros (São Paulo, Paraná, Espírito Santo e Santa Catarina), além da operação internacional em Portugal, amplia sua atuação para mais uma região do País. A partir disso, a empresa afirma que pretende ampliar a capacidade de identificar oportunidades de desenvolvimento no País.
Investimento nas "Onças Brasileiras"
A ampliação faz parte do escopo da Apex Partners de investir nos estados que denominaram "Onças Brasileiras", em alusão aos Tigres Asiáticos. O conceito cunhado pela empresa é utilizado para se referir aos estados brasileiros que crescem acima da média nacional, caso do Rio Grande do Sul, que registrou alta de 4,9% no PIB em 2024.
"Esses estados começaram a sanear suas contas públicas, a organizar um pouco o dimensionamento do tamanho do Estado, revisar o peso que ele tinha na economia… E isso gerou mais estabilidade e previsibilidade para os agentes econômicos, aumentando a atratividade de investimento. Com isso, começaram a apresentar um padrão de desenvolvimento econômico maior que a média brasileira. Observando essas características, começamos a entender que são esses os estados que vêm puxando o crescimento econômico brasileiro", explicou o presidente e fundador da Apex, Fernando Cinelli.
Além do Rio Grande do Sul, outros sete estados se enquadram no conceito de Onças Brasileiras: Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Espírito Santo e Minas Gerais. O mapeamento foi realizado pelo instituto de pesquisa Futura, que também faz parte da Apex, e apresentado pela gerente de dados, Paula Orrico.
"É um Estado com diversidade econômica, com um potencial muito forte no agronegócio, uma indústria robusta, área de tecnologia e inovação que é destaque nacional, um turismo de relevância nacional e internacional, com enorme potencial", avaliou Paula durante apresentação dos principais índices no Buy RS.
Para ela, o Rio Grande do Sul tem demonstrado diversos dados que considera como positivos. Entre eles, a participação de 6% no produto interno bruto (PIB) brasileiro — o que o coloca como o quinto maior PIB entre os estados brasileiros — e a atração de aportes de peso, como o da Scala Data Centers, em Eldorado do Sul; o da CMPC, em Barra do Ribeiro; e o do Tellescom Semicondutores, em Cachoeirinha.
Paula destacou também outros indicadores que, na sua análise, evidenciam o potencial do Estado. Porto Alegre, capital gaúcha, figura como a 4ª cidade mais competitiva do Brasil, enquanto o Rio Grande do Sul apresenta resultados expressivos na geração de empregos e nas perspectivas de expansão econômica. O Estado ocupa a segunda posição nacional em participação da indústria no total de vínculos formais e é o quarto maior exportador de produtos industriais do País.
Ela ressaltou ainda o cenário favorável da infraestrutura energética gaúcha, marcado pelo predomínio de fontes renováveis e pela concentração de 30% do potencial brasileiro de energia eólica offshore em território estadual. Os dados podem ser considerados positivos diante da transição energética que está sendo implementada nacionalmente.