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Publicada em 11 de Setembro de 2025 às 17:51

Brasil pode ser polo mundial de data centers, diz diretor da Scala Data Centers

diretor de investimentos da Scala Data Centers, Raphael Rodrigues, foi o segundo a falar no terceiro painel do evento Buy RS

diretor de investimentos da Scala Data Centers, Raphael Rodrigues, foi o segundo a falar no terceiro painel do evento Buy RS

EVANDRO OLIVEIRA/JC
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Juliano Tatsch
Juliano Tatsch Editor-assistente
O diretor de investimentos da Scala Data Centers, Raphael Rodrigues, afirma que os R$ 3 bilhões da empresa que serão aplicados na construção da "cidade de data centers" a ser erguida em Eldorado do Sul são apenas o aporte inicial do empreendimento. Ele vê espaço para o crescimento do setor.
O diretor de investimentos da Scala Data Centers, Raphael Rodrigues, afirma que os R$ 3 bilhões da empresa que serão aplicados na construção da "cidade de data centers" a ser erguida em Eldorado do Sul são apenas o aporte inicial do empreendimento. Ele vê espaço para o crescimento do setor.
Conforme Rodrigues, a indústria de data centers na América Latina tem mais por volta de 800 megawatts de capacidade instalada, sendo que, desses, cerca de 600 megawatts estão no Brasil. "Quando fazemos a conta pelos próximos 10 anos, iremos precisar de em torno de 8 a 13 mil megawatts, dependendo do impacto da IA”, ressaltou durante sua fala no evento Buy RS, realizado na terça-feira 9 de setembro no Instituto Ling.
O gestor salientou que o Brasil precisa se inserir com força no mercado mundial de data centers. "Temos uma alta previsibilidade climática, com alguns desafios, mas muito menos do que regiões que são alvo de furacões, tsunamis, ou outros problemas sérios. Temos energia renovável disponível, o que é um ponto crítico para o nosso cliente, então, por que vamos ficar fora dessa festa?", disse.
Diante desse cenário, ele observou que a empresa encontrou no Rio Grande do Sul um cenário propício para a realização do alto investimento. "Encontramos aqui uma região que tem mais de 8 milhões de metros quadrados que a gente comprou, tendo do outro lado da rua uma subestação elétrica, com capacidade para receber até 5 mil megawatts de energia. A partir daí, lançamos esse projeto chamado Scala AI City", destacou.
A capacidade inicial de TI da Scala AI City será de 54 megawatts e o projeto todo compreende um potencial de expansão que pode chegar a 4.750 megawatts. "Para construir um data center, se investe por volta de US$ 10 milhões por megawatt de TI. Ou seja, 4,75 gigawatts são US$ 48 bilhões necessários para fazer esse projeto. Não vai estar pronto ano que vem, mas estamos indo degrau por degrau", informou.
O executivo se disse entusiasmado com a chegada da empresa no Rio Grande do Sul, mas alertou para um problema que afeta a competitividade brasileira no mercado global dos data centers. "Somos altamente competitivos no Brasil, exceto em relação às tarifas de importação. O valor que um cliente paga para importar um chip é muito maior no Brasil do que na média do mundo."

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