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Publicada em 20 de Junho de 2024 às 17:06

Expointer, irrigação e solos são metas do novo titular da Agricultura

Expointer será o espelho da reconstrução do Rio Grande do Sul, diz Clair Kuhn

Expointer será o espelho da reconstrução do Rio Grande do Sul, diz Clair Kuhn

TÂNIA MEINERZ/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia Repórter
Recuperar solos degradados, fortalecer a irrigação pelo Rio Grande do Sul e fazer a Expointer acontecer são as primeiras tarefas do novo titular da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi), Clair Kuhn. Convocado pelo governador Eduardo Leite, ele ocupava o cargo de diretor-geral adjunto e coordenava as Câmaras Setoriais que tratam de diferentes segmentos ligados à rotina rural.
Recuperar solos degradados, fortalecer a irrigação pelo Rio Grande do Sul e fazer a Expointer acontecer são as primeiras tarefas do novo titular da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi), Clair Kuhn. Convocado pelo governador Eduardo Leite, ele ocupava o cargo de diretor-geral adjunto e coordenava as Câmaras Setoriais que tratam de diferentes segmentos ligados à rotina rural.
A experiência na gestão pública e o conhecimento dos problemas fazem de Kuhn a “bola de segurança” do governo para conduzir a retomada de um dos mais importantes setores da economia gaúcha nesse pós-catástrofe climática. Nesta quinta-feira (20), entre uma reunião e outra em seu primeiro dia no comando da pasta, ele conversou com o Jornal do Comércio sobre o desafio.

Leia mais: Nova etapa do Supera Estiagem tem R$ 213 milhões em subvenções

Ex-presidente da Emater, com MBA em Gestão Pública e experiência como vereador e prefeito no município de Quinze de Novembro e como deputado estadual, Clair Kuhn já estava envolvido, ao lado da equipe técnica da Seapi, na concepção e implantação do Programa Estadual de Irrigação. A iniciativa abre no dia 26, em Marcelino Ramos, no Norte do Estado, uma agenda de seminários para mostrar, com o apoio técnico da Emater, a importância da construção de estruturas de armazenagem de água para períodos de estiagem e os caminhos que os produtores devem seguir para colocar em prática.
A sensibilidade do governador é entender que a irrigação é extremamente necessária para aumentar a produtividade e a produção final na mesma área. Então, isso tem um viés econômico para o Estado, principalmente nesse momento de necessidade de recuperação. Com a catástrofe, fizemos uma pausa e mudamos o foco para salvar vidas, mas estamos retomando o cronograma”.
Segundo ele, as perspectivas para os próximos meses são de uma quantidade menor de chuvas. “Quem sabe uma seca, quem sabe alguma questão de falta considerável de precipitação hídrica, e isso faz com que a nossa produção tenha que ser protegida”.
O novo secretário reforça que o programa de irrigação, que oferece subvenção de 20% do valor do projeto – até um limite de R$ 100 mil ao produtor que aderir à iniciativa -, tem de estar à disposição dos agricultores. “É uma questão fundamental. A irrigação continua sendo um programação fundamental”.
Em outra frente, o programa de solos está em construção, pensando em melhorar a fertilidade das áreas agricultáveis, que já eram frágeis antes dos impactos das chuvas de abril e maio. A Secretaria já vinha, inclusive, tratando com acadêmicos de agronomia, universidades e a equipe interna do tema que agora se mostra ainda mais necessário.
A ação precisará de participação múltipla. E já envolve as Secretarias de Desenvolvimento Rural (SDR) e de meio Ambiente (Sema), além de entidades como as Federações da Agricultura (Farsul), dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetag), da Organização das Cooperativas do Estado (Ocergs), prefeituras, governo federal e até mesmo recursos externos, que estão sendo captados, explica Kuhn.
“Teve produtor que perdeu tudo. Se nós olharmos aí, tem propriedades que perderam 100% da produtividade do solo, ficou um solo compactado. Então tem que ter descompactação, adubação, tem que ter uma camada mínima de matéria orgânica, e tem que ter condições de chegar ao produtor. Se o produtor não tem mais, quem sabe, nem a sua área produtiva e nem suas instalações, como é que ele vai fazer sozinho? Então entra forte aí essa questão federativa de instituições e recursos internacionais para poder fazer chegar”.
O titular da Seapi ressalta, porém, que o programa precisa estar consolidado sobre fortes alicerces científicos e estar inserido no calendário agrícola.
“O nosso calendário agrícola é diferente, e nós temos que chegar nele, nós temos que achar esse ponto de equilíbrio. Certamente, com toda a equipe de técnico que temos, com os parceiros que já estão se apresentando voluntariamente, e os parceiros que, se necessário forem contratados, essa ação vai ser feita e vai ter o resultado que nós esperamos. O maior patrimônio que um produtor tem é o solo. Se você não tiver solo fértil com produtividade, o seu patrimônio não vai ter o resultado que você vai querer”, ressalta Kuhn.
Nesse ponto, os programas de recuperação de solos e de irrigação conversam entre si e ganham ainda mais relevância. “Estamos olhando o Estado como um todo, mas logicamente que as áreas mais degradadas pela enxurrada precisarão de atenção especial. Se trabalharmos a recuperação de solo de uma propriedade degradada, se colocarmos a fertilidade nela, com calcário, com adubação, com matéria orgânica sendo depositada, uma semente sendo levada àquela propriedade, se essa semente germina, ela vem até um patamar. E se em seguida ela não tem mais chuvas, é um trabalho colocado fora. Por isso temos de ter os dois focos”, acrescenta.
Kuhn também tem pela frente a Expointer 2024, cujo início será mesmo em 24 de agosto. E a recuperação do parque Assis Brasil está em curso. E a ideia do governo é fazer da mostra o retrato da reconstrução do Estado.
"São muitas as pessoas, os negócios e as ações que, a partir dela, alavancam para o ano inteiro, para o futuro, e para uma organização da cadeia. As agroindústrias já estão em um número maior de inscrições do que no ano passado. As pessoas que foram afetadas tinham agroindústrias em atividade e que tiveram que parar, reorganizar, elas precisam ter uma renda, então elas estão procurando, então é uma reconstrução”.
Para ele, o resultado econômico da feira é importante. Mas ela tem, neste ano, um aspecto ainda maior, como marca do Rio Grande do Sul, do agronegócio gaúcho. “Nesse momento, é a feira da superação, é botar a feira de pé, é botar o Estado, consequentemente. É botar o Estado de pé, nessa grande dificuldade”, conclui.

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