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Agro

Cooperativa

- Publicada em 17 de Maio de 2023 às 17:10

Diretoria e Conselho de Administração da Piá renunciam aos cargos

 Assembleia geral extraordinária foi convocada para o dia 19 de junho, quando novo comando deverá ser escolhido

Assembleia geral extraordinária foi convocada para o dia 19 de junho, quando novo comando deverá ser escolhido


Google Maps/Reprodução/JC
Membros da diretoria e do Conselho de Administração da Cooperativa Piá, com sede em Nova Petrópolis, na Serra, renunciaram aos cargos nesta quarta-feira, 17 de maio. A decisão foi tomada em reunião realizada pela manhã, conforme antecipou o Jornal do Comércio.
Membros da diretoria e do Conselho de Administração da Cooperativa Piá, com sede em Nova Petrópolis, na Serra, renunciaram aos cargos nesta quarta-feira, 17 de maio. A decisão foi tomada em reunião realizada pela manhã, conforme antecipou o Jornal do Comércio.
Uma assembleia geral extraordinária deverá ser realizada no dia 19 de junho para eleição do novo comando da empresa. No encontro, que ocorrerá em formato presencial, os 20.180 associados irão escolher os nomes que comporão a nova equipe de comando da Piá.
Mergulhada em uma crise financeira que se avolumou nos últimos anos e que acabou esgotando o fluxo de caixa, a cooperativa não conseguiu pagar os fornecedores de leite que deveriam ter recebido entre os dias 10 e 16 de maio. A conta, superior a R$ 10 milhões, ficou em aberto por conta da dificuldade de obtenção de novos créditos junto ao sistema financeiro.
Com resultado negativo de R$ 62,2 milhões no ano passado e um passivo que já alcança R$ 130 milhões, a Piá enfrentava dificuldades desde o início do ano, deixando sem receber representantes comerciais que recolhiam pedidos junto a supermercados. Com isso, as prateleiras desses estabelecimentos começaram a ser ocupadas por produtos da concorrência.
Produtores de algumas regiões-chave pararam de entregar leite aos caminhões da cooperativa. O volume recolhido na terça-feira já ficou abaixo da média, em sinal de que os fornecedores começavam a migrar para outras empresas.
A diretoria, pressionada e sem conseguir solucionar a situação, optou por sair. O presidente Jeferson Smaniotto, que já havia renunciado no final do ano passado, mas recuou, voltou a cogitar a posição no final de semana passado. Ele acabou permanecendo até esta quarta-feira, enquanto reuniões tentavam alinhar o futuro da empresa e minimizar o impacto da decisão.
O presidente da Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs), Darci Pedro Hartmann, que acompanhou a reunião, disse que o importante, agora, é assegurar ao máximo a legalidade do processo eleitoral e que a cooperativa precisa buscar líderes para a formação de uma chapa capaz de reestruturar a empresa.
“A Ocergs apoia institucionalmente a cooperativa e estará acompanhando esse período, para que a situação possa ser administrada. É importante encontrar caminhos para repactuar o passivo da Piá e proteger seus associados”, afirmou Hartmann.
A entidade já estava envolvida com as dificuldades da Piá nas últimas semanas e, na sexta-feira passada, esteve presente a uma das reuniões que sinalizaram esse desfecho.
A expectativa, agora, é que o sistema de crédito passe a olhar para a Piá com mais simpatia. A relação da diretoria demissionária com os bancos era difícil, por conta da não observância de orientações para a adoção de medidas mais cautelosas por parte da cooperativa. No final de semana, representante de uma das instituições com relacionamento com a Piá comentou que o receio de emprestar dinheiro e aumentar o rombo da cooperativa era um empecilho a mais nas negociações. 
O vice-presidente da Fetag, Eugênio Zanetti, lamentou o desfecho do caso e comentou sobre as dificuldades enfrentadas pela Piá e também pela Languiru, de Teutônia, que também passou pela renúncia da diretoria e agora tenta se reestruturar em meio à forte crise financeira.
"É uma lástima. É lastimável a situação em que as cooperativas agropecuárias se encontram, porque a única maneira de o pequeno produtor ser grande é através das cooperativas. E ver as cooperativas do jeito que estão é complicado. A minha maior preocupação é que esses prejuízos gerados, essa conta vai sobrar para o produtor rural pagar. Que se encontre uma saída pra que ele possa sair dessa situação e não tenha de arcar com um prejuízo gerado por diversos fatores. Quem menos tem culpa é o produtor", disse o dirigente.