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Geral

- Publicada em 18 de Fevereiro de 2019 às 16:26

UFRGS cortou mais de 30% dos terceirizados em quatro anos

Com cortes no orçamento, universidade diminuiu número de contratados de 2,5 mil para 1,7 mil

Com cortes no orçamento, universidade diminuiu número de contratados de 2,5 mil para 1,7 mil


MARIANA CARLESSO/JC
Amanda Jansson Breitsameter
O enxugamento de contratos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) com empresas terceirizadas afeta a vida de quem dependia do emprego e acabou sendo atingido pela redução de serviços e necessidade de pessoal. Foram cerca de 800 demissões com a revisão de serviços e despesas da universidade, concentrada entre 2015 e 2018.
O enxugamento de contratos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) com empresas terceirizadas afeta a vida de quem dependia do emprego e acabou sendo atingido pela redução de serviços e necessidade de pessoal. Foram cerca de 800 demissões com a revisão de serviços e despesas da universidade, concentrada entre 2015 e 2018.
Um dos atingidos foi Jorge Bastos, demitido em outubro do ano passado pela empresa que presta serviço em limpeza devido à revisão do contrato. Casado e com dois filhos, Bastos trabalhava com limpeza no campus do Vale, na zona Leste de Porto Alegre. Para o ex-auxiliar de serviços gerais, a notícia foi um duro golpe. "Trabalhei três anos e três meses lá. Agora voltei a fazer 'bicos'", diz Bastos. "Na UFRGS, recebia R$ 1,6 mil de salário com carteira assinada e mais R$ 360,00 para as passagens de ônibus", lembra Bastos, que percorre as ruas de Porto Alegre com uma máquina elétrica de cortar grama oferecendo o serviço de casa e casa.
Como a esposa dele também está desempregada, o trabalhador, que cursou apenas a 4ª série do Ensino Fundamental, admite que as dificuldades aumentaram. "Pego qualquer trabalho. Até faxina", avisa o desempregado, dizendo que a demanda está bem fraca.

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Desligado em outubro do ano passado, Bastos agora trabalha com 'bicos'. Foto Patrícia Comunello/Especial/JC
O corte no número de terceirizados, conforme o reitor da UFRGS, Rui Vicente Oppermann, foi necessário em razão das restrições orçamentárias cada vez maiores na universidade, consolidadas pela Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que colocou limites ao aumento nos gastos e que ficou conhecida como a PEC do Teto, aprovada em 2016.
Em 2015, a UFRGS contabilizava mais de 2,5 mil terceirizados. Um estudo realizado pela própria instituição em 2017, no entanto, apontou uma enorme quantidade de áreas "cinzentas": terceirizados que, por não terem áreas definidas de trabalho, apresentavam um longo tempo de ociosidade, enquanto outros setores ficavam desassistidos. "Os funcionários da limpeza que foram contratados depois desse levantamento passaram a atuar em um regime volante, trabalhando nos locais em que são necessários", detalha o Oppemann.
"Ninguém foi demitido, mas à medida que os contratos foram vencendo, apresentamos a nova demanda dentro dessa nova lógica, e isso mudou a nossa forma de contratar os serviços", explica o reitor. A medida, conforme Oppermann, gerou o melhor aproveitamento do trabalho dos funcionários. Com a mudança, a universidade cortou 32% do número de terceirizados: no fim de 2018, o total de contratados caiu a 1,7 mil. o reitor acrescenta que o enxugamento garantiu o pagamento em dia dos empregados pelas terceirizadas.
O gestor salienta ainda que a área da segurança foi a que sofreu menos cortes, pois é considerada prioritária. Ao mesmo tempo, a UFRGS passou a atuar apenas com guardas desarmados nos campi. "Não há necessidade de que a guarda destes locais carregue arma, o que também reduziu os custos da prestação do serviço. Os seguranças agora ficam no entorno dos campi e não mais dentro das áreas físicas. Houve melhora nos sistemas de câmeras de vídeo e monitoramento", detalha Oppermann.
A medida integra o rol de práticas de economia que atingem outras áreas. Em janeiro, a reitoria restringiu o funcionamento para poupar energia. A operação normal volta no começo de março, com as aulas do primeiro semestre. 
Outras medidas de redução de gastos incluíram a terceirização do preparo das refeições servidas nos Restaurantes Universitários (RUs), cortando gastos com funcionários que atuavam na tarefa, além de economias na manutenção de panelas e cozinhas. Os RUs também começaram a atender por um sistema de tíquetes, eliminando o pagamento com dinheiro, o que, conforme a reitoria, gerou economia com despesas bancárias.
Além das medidas de contenção da despesas, a UFRGS ainda vem sofrendo com a retenção de recursos de captação própria. No final de 2018, o governo Temer utilizou quase R$ 60 milhões que haviam sido arrecadados por atividades da universidade para o pagamento de aposentados e pensionistas. 
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