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Economia

- Publicada em 31 de Janeiro de 2019 às 22:11

Universidades federais reduzem operação para conter gastos

Universidade Federal de Pelotas é uma das instituições federais do Estado com déficit no orçamento

Universidade Federal de Pelotas é uma das instituições federais do Estado com déficit no orçamento


CCS UFPel/JC
Atualizada em 1º de fevereiro, às 18h30min
Atualizada em 1º de fevereiro, às 18h30min
Não é só a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) que adotou medidas, como funcionar em tempo reduzido, para conter gastos com orçamento menor nos anos recentes e prevendo um 2019 com mais dificuldades de caixa. O Jornal do Comércio apurou pelo menos outras seis Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), entre universidades e um instituto federal, com sede no Estado, também seguem o receituário: redução do turno de trabalho e revisão de contratos com prestadores de serviços. 
Na capital gaúcha, a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) definiu, em portaria administrativa, um horário diferenciado de funcionamento. Nas segundas-feiras, o expediente começa às 12h; nas sextas, encerra ao meio-dia. Medida recorrente do período de férias, a redução leva em consideração a necessidade de redução de custos, como os de energia elétrica, e a racionalização dos serviços.
Segundo a gestão da UFCSPA, o orçamento para o ano de 2019 é restrito, e a Reitoria vem realizando a revisão de contratos e a suspensão de atividades não essenciais, sem comprometer a qualidade do ensino. A instituição manifesta preocupação em relação ao capital para novos investimentos necessários para tirar do papel projetos da universidade como o Restaurante Universitário e a Clínica da Família, a qual, segundo a instituição, beneficiaria toda a população do bairro Centro Histórico.
A Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) também está em turno único ininterrupto semelhante ao que a Ufrgs implantou na segunda-feira passada. Mas no verão deste ano a duração da medida é por mais tempo devido ao agravamento do fluxo de repasses. O pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento da instituição com sede em Pelotas, Otávio Peres, diz que o orçamento teve corte de 7% em 2015, forçando a rever gastos desde então.
"Nos últimos dois anos, o desafio é a inflação", observa Peres, indicando o impacto da alta de preços. A administração vem cortando gastos em vigilância, limpeza, serviços gerais e locação de imóveis. "Não temos mais onde mexer no orçamento", alega o pró-reitor. A redução de horário ajuda a conter a conta de luz. Em 11 de março, a instituição volta a funcionar em horário integral.
Em agosto de 2018, a Ufpel investiu parte do orçamento de capital em uma frota de ônibus usados para transportar estudantes até o campus de Capão do Leão. Segundo nota no site da universidade, o investimento nos coletivos foi de R$ 1,4 milhão, e os custos mensais com 14 motoristas e manutenção é de cerca de R$ 88 mil do orçamento de custeio. De acordo com o pró-reitor, a aquisição foi bastante discutida e construída pela própria comunidade da universidade. Ainda assim, a frota não atende por completo à demanda da Ufpel, já que seriam necessários cerca de mais oito ou dez ônibus para suprir a demanda. Antes, o deslocamento para o campus na cidade vizinha era feito em transporte interurbano, e a universidade auxiliava os alunos com a tarifa.
A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) teve maior retenção de verbas entre 2014 e 2016. "Foram R$ 78,1 milhões de capital e R$ 29,18 milhões de custeio bloqueados, exigindo uma adequação dos contratos de terceirização e revisão de obras", explicou o pró-reitor de Planejamento da UFSM, Frank Leonardo Casado. Para lidar com a nova realidade, a universidade construiu até uma pequena usina de geração fotovoltaica (a partir do sol) no ano passado no campus do bairro Camobi, com potência de 110 kW. Para este ano, a universidade no Centro do Estado reduziu horários e tentará rever mais serviços de terceiros.
Funcionar em horário reduzido também chegou à Universidade Federal do Pampa (Unipampa), na Fronteira-Oeste. Unipampa em portaria divulgou menor tempo de expediente até março também na carona da economia, prevendo ano de restrições orçamentárias. Em Rio Grande, a Universidade Federal de Rio Grande (Furg) adotou expediente reduzido devido às férias acadêmicas e recursos. Segundo a Furg, o orçamento para 2019 teve redução para o custeio e capital. A Pró-reitoria de Planejamento e Administração da universidade diz que as ações para conter gastos "não são suficientes para arcar com todas as demandas da instituição". 
A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), com reitoria na cidade catarinense de Chapecó, tem campi nas cidades gaúchas de Cerro Largo, Erechim e Passo Fundo. A UFFS funciona em horário reduzido, das 7h30min às 13h30min - período das demais que entraram em regime de contenção. Desde 2016, a instituição sofre contingenciamento de recursos e racionaliza os gastos para que o orçamento R$ 55,4 milhões mantenha a UFFS aberta.
Com campi em várias cidades do Estado, o Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) terá funcionamento reduzido até 8 de fevereiro. Em uma portaria, a instituição estabelece o expediente menor alegando repasses inferiores de recursos. Segundo o reitor do IFRS, Júlio Xandro Heck, a redução nas férias já foi incorporada á rotina nas férias. Sobre o orçamento, Heck explica que o valor disponibilizado para 2019 é de R$ 47 milhões, levemente acima dos R$ 45 milhões de 2018. Mas ele lembra que aumentou também o número de alunos, além da inflação, sem garantia de reposição de valores no nível adequado. "O valor é inferior ao que a instituição necessitaria", afirmou o reitor. O orçamento limita obras de infraestrutura e investimentos em projetos de pesquisa e extensão.
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