Porto Alegre, domingo, 26 de agosto de 2018.

Jornal do Com�rcio

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Feira

Alterada em 26/08 �s 11h47min

Clima de otimismo domina a abertura oficial da Expointer em Esteio

EXPOINTER 2018
Abertura oficial da 41� Expointer.
Na foto: Secret�rio da Agricultura, Odacir Klein

EXPOINTER 2018 Abertura oficial da 41� Expointer. Na foto: Secret�rio da Agricultura, Odacir Klein


KARINE VIANA/PAL�CIO PIRATINI/JC
Rafael Vigna
O sol que tomou conta do Parque Assis Brasil, na tarde de sábado, em Esteio, resgatou a confiança dos representantes de entidades organizadoras da 41ª edição da Expointer. Apesar das incertezas com o cenário eleitoral, o ambiente econômico marcado pelo encarecimento dos insumos e a elevação da taxa de câmbio, o clima de otimismo dominou a abertura oficial da feira. Na avaliação dos representantes do setor, o evento será marcado pela “superação” e pela “expectativa” de bons negócios – já projetados em cerca de R$ 2 bilhões em 2018.
“Tenho certeza de que esta será a melhor Expointer dos últimos anos”, sacramentou o secretário do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Tarcísio Minetto. Na mesma linha, o presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Leonardo Lamachia, afirma que a 41ª edição do evento já dá indícios de que “teremos uma grande Expointer neste ano”.
Para o presidente do sistema Farsul, Gedeão Pereira, essa será uma feira lembrada pela expectativa e pela superação. “Temos noção dos grandes desafios e esta é uma oportunidade para superarmos as dificuldades”, comenta. Pereira chama a atenção para as incertezas que rondam a realização da feira. “O ambiente econômico é absolutamente confuso. A única certeza que temos é que não sabemos o custo da nossa safra. Quando o dólar bate na casa de R$ 4,10, mesmo que os fundamentos econômicos indiquem um câmbio a R$ 3,40, temos a nossa incerteza ampliada. Mesmo assim, creio que teremos uma grande feira”, analisa.
O Secretário Estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Odacir Klein, minimiza os efeitos do cenário macroeconômico. Segundo ele, trata-se de algo “circunstancial”, mas que não anula o otimismo com o desenvolvimento do agronegócio gaúcho. “Há expectativa e perplexidade com relação ao cenário econômico. Crises são constantes no setor. Por outro lado, quem compra animais de raça está de fato olhando para o futuro. Quem investe em máquinas e implementos agrícolas não está olhando para o presente ou para a crises circunstanciais, mas sim demonstrando otimismo com o futuro”, afirma.

Lideran�as recordam trabalho de Carlos Sperotto

“Carlos Sperotto vive”, proclamou o Secretário Estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Odacir Klein, durante a abertura da 41ª Expointer. A ausência do lider setorial que comandou o sistema Farsul com punhos de ferro por mais de 20 anos, foi sentida por muitos representantes setoriais. “Não se pode falar em uma homenagem póstuma, porque aqui no parque tem muita vida do Sperotto. Ele vive em cada resultado, em cada feito de suas lutas”, complementou o secretário.

Emocionado, o substituto de Sperotto à frente da Farsul, Gedeão Pereira, lembrou algumas bandeiras defendidas pelo ex-presidente da entidade, como a liberação da transgenia, as melhores condições de securitização e a defesa “incontestável e incondicional” do direito à propriedade. “Quero dizer que esta será mais uma grande Expointer, mas uma feita órfã do nosso grande presidente que nos deixou no dia 23 de dezembro. Se estabeleceu naquele dia um sentimento de ausência para o estado que estava acostumado a ter uma personalidade forte como a de Sperotto na defesa dos interesses do nosso agronegócio”, lamentou.

Fetag demonstra preocupa��o com Censo Agropecu�rio

Otimista com a feira, mas preocupado com alguns indicadores do último Censo Agropecuário do IBGE, o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, cobrou união dos governos em esfera federal e estadual para debater soluções. O representante da entidade demonstra apreensão com o envelhecimento dos homens e mulheres do campo.

“O senso rural indica algo que já nos tira o sono há algum tempo. Há cada vez menos gente jovem no campo e cada vez mais pessoas acima de 65 anos de idade à frente das nossas propriedades rurais. Quem vai produzir os nossos alimentos em 20 anos? ”, questiona.

Outro aspecto destacado por Silva se refere ao fato de 50% dos agricultores familiares não possuírem assistência técnica em seus segmentos. “Se quisermos avançar no desenvolvimento rural, precisamos melhorar esses indicadores. Governo do Estado e Federal necessitam trabalhar neste sentido. Já perdemos produtores, principalmente, de leite nos últimos anos. Não queremos continuar perdendo no leite, no frango, nos suínos e em nenhuma área da agricultura familiar. Temos de discutir estas questões, principalmente, em um ano eleitoral”, defende.
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