O mês de maio foi caracterizado por uma série de dificuldades para a Saúde no Rio Grande do Sul — a escassez de leitos pediátricos nos hospitais gaúchos, um surto histórico de casos de dengue e, ainda, a piora nos indicadores de Covid-19. Em meio às dificuldades, as hospitalizações resultantes da pandemia representam menor parcela nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs).
Aproximadamente 72,7% dos leitos de UTI Adulto estão em uso — 1.815 do total de 2.495 existentes no RS, segundo painel atualizado às 11h14min desta sexta-feira (27) pela Secretaria Estadual da Saúde (SES). Destes, pacientes diagnosticados com Covid-19 ocupam apenas 7,4% dos leitos, enquanto 88,9% são destinados ao tratamento de outras doenças.
Os dados oficiais consideram 301 hospitais do Rio Grande do Sul, sendo que 66 deles estão em atraso na apresentação das informações.
Suspeitas de coronavírus ou outra Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) representam 3,7% das internações nas UTIs Adulto. Em 2022, o Brasil totaliza 141.808
casos de SRAG, segundo boletim divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na quinta-feira (26).
Na semana, a SES contabiliza 169 novas confirmações e 30 suspeições em tratamento nos leitos clínicos (que incluem ambulatoriais e emergenciais) e UTIs. A informação consta no boletim interativo da secretaria, atualizado na quinta-feira.
Dos pacientes internados nos hospitais gaúchos, 716 são casos confirmados de Covid-19 e 283 são suspeitos, totalizando 999 hospitalizações relacionadas ao vírus. Deste total, há 33 pacientes pediátricos com coronavírus internados nas instituições de saúde gaúchas — 27 em leitos clínicos e 6 em UTIs. Considerando os 57 casos suspeitos, 90 pacientes relacionados à pandemia ocupam leitos da Pediatria, que enfrenta a
falta de vagas para suprir a demanda a nível nacional.
Na quarta-feira (25), o governo estadual emitiu
novos avisos a todas as regiões após nova onda de contaminações e internações. Entre suspeitos e confirmados, o executivo gaúcho constatou um aumento de 83% nas internações clínicas em duas semanas, com a soma de 320 pacientes. Nas UTIs, houve um acréscimo de 50 pacientes no período.
Os hospitais de Porto Alegre enfrentam a alta demanda por atendimento, que vem tanto de dentro como de fora da capital. A Central de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirmou nesta quinta (26) que, dos 396 pacientes que aguardavam hospitalizações nos pronto-atendimentos ou emergências no início da tarde,
49% vieram de outras cidades.
Em meio a
pior infestação do mosquito
Aedes aegypti no Rio Grande do Sul,
diagnósticos de dengue ocupam 133 leitos — 97 quadros clínicos e 36 em UTIs. Destes, 25 foram admitidos nos últimos sete dias, segundo o painel de monitoramento da SES, atualizado pela última vez na quarta-feira.