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Economia

- Publicada em 03 de Março de 2021 às 11:58

Prevendo falta de peças, GM decide parar fábrica de Gravataí em abril e maio

Com dificuldades de componentes, fábrica de Gravataí está em férias e com pátio vazio

Com dificuldades de componentes, fábrica de Gravataí está em férias e com pátio vazio


MARCO QUINTANA/JC
Patrícia Comunello
Ao mesmo tempo em que a pandemia gera uma super demanda de doentes nos hospitais que já acusam colapso da capacidade, também provoca outro efeito estrutural na economia: falta de insumos para mover fábricas. A situação levou a General Motors (GM) a decidir parar a produção na unidade de Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) em abril e maio.
Ao mesmo tempo em que a pandemia gera uma super demanda de doentes nos hospitais que já acusam colapso da capacidade, também provoca outro efeito estrutural na economia: falta de insumos para mover fábricas. A situação levou a General Motors (GM) a decidir parar a produção na unidade de Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) em abril e maio.
A suspensão de contratos nos dois meses que atingiria dois terços da força de trabalho vai abranger toda a operação, segundo comunicado feito na manhã desta quarta-feira (3) pela montadora em reunião com a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (Sinmgra) no Complexo Industrial Automotivo de Gravataí (Ciag).
A parada começa em 5 de abril até o fim de maio. "Em junho, vão ver", disse o diretor administrativo do Sinmgra, Valcir Ascari, indicando que o cenário de retomada vai depender do suprimento de autopeças. Em 2020, também ocorreu suspensão de contratos, que é um recurso que evitar demissões. 
Neste momento, a fábrica está parada devido a férias coletivas que já haviam sido anunciadas em janeiro. A razão: fornecimento de componentes para montar as unidades do modelo Onix. Resultado da atual condição é que os pátios que costumavam estar lotadas antes da pandemia, estão vazios, informa Ascari. Os trabalhadores voltam no dia 22 deste mês para dois turnos de produção, como era antes do descanso coletivo, e param de novo no dia 5 de abril. 
A indústria automotiva brasileira enfrenta os menores níveis de estoques da história, segundo a Anfavea, que representa os fabricantes. O suprimento de autopeças é afetado pelo fluxo menor nas importações, afetadas pela crise sanitária e ritmo de produção no mundo e ainda por custos mais elevados de matéria-prima, como aço e derivados petroquímicos. Mesmo assim, no cenário global, a GM teve lucro que surpreendeu
Além disso, o varejo é afetado com novos fechamentos em estados, como no Rio Grande do Sul, para estancar a contaminação pelo novo coronavírus.    
Ascari explica que a ampliação do lay-off para todo o quadro, que envolve ainda os sistemistas - empresas situadas no Ciag que entregam componentes na planta diretamente -, está previsto no acordo. "A empresa disse que faria de um turno (suspensão), mas depende das condições para produzir", relaciona o sindicalista. 
As medidas que vão afetar a produção na unidade, considerada uma das mais eficientes do mundo da marca e onde um carro é montado a cada 60 segundos - nova plataforma estreou em 2019 -, e a capacidade diária é de 1,4 mil veículos por dia quando opera em três turnos, tentam amenizar a escassez de suprimento de peças como pneus e itens de aço, plástico e vidro.
O sindicato ainda confirma que o pagamento do Programa de Participação nos Resultados (PPR) está confirmado, dentro do acordo firmado por dois anos. A primeira parcela do PPR será depositada em abril no valor de R$ 9,3 mil para os funcionários da GM e de R$ 5,1 mil para o quadro das sistemistas.
Além disso, também será pago o abono de R$ 1 mil (pessoal da GM) e R$ 540,00 (pessoal das sistemistas) em maio. Os dois benefícios estão no acordo coletivo. Em janeiro, R$ 23 milhões referentes ao PPR de 2020 foram depositados para os empregados. 
Sobre a dificuldade de conseguir autopeças, o diretor do Sinmgra aponta a dependência ao suprimento de multinacionais, com muita importação de componentes, como da Ásia, como o principal problema. Muitos críticos agregam ainda as recentes decisões como a da Ford, de fechamento de fábricas no Brasil, como processo de desindustrialização
"A dependência se agravou nos últimos anos e muito por falta de um projeto de desenvolvimento de tecnologia local para ter autonomia, crucial neste momento", assinala Ascari. 
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