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Coronavirus

- Publicada em 04 de Abril de 2020 às 15:19

Pandemia provoca queda de vendas e demissões no Rio Grande do Sul

O segmento da economia que mais sofreu os impactos foi o comércio

O segmento da economia que mais sofreu os impactos foi o comércio


NÍCOLAS CHIDEM/JC
Jefferson Klein
Assim como o perigo à vida das pessoas que o coronavírus representa, as consequências da pandemia têm sido terríveis para a economia do País e o Rio Grande do Sul não é exceção. Vários segmentos estão verificando demissões em massa e registrando diminuições drásticas em suas vendas.
Assim como o perigo à vida das pessoas que o coronavírus representa, as consequências da pandemia têm sido terríveis para a economia do País e o Rio Grande do Sul não é exceção. Vários segmentos estão verificando demissões em massa e registrando diminuições drásticas em suas vendas.
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A recém publicada Medida Provisória (MP) 936 do governo federal, que permite temporariamente as reduções de jornada de trabalho e salários, além da suspensão do contrato do empregado, é vista com bons olhos por representações da classe empresarial, mas repreendida pela CUT-RS.
O diretor da Fiergs e coordenador do Conselho de Relações do Trabalho (Contrab) da entidade, Thômaz Nunnenkamp, informa que na última semana de março, em relação à semana anterior, as vendas de setores industriais no Estado como o de veículos, coureiro calçadista e móveis caíram, respectivamente, 73%, 85% e 86%. Já segmentos como o de eletroeletrônicos, bebidas, máquinas e equipamentos sofreram quedas na ordem de 50%.
A Receita Estadual, braço da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), informou, com base em fluxo de notas fiscais, que o comércio vendeu 43% menos entre 21 e 27 de março, a indústria teve recuo de 35%, e o atacado, de 17%, comparado com o período equivalente do ano passado. 
Nunnenkamp acredita que os números ainda vão piorar antes de melhorar. O diretor da Fiergs reforça que o consumidor está assustado e inseguro, pois não sabe o que esperar quanto ao tempo que levará os desdobramentos da pandemia. O dirigente considera que a MP 936 veio para ser uma resposta de emergência.
“É preciso pensar que se busca manter os empregos em companhias em que as vendas caíram mais de 80%, é necessário fazer alguns ajustes, não adianta somente dar férias, muitas vezes não há meios financeiros para fazer frente à folha”, frisa. Nunnenkamp reforça que a iniciativa não resolve todos os problemas, contudo se trata de uma ajuda importante.
A MP prevê a redução de jornada de trabalho entre 25% e 70% pelo prazo máximo de 90 dias. Já a suspensão do contrato de trabalho é de até 60 dias. A Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia calcula que 24,5 milhões de trabalhadores com carteira assinada podem ser abrangidos com a medida, com potencial de preservação de 8,5 milhões de empregos, com um custo total aos cofres da União de R$ 51,2 bilhões, já que o governo vai compensar parte da perda na remuneração do colaborador através da concessão do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda.
O advogado sócio do escritório A & B Advocacia Empresarial e membro da divisão jurídica da Federasul Adalberto Bueno considera a MP 936 como crucial para o País não entrar em colapso. Ele ressalta que, se não há um mercado para a comercialização de um determinado produto, a empresa não tem condições de manter seus funcionários. O advogado ressalta que a possibilidade da redução da jornada de trabalho está prevista na Constituição e a suspensão de contrato na CLT. Bueno não descarta a hipótese de que, se a questão econômica no País se agravar, o governo estenda o prazo dessa medida.
Para o integrante da Federasul, o segmento da economia que mais sofreu os impactos do coronavírus foi aquele que mais teve cerceada a possibilidade de operar, que é o de comércio e serviços. “A indústria, de um modo em geral, continua aberta, não teve uma proibição completa desse setor”, argumenta. Porém, ele destaca que, o comércio e o serviço sendo afetados, não deixa de haver reflexos para a área industrial. “Por exemplo, se o varejo de calçados começa a fechar as portas, a produção desses itens também é impactada”, comenta.
Já o presidente da CUT-RS, Amarildo Pedro Cenci, considera inadequada a MP 936. Para o dirigente, é necessário ter uma política pública que defenda integralmente o salário e a renda da população e o máximo de preservação das companhias. “Fazer uma meia-sola neste momento de crescimento da pandemia é jogar as pessoas no imponderável, é não dar uma estabilidade emocional para os trabalhadores e segurança para as empresas buscarem caminhos que não signifiquem o corte da renda das pessoas”, critica.
Cenci sustenta que, enquanto não existirem condições para fazer em larga escala exames para saber o nível de contaminação que os brasileiros estão submetidos e não ter estrutura de saúde para atender aos doentes, não há razão para que o público saia do isolamento.
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