A indústria calçadista, que sem considerar a cadeia de suprimentos, empregava, conforme dados do final do ano passado, 269,4 mil pessoas no Brasil, das quais 86,9 mil no Rio Grande do Sul, é outro dos segmentos que vêm sendo fortemente impactados pela pandemia.
Até essa sexta-feira (3), o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira, estimava em cerca de 11 mil as demissões no País, sendo aproximadamente 3 mil somente no Estado, que lidera em exportações do setor.
O dirigente acrescenta que, com os dados disponíveis até o momento, calcula-se uma retração de 60% na produção calçadista nacional em março, devido aos impactos observados desde o dia 16 daquele mês. O panorama reflete diretamente na economia gaúcha, já que o Rio Grande do Sul corresponde a 22,1% da produção nacional do segmento.
Ferreira reitera que a redução da produção afeta, naturalmente, no nível de emprego do setor. Ainda assim, conforme pesquisas, 48% das empresas, em âmbito nacional, não verificaram demissões.
O aumento do número de dispensas, ou não, para o presidente da Abicalçados está correlacionado ao cenário que se estabelecerá nos próximos meses. Ele acredita que a MP 936 possa reduzir o número de desligamentos no setor, mantendo empregos enquanto há redução da atividade das empresas no curto prazo. Todavia, o dirigente frisa que a retomada da demanda é essencial para a sustentação do nível de produção e emprego.
“Sabemos que a liberação do comércio é de responsabilidade das autoridades competentes, porém, para que as indústrias possam retomar suas produções, precisamos que os lojistas efetuem pedidos”, ressalta Ferreira.