Um levantamento do Sindicato de Hotéis de Porto Alegre (SHPOA) revela que 73,5% das unidades hoteleiras da cidade consultadas estão fechadas, sendo que 20% delas não têm previsão de retorno. Para o balanço, foram abordados 34 hotéis da Capital gaúcha. Apenas nove mantêm as atividades, porém com medidas de higiene e funcionamento especiais.
Os empreendimentos que não suspenderam suas atividades tiveram uma taxa de ocupação média de apenas 14% até o final do mês de março. Os hotéis que decidiram por manter as funções tiveram a consciência e responsabilidade de seguir as orientações dos órgãos de saúde, afirma o presidente do SHPOA, Carlos Henrique Schmidt.
“Higiene redobrada, equipe reduzida e tarifas especiais para profissionais da área da saúde são alguns dos exemplos de ações que estão sendo feitas para garantir a segurança de todos durante esse período”, indica o dirigente.
O vice-presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), Sandro Zanette, acrescenta que desde que começou a questão da pandemia, a queda de movimentação no setor foi percebida gradualmente. Ele adianta que esse cenário já reverteu em demissões no segmento, mas ainda não é possível mensurar o quanto.
O presidente do Sindha já recebeu informações de bares, restaurantes e casas noturnas que demitiram de 20% a 40% do total de funcionários. São em torno de 67 mil empregos gerados pela área de hotelaria e gastronômico de Porto Alegre e região.
A resposta do mercado após a situação com coronavírus amenizar, para Zanette, dependerá do tempo que durar a pandemia. Se demorar muito, o presidente do Sindha pensa que o retorno do público será lento, até por uma questão financeira, pois muitas pessoas estão sem recursos e cortando despesas. Outro ponto é o fator psicológico, com parte dos consumidores tendo receio de ir em locais fechados e com aglomerações.
O dirigente defende que quem tem que definir se as pessoas podem sair ou não para a rua são os especialistas da área da saúde. “Então, orientamos que o setor obedeça aos decretos e siga as restrições e as normas, mas por outro lado nós pedimos o apoio do município, do Estado e da União para que a economia sofra o menos possível, pois realmente a situação é desesperadora”, conclui.