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Com a Palavra

Not�cia da edi��o impressa de 02/03/2020. Alterada em 03/03 �s 15h09min

Acquabios amplia linha de produ��o

MICAEL DE OLIVEIRA/DIVULGA��O/JC
Roberto Hunoff
Fundada em 2008, a Acquabios é uma das líderes no mercado nacional de purificadores de água. Sediada em Caxias do Sul, nos últimos anos, viu sua estrutura ficar pequena para atender à forte demanda do segmento em que atua, que tem lhe rendido crescimento médio anual de 30%. A empresa se prepara para a construção de nova sede, em Farroupilha, onde encontrou agilidade e empenho do poder público para o encaminhamento dos trâmites burocráticos, algo que a administração passada de Caxias do Sul, do prefeito cassado Daniel Guerra, não ofereceu.
Com o investimento inicial de R$ 25 milhões, abrirá em torno de 100 vagas, e terá estrutura para novos acordos comerciais, no Brasil e em outros países, e para ampliar seu portfólio de produtos. De acordo com a diretora Daiane Panazzolo, que comanda a empresa ao lado ao CEO, Ademir Rech, o mercado de purificação de água está em forte expansão, com perspectivas promissoras no Brasil e no exterior, em sintonia com demandas da população menos favorecida.
Empresas & Negócios - Como surgiu e qual é o foco de atuação da Acquabios?
Daiane Panazzolo - Ela surgiu em 2008, a partir da dissolução de uma sociedade que atuava com purificadores de água desde 1994. Esta empresa foi pioneira, no Brasil, no desenvolvimento da tecnologia de purificação, que, até então, era importada. Decidiu-se, em 2008, criar uma empresa que garantisse água de qualidade a uma população que não tinha acesso a esse benefício até então, porque a maioria das marcas atuava no atendimento industrial, com purificador de água gelada, de maior valor agregado. Lançamos um produto popular e barato para as classes C, D e E, começando pelas comunidades do Rio de Janeiro, tendo o varejo como principal canal de distribuição. De 2014 a 2016, a marca começou a aparecer, especialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, com presença em grandes players.
E&N - Em que estágio a empresa se encontra neste momento?
Daiane - Ao longo dos anos, ampliamos as instalações em Caxias do Sul, onde operamos em três prédios próprios. Mas não temos mais para onde expandir, porque estamos numa área mista, com grande número de imóveis residenciais. Por isso, decidimos por uma nova planta para atender à demanda atual e projetando expansão futura. Em Farroupilha, encontramos uma lei de incentivos para novas tecnologias, alinhada com o nosso propósito. Foram receptivos, ágeis e empreendedores. O projeto já foi protocolado, e esperamos, em dezembro próximo, estar operando com parte da produção na planta.
E&N - O que deve ser feito com a estrutura de Caxias do Sul?
Daiane - A intenção não é fechar, é termos duas plantas. O que deve ocorrer em Caxias é reduzir a área ocupada de três para dois prédios.
E&N - Qual é o projeto para Farroupilha?
Daiane - Adquirimos um terreno de 30 mil m², onde vamos erguer, na primeira fase, planta de 7,5 mil m², destinada à parte industrial e administrativa. A primeira fase é emergencial, porque não tem como crescer mais. Devemos abrir em torno de 100 vagas, a maioria para moradores de Farroupilha, para produção. Para área técnica e funções estratégicas, deveremos usar mão de obra da planta de Caxias do Sul, que, hoje, tem 112 empregados. O investimento inicial será de R$ 25 milhões, sendo 50% de recursos próprios e o restante financiado pelo BRDE. Neste espaço, vamos dar início a uma nova linha de produtos, que está em desenvolvimento com um grupo do Centro do País. Temos como meta de ampliação futura, também de 7,5 mil m², mas o prazo vai depender da evolução do mercado e dos novos produtos. A unidade terá uma disposição horizontal, mais eficiente e ágil. Vamos, desde a primeira fase, trabalhar com a visão da Indústria 4.0. A ideia é ter um parque fabril moderno, tecnológico e sustentável, com evolução gradual, acompanhando o crescimento.
E&N - Como tem sido o ritmo de crescimento da empresa?
Daiane - No ano passado, crescemos 30%. Estimamos manter esse índice para a próxima década, ou seja, dobrar de tamanho a cada três anos. Para 2020, já com a operação da nova planta, esperamos crescer 40%. Por isso, precisamos investir em automação e eficiência. Queremos ser referência no setor.
E&N - Esta expansão se dá por evolução do mercado ou por conquista de fatias de concorrentes?
Daiane - Ocorre, principalmente, pelo crescimento do mercado. As classes menos favorecidas melhoraram sua capacidade de consumo na última década. Famílias que antes não tinham saneamento básico, agora têm. É uma classe que passou a consumir purificador, mas não tem condições de comprar água engarrafada. O purificador é uma solução prática nas comunidades, porque levar bombonas de água para os morros é complicado. O produto é muito usado nesses locais pela praticidade e custos. O mercado também sofre influência da inserção dessas famílias nas redes sociais, onde se prega muito a sustentabilidade e qualidade de vida. Mas parte da expansão também veio da conquista de mercados da concorrência.
E&N - Como a marca se posiciona no mercado nacional?
Daiane - Não há dados oficiais sobre esse segmento, mas acreditamos que sejamos a segunda ou terceira maior entre as fabricantes que atuam exclusivamente no mercado de purificadores para água, porque várias outras grandes marcas, de outros segmentos, também têm o produto no portfólio. No mercado brasileiro de purificadores de água, como um todo, vende-se em torno de 1 milhão de unidades por mês. Temos mais projeção no Sudeste e, agora, buscamos pulverizar de forma mais intensa para todo o Brasil. As regiões Nordeste e Norte são de muito potencial, mas o custo de chegar lá, em razão da logística, é maior. Por isso, vamos precisar de centros de distribuição.
E&N - A empresa atua exclusivamente com foco doméstico?
Daiane - Nosso foco é a aplicação doméstica com objetivo de melhorar a vida das pessoas. Esse nicho representa em torno de 90% da receita. Mas ainda temos soluções para outras partes da casa que usam água, como caixas d'água, lavadoras de roupas e bebedouros. Também vendemos para indústrias de bebidas, farmacêutica e até petrolífera. Atendemos alguns clientes industriais, fornecendo componentes. Temos muito mercado para prospectar e atuar. Atualmente, nossa capacidade de produção é 1,9 milhão de peças por ano.
E&N - E como se diferenciar neste mercado?
Daiane - É difícil mudar a tecnologia de filtração, pois, para agregar, é preciso investimentos elevados. E aí é preciso mudar a cultura do mercado, que necessita entender que o produto ficará mais caro. Temos evoluído nas tecnologias de produção para obter mais agilidade e buscado investir em design e cores. Somos conhecidos pelo uso variado de cores. Mesmo sendo popular, o produto não precisa ser feio. Em dezembro, lançamos nova linha, compacta e com tecnologia diferenciada. Deixamos de fazer só produto popular para atender um público de melhor poder aquisitivo. Também avaliamos uma parceria internacional para mudar alguns conceitos. Ainda estamos trabalhando para entender mudanças no comportamento do consumidor, que ocorrem de forma rápida. Por exemplo, já há empresa oferecendo locação de purificador.
E&N - O mercado externo faz parte dos planos da Acquabios?
Daiane - Pela situação atual, não temos capacidade de atuar externamente. Mas, com a nova planta, poderemos atender a esse segmento, que se mostra muito atraente. Estivemos no México e prospectamos grande potencial. Com o câmbio atual, dá para vender com os mesmos custos que a China. A exportação começará devagar, mas crescerá a passos largos nos próximos dois anos. E acredito muito na aceleração da economia brasileira.
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