Comentar

Seu coment�rio est� sujeito a modera��o. N�o ser�o aceitos coment�rios com ofensas pessoais, bem como usar o espa�o para divulgar produtos, sites e servi�os. Para sua seguran�a ser�o bloqueados coment�rios com n�meros de telefone e e-mail.

500 caracteres restantes
Corrigir

Se voc� encontrou algum erro nesta not�cia, por favor preencha o formul�rio abaixo e clique em enviar. Este formul�rio destina-se somente � comunica��o de erros.

Porto Alegre, quarta-feira, 23 de maio de 2018.

Jornal do Com�rcio

Opini�o

COMENTAR | CORRIGIR

editorial

Not�cia da edi��o impressa de 24/05/2018. Alterada em 23/05 �s 21h07min

Os brasileiros que nem estudam e nem trabalham

Ser pessimista em meio a um quadro de fraco crescimento socioeconômico não resolve muito, talvez quase nada ou nada mesmo. Porém, não se pode descurar de alguns números que modelam situações vividas por parte da nossa população que merecem soluções. E não apenas governamentais, mas de todos os envolvidos em algo que é por demais preocupante.
Com o desemprego gerado pela recessão, aumentou o número de jovens que nem estudam nem trabalham no Brasil, na comparação de 2017 com 2016. A parcela da população de 15 a 29 anos que não estava empregada nem estudava cresceu de 21,8% do total, em 2016, para 23,0% em 2017. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
E de um ano para o outro, houve um aumento de 5,9% nesse contingente, o que equivale a mais 619 mil pessoas nessa condição, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Não se pode negar que há uma influência do momento econômico pelo qual estamos passando há cerca de três anos, isso é inconteste. Mas, a situação é preocupante, pois outros países, e a Coreia do Sul sempre é citada, que estavam atrás economicamente do Brasil há cerca de 40 anos, estão agora bem à frente. E isso foi, segundo divulgado, graças a um forte esforço na área educacional.
Só que o momento econômico ruim do País atinge homens e mulheres de forma diferente. Na análise segundo o sexo, 17,4% dos homens de 15 a 29 anos não estavam ocupados, nem estudando ou se qualificando, enquanto 28,7% das mulheres na mesma faixa etária estavam nessa condição. Assim como em outros recortes da Pnad divulgados ano passado, os dados anunciados mostram que os afazeres domésticos e os cuidados com os filhos seguiam como um dos principais motivos para as mulheres não estudarem.
Considerando a população de 15 a 29 anos que não estuda nem havia concluído o Ensino Superior, os cuidados domésticos foram o segundo motivo mais citado pelas mulheres, com 24,2%, para estar nessa condição. O motivo mais citado pelas mulheres foi o fato de estar trabalhando ou procurando emprego, com 28,9%.
Entre os homens, o trabalho é o motivo mais citado, com 49,4%, enquanto a necessidade de se dedicar a afazeres domésticos ou cuidar de crianças e idosos aparece com apenas 0,7%.
Os dados corroboram um recorte da Pnad divulgado em 2017 que mostrou que as mulheres trabalham quase o dobro de horas que os homens cuidando da casa ou de pessoas da família. A média de horas dedicadas a essas tarefas no Brasil era de 16,7 horas por semana em 2016, mas as mulheres trabalhavam 20,9 horas semanais, contra apenas 11,1 horas para os homens. Esta é uma das razões também para que não se espere tudo dos governos, seja o federal, o estadual ou o municipal.
As más consequências do que está errado não é um problema dos poderes constituídos. É uma situação que desemboca em todos nós. Felizmente, veem-se empresas tratando de auxiliar prefeituras e governos estaduais com a doação daquilo que produzem, sendo armamento o setor apoiando no Rio Grande do Sul.
Direta ou indiretamente, elas, as empresas doadoras, serão beneficiadas por meio dos seus dirigentes, empregados, e suas famílias. Não somos segmentos estanques, em que certos estratos sociais estão imunes às mazelas. Não, estamos todos vivendo na mesma época e enfrentando as mesmas dificuldades. Saná-las será muito bom para todos nós.
 
COMENTAR | CORRIGIR
Coment�rios
Seja o primeiro a comentar esta not�cia