Comentar

Seu coment�rio est� sujeito a modera��o. N�o ser�o aceitos coment�rios com ofensas pessoais, bem como usar o espa�o para divulgar produtos, sites e servi�os. Para sua seguran�a ser�o bloqueados coment�rios com n�meros de telefone e e-mail.

500 caracteres restantes
Corrigir

Se voc� encontrou algum erro nesta not�cia, por favor preencha o formul�rio abaixo e clique em enviar. Este formul�rio destina-se somente � comunica��o de erros.

Porto Alegre, quinta-feira, 03 de maio de 2018.

Jornal do Com�rcio

Opini�o

COMENTAR | CORRIGIR

editorial

Not�cia da edi��o impressa de 04/05/2018. Alterada em 03/05 �s 21h12min

D�ficit habitacional popular precisa ser enfrentado

A tragédia ocorrida em São Paulo, com a destruição do edifício Wilton Paes de Almeida, que desmoronou após um incêndio, precisa de resposta prática, ou seja, uma grande diminuição do déficit de moradias populares. O problema existe e, a partir dele, foi criado o Movimento de Luta Social por Moradia (MLSM), que coordenava a ocupação do prédio. O edifício de 24 andares veio ao chão e desnudou, da pior maneira, a chaga que temos no Brasil, um grosseiro déficit de moradias populares.
O Programa Minha Casa Minha Vida foi boa ideia, mas houve desvirtuamentos. No entanto, se minimizaram-se as lacunas existentes no setor, não se conseguiu ainda acabar com a crônica falta de locais para moradia de milhares de brasileiros, de Norte a Sul. Descobriu-se uma ferida social que atinge tantos que buscam um local onde morar. Preferencialmente perto de onde haja trabalho ou ocupação, geralmente em bairros das cidades. Porém edifícios abandonados nas zonas centrais de capitais, como no caso de São Paulo, servem de abrigo para dezenas, às vezes centenas de pessoas. Por isso a maioria não quer ser deslocada para núcleos habitacionais longe dos centros urbanos.
Mas não tem como ser construídas dezenas ou centenas de moradias em áreas consagradas nas urbes, pois, evidentemente, o custo dos terrenos ou das desapropriações tornaria os projetos fora das possibilidades das prefeituras. Além disso, não existem, hoje, em todas as cidades, terrenos disponíveis para loteamentos próximos das áreas centrais. Isso é válido também para Porto Alegre, onde temos cerca de 4 mil moradores de ruas. A nossa Capital teve núcleos bem populares, caso da Vila Movimento Assistencial de Porto Alegre (Vila Mapa), erigida na Zona Sul após grandes inundações, quando era prefeito Célio Marques Fernandes. Depois dele, o prefeito Telmo Thompson Flores idealizou a Vila Restinga, hoje um populoso e dinâmico bairro de Porto Alegre. Com as crises socioeconômicas cíclicas pelas quais o Brasil passa, o problema ressurge, e com novos habitantes excluídos dos empregos formais, vivendo de biscates ou mesmo como pedintes nas ruas.
Mulheres e crianças são as grandes vítimas da situação com a falta de locais acessíveis aos que ganham pouco, quando recebem algo. Porto Alegre e seu Departamento Municipal de Habitação (Demhab) tiveram momentos de realizações. Entretanto, quase sempre, agindo após a constatação de tanta gente morando embaixo de viadutos e, atualmente, montando barracas em praças, em calçadas arborizadas ou sob marquises de edifícios como proteção contra chuvas. Mas, servidores de secretarias municipais encarregadas de monitorar e, se possível, retirar das ruas esses indigentes declaram que muitos, nas abordagens, como ocorreu no viaduto Otávio Rocha, se recusam a deixar os locais. Agora, foi lançado o Plano Municipal de Superação da Situação de Rua, da Secretaria Municipal da Saúde em parceria com a Fasc. Porém, os moradores de rua querem ficar próximos de onde fazem biscates ou pedem e ganham algum dinheiro. É uma outra dificuldade dentro do problema maior, que é o aumento das pessoas morando nas vias públicas e, teoricamente, ampliando o déficit habitacional popular.
Assim, os órgãos municipais, com auxílio de verbas estaduais e federais, planejem mais moradias. E, idealizando-as, que tenham escola e posto de saúde, desde que a densidade demográfica assim o indique. Finalmente, mas não impossível, com um posto para policiamento ostensivo. Talvez seja pedir demais, mas seria o melhor.
 
COMENTAR | CORRIGIR
Coment�rios
Seja o primeiro a comentar esta not�cia