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Opinião

- Publicada em 02 de Maio de 2018 às 17:12

Polo naval de Rio Grande e a economia da Metade Sul

A desativação, praticamente, do polo naval de Rio Grande deixou em torno de 15 mil operários - no auge das encomendas - sem ocupação e desfez um sonho de progresso que embalava mentes e corações rio-grandinos. Depois de anos com muitos investimentos no comércio e serviços, especialmente no rastro dos grandes estaleiros que lá se instalaram, a chamada "Noiva do Mar" está fenecendo. Não totalmente, porém voltando a patamares de antes, bem antes, do polo naval que fez a cidade se expandir como jamais antes acontecera.
A desativação, praticamente, do polo naval de Rio Grande deixou em torno de 15 mil operários - no auge das encomendas - sem ocupação e desfez um sonho de progresso que embalava mentes e corações rio-grandinos. Depois de anos com muitos investimentos no comércio e serviços, especialmente no rastro dos grandes estaleiros que lá se instalaram, a chamada "Noiva do Mar" está fenecendo. Não totalmente, porém voltando a patamares de antes, bem antes, do polo naval que fez a cidade se expandir como jamais antes acontecera.
Lastimavelmente, a crise de corrupção que atingiu a Petrobras acabou espalhando estilhaços socioeconômicos e financeiros em vários lados, acabando na suspensão de novas encomendas de plataformas aos estaleiros do polo naval de Rio Grande. Por isso, ocorreram demissões em massa.
O último duro golpe foi quando o Estaleiro Rio Grande, da empresa Ecovix, confirmou a demissão de cerca de 3,2 mil funcionários. O número representou mais da metade dos trabalhadores que atuavam nesse segmento na região. Como a reação contra o sucateamento do polo naval não tem encontrado respaldo federal, e em nível estadual ela é pífia, o fim do polo naval é, praticamente, inevitável.
Somente novas encomendas por parte da Petrobras reanimariam o setor, trariam recontratações e oportunizariam um soerguimento do comércio, dos serviços e mesmo da hotelaria de Rio Grande. Aliás, setor que havia investido na cidade justamente no rastro da pujança trazida pelo então futuroso polo naval. Governo do Estado, políticos e empresários gaúchos estão tentando sensibilizar a direção da Petrobras quanto à situação do polo naval na Metade Sul do Estado. Mas, o desânimo domina o setor em Rio Grande e somente com novas encomendas é que a situação poderá ser normalizada.
Só assim os empreendedores voltarão a ter confiança para fazer investimentos. O fato é que a Petrobras está levando as suas encomendas para outras nações, o que é um despropósito, nesta fase aguda de dificuldades socioeconômicas pelas quais o Brasil está passando, com muito sofrimento.
Uma prova do alento com o polo naval foi que, depois da construção dos estaleiros e da entrega da primeira plataforma de petróleo, a P-53, em 2008, dois shopping centers foram erguidos no município. Agora, quem volta a Rio Grande percebe lojas e empresas fechadas. A estatal tinha contratado com a Ecovix para a concretização de oito cascos de plataformas de petróleo, sendo que três foram entregues, dois foram deslocados para a China para serem concluídos e os outros três tiveram os acordos cancelados.
Para dirigentes sindicalistas, o cancelamento feito pela Petrobras foi uma atitude considerada como covarde. Ora, com o cancelamento de tamanha encomenda não é difícil saber dos problemas e da decadência socioeconômica que isso trouxe para a cidade e, também, para São José do Norte.
Piorando o quadro de desânimo, 85% dos ex-funcionários do estaleiro da Ecovix eram oriundos da Metade Sul e não há mais mercado para reinserir essa mão de obra qualificada. Os salários desse pessoal variavam de R$ 1,8 mil a R$ 40 mil, e a ausência dessa massa financeira foi fortemente sentida pela economia local, obviamente.
A esperança é que as demissões não signifiquem o abandono do polo naval. Saliente-se que o Estaleiro Rio Grande possui o maior dique seco da América Latina e diversos equipamentos de ponta que não podem ficar ociosos. Por tudo isso, espera-se que venham novas encomendas. Não como antes, mas que sirvam para reativar o polo naval de Rio Grande. É o que se deseja e a economia gaúcha mais do que necessita.
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