O Ministério Público Federal (MPF) pediu o sequestro de dois apartamentos de São Paulo comprados pelas filhas do ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci (PT) entre 2014 e 2015, por suspeita de que as operações foram fruto de lavagem de dinheiro.
De acordo com análise de dados fiscais e bancários do petista, nos dois anos, ele doou R$ 2,9 milhões a Carolina Silva Palocci e R$ 1,5 milhão a Marina Watanabe. Rastreamento dos dados bancários aponta que a primeira transferência é contemporânea à compra de um apartamento na rua Peixoto Gomide, no bairro Cerqueira César e; a segunda transferência, à aquisição de imóvel na alameda Sarutaiá, nos Jardins.
O pedido foi feito pelo procurador da Lava Jato Januário Paludo em 16 de junho. Até a tarde desta segunda-feira, o pleito não havia sido analisado pelo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro. "Havendo indícios de que os bens são produto/proveito de crimes praticados por Antonio Palocci, bem como sendo estes necessários para garantir os efeitos da condenação do requerido em ação penal, o Ministério Público requerer o sequestro dos imóveis", escreveu o procurador.
Palocci está preso desde o dia 26 de setembro de 2016 na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Ele negocia um acordo de colaboração premiada com a Lava Jato. Os advogados de Palocci disseram não ter tido acesso ao pedido do MPF, mas argumentam que "as doações dos valores utilizados para a aquisição dos imóveis foram devidamente declaradas à Receita Federal, o que revela que ditas aquisições não tinham o intuito de ocultar qualquer vantagem obtida com um suposto crime anterior".