É com casa lotada que Almir Sater retorna ao Rio Grande do Sul. Os ingressos para o show em Porto Alegre na próxima sexta-feira, no Teatro do Bourbon Country, esgotaram ainda na semana passada. Mas o público que quiser assistir ao músico ainda pode adquirir entradas para a apresentação em Novo Hamburgo, no Teatro Feevale, neste sábado.
O artista subirá aos palcos com sua viola de 10 cordas, mais conhecida como viola caipira, e mostrará ao público alguns clássicos de sua carreira como Tocando em frente, Chalana e Moreninha linda, acompanhado dos músicos Rodrigo Sater (violão), Guilherme Cruz (violão), Marcelus Anderson (acordeão) e Reginaldo Feliciano (baixo).
O ano é especial para o cantor nascido em Campo Grande, Mato Grosso do Sul - ele completa 60 anos de vida e 40 de carreira. Uma das homenagens vem com o disco duplo O violeiro canta, recentemente lançado. O trabalho resgata 28 músicas do artista, dando destaque aos principais parceiros de sua vida, como Renato Teixeira, Paulo Simões e Guilherme Rondon, além de reunir músicas de LPs que já estão fora de catálogo.
"O meu trabalho é mais solitário. Faço poucas parcerias e, quando faço, já levo a música pronta", brinca Sater. "Acredito que é preciso ter muita intimidade para fazer música com outra pessoa, como eu tenho com Paulo Simões e Renato Teixeira. É precioso ser quase como um casal", destaca.
Sater chegou a estudar Direito, mas a música falou mais alto em sua vida. Logo começou a trabalhar como músico da cantora Tetê Espíndola. A coletânea conta um pouco dessa história ao lembrar de Semente, faixa na qual ele faz um dueto com Tetê. "Eu tocava viola, violão, fazia arranjos. Aos poucos, fui me encantando com aquilo e não tinha estímulo para ir à faculdade. Eu acordava só com vontade de pegar a viola", relembra Sater.
A coletânea de Almir Sater foi idealizada pelo produtor Carlos Sion com a ajuda do crítico musical Tárik de Souza. A ideia do álbum era selecionar as principais parcerias já firmadas por Sater e enfatizar o seu trabalho também como intérprete.
Muita coisa é antiga. Quem não tem os LPs de Almir Sater ou ainda não era nascido nos anos 1980 não teria outra forma de resgatar essas canções. "As pessoas falam que tudo está na internet, mas não está. Os discos dele estão fora de catálogo, alguns foram gravados de forma independente, outros pela Continental, que foi comprada pela Warner", conta o produtor.
Sem dúvida, uma das parcerias mais longevas é com Renato Teixeira. No ano passado, ele e Sater lançaram o primeiro disco juntos, intitulado Ar. "Gostei tanto de fazer um disco com o Renato que já temos aí sete ou oito músicas para o próximo. Estamos gravando. A ideia era fazermos shows só nós dois, mas o Renato já estava se apresentando com o Sérgio Reis, e eu não quis separar o casal", brinca Sater.
Sater é referência para artistas das novas gerações e tem um papel importante na música brasileira. Com a novela Pantanal, se consagrou um artista popular. Sater não gosta de se definir como sertanejo, prefere o termo "caipira". Querido pelo público, é simples e interage com a plateia. Chance para quem for aos shows no Rio Grande do Sul conferir de perto. A apresentação em Novo Hamburgo ainda tem ingressos com preços entre R$ 50,00 e R$ 160,00, à venda pelo call-center 4003-1212 e site
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