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Porto Alegre, quinta-feira, 01 de setembro de 2016. Atualizado �s 19h38.

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Not�cia da edi��o impressa de 02/09/2016. Alterada em 01/09 �s 16h52min

Plebe Rude volta a se apresentar em Porto Alegre neste s�bado

Expoentes do rock de Bras�lia dos anos 1980, Plebe Rude se apresenta no Opini�o neste s�bado

Expoentes do rock de Bras�lia dos anos 1980, Plebe Rude se apresenta no Opini�o neste s�bado


BRENO GALTIER /DIVULGA��O/JC
Ricardo Gruner
Guitarrista e vocalista da Plebe Rude, Philippe Seabra dorme com a consciência tranquila à noite. "Alguns dos nossos colegas falavam que tínhamos que fazer uma música para a rádio, letras de amor, nos reinventarmos", lembra ele. "Não é o som que fazemos. Somos provavelmente a única banda dos anos 1980 que não arredou o pé da proposta inicial." Com essa marca, o grupo volta a tocar em Porto Alegre após cerca de 15 anos - nas contas do artista -, em um show que lembra as três décadas da estreia do grupo, o disco O concreto já rachou (1985), e o repertório do recente Nação daltônica (2014).
A apresentação acontece neste sábado, no Opinião (José do Patrocínio, 834), às 20h - uma hora e meia após a abertura dos portões. Os tíquetes podem ser adquiridos na bilheteria local ou nas lojas Youcom por valores entre R$ 40,00 e R$ 100,00.
Com apenas sete faixas, o primeiro disco dos brasilienses veio do mesmo cenário efervescente do qual despontaram Aborto Elétrico e Legião Urbana. Incluído na lista dos 100 mais importantes álbuns da música brasileira segundo a revista Rolling Stone, o compacto aliava uma sonoridade pós-punk a letras que mostravam o posicionamento dos integrantes na sociedade e em relação ao mercado. Em Até quando esperar, Seabra versa sobre a má distribuição financeira, por exemplo; enquanto em Minha renda, provoca que "grana vale mais que minha dignidade".
"Ninguém sonhava em ter carreira e viver de música", lembra o vocalista, tentando explicar por que esse álbum mexeu com tanta gente - e alcançou até o status de disco de ouro. "Acho que foi pela despretensão do rock de Brasília da época. Conseguimos passar essa pureza através das letras."
Da formação original, o grupo conta com Seabra e o baixista André X. Além dos dois, a Plebe Rude vem a Porto Alegre com o veterano Clemente (dos Inocentes), que faz a segunda guitarra com os músicos desde 2004, e o baterista Marcelo Capucci. Conforme o frontman, essa é a escalação definitiva: "Em 1999 ou 2000 nós tentamos voltar com o conjunto original, mas os problemas de intransigências, de drogas, voltaram. E preferimos deixar isso de fora", reflete ele.
Apesar das alterações e do fator tempo, Nação daltônica mantém a mesma carga dos primeiros registros da banda. A canção Anos de luta possui uma verve semelhante à própria Minha renda, com versos como "É pedir demais, me diga/ Coerência da própria geração?". Seabra brinca que parte da missão do grupo é fazer pessoas do meio artístico ficarem envergonhadas. "Não consigo levar a sério os artistas que hoje em dia 'acordaram para a política'. Onde vocês estiveram nos últimos 30 anos?", levanta.
A capa do disco retrata o mesmo personagem que aparecia em Nunca fomos tão brasileiros (1987). Dessa vez, ele não está na rua, e sim na frente de uma televisão sem sinal - a estática é um teste de daltonismo. De acordo com Seabra, boa parte do povo brasileiro não está vendo a diferença nas cores. Tudo virou ruído, entretenimento, com manifestantes indo para as avenidas felizes, tirando selfies. "Isso é ser político para você? Aí têm as opiniões formadas, 8 ou 80. Parece Guerra Fria. Não é preto e branco... É cinza", cita o músico, completando: "Quanto mais velho fica, você vai percebendo que existem nuances nas coisas".
Para o futuro, Philippe Seabra não adianta nada sobre um oitavo disco de inéditas. Entretanto, segundo ele, ainda em 2016 o grupo deve gravar um DVD ao vivo. Por enquanto, a dúvida é o formato, que pode ser acústico ou na companhia de uma orquestra. Até lá, os artistas seguirão fazendo shows, mesmo sem faixas entre as mais tocadas das rádios populares. "Sabemos que fechamos algumas portas por causa da nossa postura. É o preço que se paga, mas não trocamos por nada", define o compositor.
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