Jornal do Com�rcio

Líder no segmento de aços longos nas Américas e destacada fornecedora mundial de aços especiais, a companhia obteve nesse período um lucro líquido ajustado de R$ 451 milhões, revertendo o resultado negativo ajustado de R$ 34 milhões no mesmo período do ano passado. Receitas, vendas e produção também mostraram índices favoráveis no trimestre - a geração de caixa operacional, por exemplo, aumentou mais de 50% em todas as operações de negócios, divididas em Brasil, América do Norte, Aços Especiais e América do Sul.

Estratégias de ampliação da rentabilidade e de redução do endividamento estão entre os fatores que contribuíram para os percentuais de crescimento, segundo a direção da empresa. A inovação tecnológica também se destaca nesse contexto. "Nosso próximo passo é acelerar a transformação digital da Gerdau para melhor atender nossos clientes e ajudá-los a crescer. Para isso, já temos uma série de iniciativas que estão sendo colocadas em prática. Cerca de 70% dos pedidos de aço cortado e dobrado das construtoras no Brasil, por exemplo, são feitos via canais eletrônicos", diz o CEO da Gerdau, Gustavo Werneck.

Ferramentas de Inteligência Artificial e de Internet das Coisas também devem ser incorporadas aos processos da indústria brevemente. Já há testes, por exemplo, na área de desenvolvimento de produtos. "A cada novo item, é necessário o entendimento da demanda e a avaliação da capacidade técnica e da viabilidade comercial de produzi-lo. Essa busca envolve dezenas de consultas. O tempo médio para a elaboração da resposta definitiva era de cerca de 10 dias. Com o uso da Inteligência Artificial em um projeto- piloto, conseguimos uma resposta de viabilidade de produção em poucos segundos, sem perder a segurança e a qualidade da análise", relata Werneck. "Acreditamos que o futuro da indústria está relacionado a frentes de trabalho na área de Internet das Coisas para, futuramente, ter toda a cadeia conectada, desde suprimentos de matérias-primas até os clientes", acrescenta o gestor.

Embora comemore os bons resultados obtidos no primeiro trimestre deste ano, a ind�stria sider�rgica brasileira ainda analisa com cautela a conjuntura econ�mica. No mercado interno, a percep��o � de que a melhoria da atividade industrial do Pa�s ainda est� abaixo do necess�rio. O com�rcio externo, principal alternativa encontrada pelas empresas para contornar a recess�o, est� amea�ado pelas medidas restritivas adotadas pelo governo dos Estados Unidos - pa�s que representa um ter�o do total das exporta��es brasileiras de a�o.

O balan�o do primeiro trimestre - divulgado em abril pelo Instituto A�o Brasil, que representa as empresas brasileiras produtoras de a�o - foi positivo. O setor apresentou crescimento nas vendas internas, no consumo aparente e na produ��o, que chegou a 8,6 milh�es de toneladas no per�odo, 4,9% a mais do que nos tr�s primeiros meses de 2017. No entanto, a utiliza��o da capacidade instalada ficou na m�dia de 69%, e as previs�es otimistas relativas �s exporta��es foram atenuadas pelos novos crit�rios de importa��o anunciados em mar�o pelo governo norte-americano.

A quest�o passou a ser discutida entre EUA e Brasil - mas, no final de abril, os Estados Unidos interromperam as negocia��es e estabeleceram uma cota de importa��o de a�o brasileiro, calculada pelo volume m�dio do volume exportado entre 2015 e 2017. Assim, esse volume - que foi de cerca de 5 milh�es de toneladas em 2017 - pode cair at� 20%, nas estimativas do Instituto A�o Brasil. No in�cio deste m�s, o governo brasileiro ainda manifestou expectativa de que as restri��es n�o fossem efetivamente adotadas. "As empresas brasileiras v�m fazendo grandes investimentos nos Estados Unidos e j� s�o respons�veis por parcela relevante da produ��o e dos empregos no setor sider�rgico americano", destacaram os minist�rios das Rela��es Exteriores e da Ind�stria, Com�rcio Exterior e Servi�os, em nota conjunta.