Na semana da Consciência Negra, vereadores negros assumiram nesta segunda-feira (17) três vagas na Câmara Municipal de Porto Alegre. Os vereadores suplentes Márcio Chagas e Pérola Sampaio tomaram posse na bancada do PT, no lugar de titulares que se licenciaram. Luciane Congo (PCdoB) assumiu a vaga de Giovani Culau e Coletivo (PCdoB), que também está de licença.
O vereador suplente Márcio Chagas assumiu a vaga de Natasha Ferreira (PT). Ao tomar posse, o vereador relatou sua trajetória na luta antirracista e afirmou que Porto Alegre é a capital mais segregadora do Brasil. Também destacou seu compromisso de lutar contra o racismo estrutural e institucional que ainda define relações de poder, políticas públicas e prioridades orçamentárias.
“Nossa responsabilidade é garantir acesso a estrutura e políticas sérias, não promessas vazias. Assumo esse mandato com a consciência de que represento pessoas que muitas vezes não encontram eco aqui dentro – quem foi silenciado, quem a cidade escolheu não enxergar", falou Márcio Chagas em seu primeiro pronunciamento após a posse.
A vereadora suplente Pérola Sampaio tomou posse no lugar de Juliana de Souza, que se licenciou temporariamente da Câmara Municipal de Porto Alegre
Fernando Antunes/CMPA/JC
Pérola Sampaio, que substitui Juliana de Souza (PT), destacou a luta feminista e antirracista e defendeu que mulheres negras devem receber mais oportunidades e políticas públicas para garantir qualidade de vida a todas. “Não aceitamos migalhas, queremos dignidade. Quando eu falo de dignidade, penso na juventude negra que cresce ouvindo que não vão chegar lá. Quero que nossa juventude possa sonhar sem medo. A juventude negra tem direito ao futuro e o parlamento tem a obrigação de garantir isso”, falou na tribuna.
Luciane Congo assume no lugar de Giovani Culau, que também se licenciou do Legislativo Municipal de Porto Alegre
Elson Sempé Pedroso/CMPA/JC
Luciane Congo, que é professora da rede municipal, criticou a gestão de Leonardo Pascoal à frente da Secretaria Municipal de Educação. “Acompanho indignada as ações da Secretaria de Educação, que está fechando turmas sem diálogo com a comunidade e sem observar a realidade dos territórios."
Ela atacou a gestão das escolas, que, segundo ela, está retirando protagonismo das comunidades escolares em escolher as direções. "Nos colocamos, como coletivo, contra a gestão Pascoal-Melo e em defesa da educação pública, inclusiva, integral e anti-racista”, discursou.