A Justiça do Rio Grande do Sul condenou o prefeito de Gramado, Nestor Tissot (PP), e mais sete pessoas por irregularidades na organização do Natal Luz, o principal evento turístico da cidade.
Seis réus tiveram os direitos políticos suspensos por períodos que variam de 7 a 10 anos. Tissot, reeleito em 2024 para o quarto mandato, recebeu a punição máxima. Cabe recurso, e o prefeito deve permanecer no cargo enquanto houver possibilidade de apelação. Procurada, a defesa dele não respondeu até a publicação desta reportagem.
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Os réus foram acusados de usar o evento para obter vantagens pessoais, incluindo viagens internacionais pagas com dinheiro público, e organizar contratos e patrocínios supostamente fraudulentos com empresas de uma mesma família.
Também foram condenados o ex-prefeito Pedro Henrique Bertolucci, o ex-secretário de Turismo Gilberto Tomasini, o empresário Luciano Peccin, seus parentes Marlene e Felipe Peccin, além das empresas Associação de Cultura e Turismo de Gramado e Mundo de Gramado, atualmente chamada Tulipa Empreendimentos e Participações.
As denúncias se referem ao período entre 2007 e 2010, os dois últimos anos de mandato de Bertolucci e os primeiros dois de Tissot. A denúncia foi apresentada em 2011 no âmbito da Operação Papai Noel, quando o Ministério Público denunciou 28 pessoas ligadas à prefeitura e ao evento sob a acusação de organização criminosa e peculato.
Os réus estão proibidos de firmar contratos com o poder público. As defesas de Bertolucci e Tomasini também não responderam até a publicação desta reportagem. Em nota à imprensa, a família Peccin disse que vai recorrer da decisão, mantém serenidade diante do resultado e definiu o caso como uma discussão técnica sobre despesas de viagem e diárias.
Folhapress