Moradores do bairro Sarandi se reuniram na tarde desta terça-feira (7) com o deputado estadual Miguel Rossetto (PT), que preside a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades na prestação do serviço de energia elétrica no Rio Grande do Sul. Eles expuseram que 24 famílias, que vivem há mais de 50 anos na Vila Nossa Senhora Aparecida e na Vila São Borja, dentro do bairro, foram notificadas pela CEEE Equatorial para deixarem suas residências.
Alguns membros dessas famílias relataram que, em agosto, oficiais da empresa chegaram à porta das suas casas, tirando fotos sem explicação. Quando os moradores perguntaram o que estavam fazendo, eles deram um número telefônico. Ao telefonarem para o número indicado, os moradores foram comunicados que devem sair das suas residências em 15 dias, por conta do perigo de morarem embaixo de uma rede de alta tensão. Outros estabelecimentos comerciais daquela localidade não receberam a mesma advertência.
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"Somos uma vila que tem em torno de mil famílias. Inclusive, na rua que está em conflito com a CEEE, a enchente atingiu dois metros, portanto, muitas casas ficaram embaixo d’água ou foram destruídas. A partir de agosto, 24 famílias que vivem há mais de 50 anos embaixo das redes de alta tensão começaram a receber notificações (da CEEE Equatorial), dizendo que elas teriam o prazo de 25 dias para sair de lá", resumiu a representante da Associação Comunitária Nossa Vila Aparecida (Aconvi) Nelsa Nespolo.
O presidente da CPI da Energia Elétrica disse que o relato dos moradores vai de encontro ao depoimento do prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo (MDB). "Isso repete um pouco o que o prefeito Melo disse no seu depoimento à CPI da Energia Elétrica. A CEEE Equatorial está entrando na cidade sem autorização, sem acompanhamento, de forma irregular. Temos recebido várias denúncias na CPI. Vamos exigir respeito a essa comunidade, transparência sobre qual o projeto para aquela região. Por isso, vamos entrar em contato com a Defensoria Pública e a prefeitura, para exigir uma informação clara sobre o que está acontecendo naquela comunidade", garantiu Rossetto.