Membros da CPI do Dmae rejeitaram requerimentos para convocação de novas testemunhas durante a sessão desta segunda-feira (01). Dentre os citados pelas solicitações estava o atual diretor da autarquia, Bruno Vanuzzi, e o secretário de Transparência e Controladoria, Gustavo Ferenci. A articulação para a rejeição dos pedidos foi feita por parlamentares da base, que são maioria no colegiado.
Para a presidente da comissão, vereadora Natasha Ferreira (PT), a decisão demonstra uma tentativa do governo de blindar investigados. "Esses depoimentos poderiam esclarecer pontos centrais da investigação: a omissão diante das denúncias de corrupção, os contratos suspeitos durante a enchente e a atual gestão do DMAE. Rejeitar as convocações é impedir que a CPI chegue aos responsáveis”, pontuou.
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Se dizendo um dos articuladores para a rejeição das solicitação, o vereador Rafael Fleck (MDB), relator do colegiado, acredita que os nomes citados não guardam nenhum relação com o teor da CPI. Ele reitera que se disse contra a aprovação de nomes políticos desde o início da comissão e que manterá sua posição. Quando perguntado se acredita que a CPI tem sido produtiva, Fleck negou. "É uma CPI política, e CPI política não funciona. Acho que só vai macular a imagem da Câmara."
Na reunião os vereadores também ouviram o depoimento do engenheiro e professor Carlos Tucci. Em sua fala, Tucci afirmou que quase nenhuma cidade brasileira possui serviço de drenagem e defendeu a instituição de uma taxa de drenagem na Capital. Segundo ele, seriam necessários R$ 200 milhões por ano para manter o serviço, equivalente a R$ 30 por propriedade. “É um valor razoável, menor do que água e esgoto.” O professor também defendeu que o sistema de proteção contra cheia deve ser pensado pela Região Metropolitana como um todo, e não pelos municípios separadamente.
Na próxima segunda-feira (08), os vereadores ouvirão o pesquisador do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) e ex-reitor da Ufrgs, Carlos Bulhões.