Em balanço apresentado durante audiência pública realizada na última semana, a prefeitura de Porto Alegre confirmou que foram cumpridas cerca de 84 das 129 metas elaboradas pela gestão de 2021 a 2024. O Executivo também divulgou que quase 23% dos objetivos não foram atingidos e 12% apresentaram conclusão parcial. Na reunião, organizada pela Câmara de Vereadores, também foi apresentado o novo Programa de Metas do Poder Executivo do Município de Porto Alegre (Prometa), que contempla os objetivos da gestão até 2028.
As metas são divididas em quatro eixos: Serviços Públicos, Desenvolvimento Social, Desenvolvimento Econômico e Gestão. No último quadriênio, o setor com mais metas atingidas foi o de Serviços Públicos, que cumpriu com 76% dos objetivos, enquanto o com menor aproveitamento foi o de Gestão, que atingiu 50% dos indicadores traçados. Na avalição do secretário-adjunto de Planejamento e Gestão, Bruno Caldas, o balanço apresentou bons resultados, considerando os prejuízos causados pelas enchentes em 2024. Como principais metas contempladas, Caldas citou o aumento de vagas em cursos profissionalizantes e a diminuição no tempo para aprovação de projetos de construção de edifícios. Nos objetivos não atingidos, ele cita a qualificação de resíduos encaminhados à reciclagem, que se manteve em 2,7% enquanto a meta era mais de 4%.
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No novo plano, a prefeitura apresentou 180 objetivos, traçados em conjunto dos secretários que compõem o governo. "O Prometa tem o objetivo claro de cumprir com as promessas de campanha que foram feitas pelo prefeito eleito e de dar continuidade aos projetos da última gestão", aponta Caldas.
Na área de serviços públicos, o Executivo elenca propostas relacionadas à mobilidade urbana, como a duplicação da Av. Protásio Alves até a Av. Caminho do Meio, infraestrutura e revitalização de espaços públicos. Para o secretário-adjunto, a principal meta neste âmbito é o fortalecimento da zeladoria municipal, focando na expansão da coleta seletiva e de contêineres de lixo na cidade. Caldas também cita o lançamento de um edital para parceria público-privada no manejo de resíduos sólidos urbanos, projeto que ainda tramita na Câmara de Vereadores.
No eixo social, constam melhorias na saúde, na educação e em questões habitacionais. Destaca-se a ampliação do horário de funcionamento de Unidades de Saúde, duplicação do Hospital de Pronto Socorro, expansão do ensino integral e investimentos na infraestrutura das escolas municipais. Sobre o desenvolvimento econômico, o secretário-adjunto ressalta o objetivo de tornar Porto Alegre um polo de inovação e promoção cultural, com eventos de proporção regional e nacional.
No quesito gestão, o Prometa aborda especialmente o manejo dos recursos recebidos por fundos internacionais e a execução das obras planejadas. Esses valores serão usados para revitalizar o Centro Histórico e o Quarto Distrito, ampliar o sistema de proteção contra cheias e formar complexos sociais. A Capital também recebeu recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que serão investidos em obras de saneamento e renovação do município.
Na visão de Luís Borba, membro do conselho do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), o ofício apresentado é "genérico" e muito parecido com o organizado pela gestão anterior. "Existe muito do mesmo e quase nada de metas objetivas", avaliou Borba. De acordo com ele, esse é apenas um plano geral narrativo do governo, que apresenta poucos objetivos quantitativos e informações imprecisas em relação à realização e ao financiamento das ações previstas.