O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, usou o evento de campanha realizado neste sábado (5) pelo candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) para criticar a agressividade e a postura provocativa na eleição municipal de 2024. Ele cobrou uma postura mais dura da Justiça Eleitoral em situações nas quais os candidatos cometem crimes eleitorais. Lula disse que em algumas vezes a responsabilização leva tempo e os casos são julgados apenas depois que a disputa terminou. Ele afirmou também que espera que a Justiça Eleitoral "leve em consideração que não é possível realizar campanha com alguém que só sabe provocar, mentir e ofender as pessoas", destaca.
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Já Boulos ressaltou que acionou a Justiça nas esferas Eleitoral e Criminal contra Pablo Marçal (PRTB), pela divulgação de um laudo acusando-o de usar drogas. Porém, o documento tem indícios de falsificação. Também estiveram presentes nomes do PSOL e do PT, como a candidata a vice, Marta Suplicy, Sônia Guajajara e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. De acordo com a assessoria do candidato do PSOL, o evento teve a presença de 20 mil pessoas. Os apoiadores de Boulos ocuparam o trecho em frente ao Masp, da Alameda Casa Branca à rua Peixoto Gomide, nos dois sentidos.
A dupla de advogados eleitorais da campanha de Pablo Marçal (PRTB), que deixou de assessorar juridicamente o candidato menos de um mês após a contratação, desligou-se da equipe após Marçal não apresentar provas que corroborassem a acusação sobre suposto uso de drogas de Guilherme Boulos. A agência Estado, o advogado Gustavo Guedes afirma que o caso foi apenas um de uma sequência de fatos que demonstraram a "falta de importância" que o candidato dá a questões jurídicas. O advogado conta que, logo após a acusação de Marçal contra Boulos, quando chamou o adversário político de "comedor de açúcar" no primeiro debate eleitoral, promovido pela TV Bandeirantes no dia 8 de agosto, a equipe jurídica teria procurado o empresário cobrando provas que fundamentassem a acusação para preparar sua defesa.
Na noite de sexta-feira (4), Marçal publicou em suas redes sociais laudo falso que apontaria suposto uso de cocaína por Boulos. Sobre o caso, Guedes analisa que, se ficar comprovada a falsidade do documento, a Justiça eleitoral de São Paulo precisa agir "com muita firmeza", mas não acredita que isso poderá ocasionar a prisão de Marçal, já que o Código Eleitoral proíbe a prisão nas vésperas da eleição, salvo em flagrante delito. Além da falta de provas contra Boulos, Guedes cita como outro exemplo o caso em que, logo após o registro de candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), matérias jornalísticas apontaram que o candidato deixou de fora da declaração de bens ao menos R$ 22 milhões em cotas empresariais.