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Publicada em 20 de Julho de 2024 às 09:11

Lira afirma que colégio de líderes 'errou' no projeto de lei do aborto

Com a repercussão negativa, a Câmara recuou e decidiu reiniciar o debate, disse Lira

Com a repercussão negativa, a Câmara recuou e decidiu reiniciar o debate, disse Lira

Pablo Valadares/Divulgação/JC
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Agência Estado
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que os líderes partidários da Casa erraram ao pautar a urgência do projeto de lei que equipara o aborto ao homicídio. Segundo o parlamentar, o foco da discussão deveria ser a assistolia fetal, que é o procedimento recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em casos de abortos legais.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que os líderes partidários da Casa erraram ao pautar a urgência do projeto de lei que equipara o aborto ao homicídio. Segundo o parlamentar, o foco da discussão deveria ser a assistolia fetal, que é o procedimento recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em casos de abortos legais.
"O colégio (de líderes) errou quando não viu o resto do projeto. E o resto do projeto foi que deu uma versão horrenda a uma discussão que todos nós temos aversão", disse Lira durante entrevista à GloboNews.

Com a repercussão negativa, a Câmara recuou e decidiu reiniciar o debate com calma, disse Lira, ontem. Quando o texto teve sua urgência aprovada, em 12 de junho, o presidente da Câmara se tornou o principal alvo de críticas em protestos realizados pelo País organizados pela sociedade civil.

"Para não se impor uma visão que, às vezes, não é correta, se recuou, se colocou e se colocará uma relatora mulher equilibrada, nem de um lado, nem de outro, com várias discussões, audiências públicas, seminários, congressos, conduzidos pela bancada feminina, a respeito da assistolia (fetal), não do que nós temos de legislação para aborto, porque isso não passa no Congresso", afirmou o deputado.

Pelo projeto de lei, a pena para a mulher que interromper uma gestação com mais de 22 semanas é de seis a 20 anos de prisão, mesmo quando a gravidez tiver sido resultado de um estupro. Atualmente, a pena para estupro é de seis a 10 anos de prisão, ampliada para até 12 anos caso o crime envolva violência grave.

No dia 18 de junho, Lira anunciou a formação de uma "comissão representativa" para debater o tema do aborto. O deputado não especificou como o grupo será formado e informou apenas que o seu funcionamento será decidido em agosto.

"Todas as forças políticas, sociais, participarão desse debate, sem pressa e sem qualquer açodamento. Nós não governamos sozinhos. As decisões na Câmara não são monocráticas", disse o presidente da Câmara na ocasião. 

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