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Publicada em 01 de Abril de 2024 às 15:52

Empresários protestam contra corte de benefícios e aumento de ICMS no RS

Ato em frente ao Piratini criticou possível redução de incentivos, apontando impacto na cesta básica se os decretos forem publicados  

Ato em frente ao Piratini criticou possível redução de incentivos, apontando impacto na cesta básica se os decretos forem publicados 

FERNANDA FELTES/JC
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Diego Nuñez
Diego Nuñez Repórter
Representastes de federações e empresários de diversas áreas do setor produtivo se reuniram em frente ao Palácio Piratini, no Centro de Porto Alegre, para se manifestar contra corte de benefícios fiscais e aumento de ICMS no Rio Grande do Sul, o que provocaria, entre outros efeitos, uma alta no preço dos alimentos, inclusive na cesta básica.
Representastes de federações e empresários de diversas áreas do setor produtivo se reuniram em frente ao Palácio Piratini, no Centro de Porto Alegre, para se manifestar contra corte de benefícios fiscais e aumento de ICMS no Rio Grande do Sul, o que provocaria, entre outros efeitos, uma alta no preço dos alimentos, inclusive na cesta básica.
Esta segunda-feira, 1º de abril, representa a data em que entrariam em vigor os decretos do governador Eduardo Leite (PSDB) que reduziriam o percentual de incentivos à produção gaúcha - cujo início foi adiado em 30 dias, enquanto o Executivo negocia possível reajuste da alíquota modal do ICMS.
• LEIA MAIS: Entidades seguem mobilizadas contra decreto do governo do Estado

"Contra o aumento de impostos" — essa é a principal bandeira levantada por algumas centenas de manifestantes mobilizados na Praça da Matriz.

O ato foi organizado pela Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), cujo presidente Rodrigo Sousa Costa foi o primeiro a discursar. "Queremos que o governador cumpra sua promessa de não aumentar impostos. Os gaúchos acreditam que palavra dada deve ser cumprida", cobrou.

"É uma pauta que une todos os gaúchos, de direita e de esquerda", afirmou, fazendo referência à votação que uniu bancadas como a do PT e do PL, além de parlamentares da própria base do governo, que fez avançar na Assembleia Legislativa um requerimento para revogar os decretos de Leite. No entanto, apenas deputados de direita aderiram à manifestação. A esquerda gaúcha não participou do ato.
Dentre políticos, estiveram presente praticamente apenas parlamentares de PL e Novo. Apenas o deputado estadual Capitão Martim (REP) destoou. Discursaram pelo PL os deputados Rodrigo Lorenzoni, Kelly Moraes (estaduais) e Giovani Cherini (federal) e pelo novo os deputados Marcel Van Hattem (federal) e Felipe Camozatto (estadual). Vereadores de Porto Alegre de ambos os partidos também estiveram presentes. 
Segundo a Federasul, 11 ônibus chegaram do interior na Capital para a manifestação. Diversos utilizavam narizes de palhaço e camisetas da associação que representam. Do alto do carro de som, uma faixa foi erguida: "1º de abril, quando 11 milhões de gaúchos foram enganados por um político que se elegeu prometendo que não aumentaria impostos".
Vice-presidente da Federasul e candidato à sucessão de Sousa Costa, Rafael Goelzer avaliou positivamente a manifestação. "Espetacular o protesto. Tivemos comitivas de todo o Estado, com ônibus que saíram da madrugada do domingo de Páscoa para segunda-feira para mostrar que o RS não suporta mais pagar impostos", afirmou. A entidade estima que cerca de 500 pessoas compareceram ao ato.
Após o ato, realizado de frente para o Palácio Piratini, a atenção volta-se para o prédio vizinho, o Palácio Farroupilha, onde deputados devem apreciar nesta terça-feira (2) outro requerimento que busca a suspensão dos decretos de corte de benefícios fiscais. 
"Nossas articulações maiores são coma Assembleia, que já se mostrou responsável dizendo "não" ao aumento do ICMS, quando o governador propôs no ano passado. Na semana passada, o governo teve nova derrota relacionada. Esperamos que a Assembleia reitere esse recado", disse Goelzer.

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