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Publicada em 31 de Janeiro de 2024 às 18:18

Federações empresariais pedem que deputados derrubem decretos que reduzem benefícios

Empresários afirmam que retirada de benefícios prejudicam competitividade da economia gaúcha

Empresários afirmam que retirada de benefícios prejudicam competitividade da economia gaúcha

TÂNIA MEINERZ/JC
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A federações empresariais do Rio Grande do Sul divulgaram uma nota na tarde desta quarta-feira (31), que marca o retorno do Legislativo com a posse de uma nova Mesa Diretora após o recesso parlamentar, em que pedem para que os deputados derrubem os decretos que revisam benefícios fiscais, publicados pelo governo Eduardo Leite (PSDB), ainda em 2023.Os decretos, que devem começar a valer a partir de abril por conta do princípios da noventena, reduzem incentivos fiscais para 64 setores da economia gaúcha e foram editados como alternativa ao projeto que pretendia elevar de 17% para 19,5% o alíquota básica do ICMS no Estado - proposta retirada por Leite às vésperas da votação, diante da falta de apoio mesmo dentre parlamentares que compõem a base aliada do Executivo.“Neste início de ano legislativo, solicitamos aos nobres deputados apoio para reverter essa ação governamental, sob pena de termos prejuízos significativos para a economia e para o povo gaúcho. A retirada dos incentivos fiscais traz enormes perdas à população, que passará a pagar mais caro por produtos essenciais, que vão desde a elevação do ICMS nos insumos agropecuários até chegar nos itens da cesta básica”, afirma a nota. A redução de benefícios foi a alternativa do Palácio Piratini diante da perda de arrecadação com o ICMS, que, após uma proposta do governo Jair Bolsonaro (PL, 2019-2022), aprovada pelo Congresso Nacional, reduziu o imposto para combustíveis, energia e telecomunicações meses antes das eleições gerais de 2022, provocando rombos bilionários em todos os estados brasileiros. Com a medida, o governo prevê incrementar suas receitas em R$ 2,1 bilhões a R$ 3,6 bilhões.As entidades rechaçam essa justificativa. “O argumento de que haverá rombos significativos na arrecadação estadual não é factível. Apesar do fim da cobrança de alíquotas extraordinárias sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações (impostas pelas Leis Complementares 192 e 194), o montante arrecadado no estado em 2022 e em 2023 ficaram entre os maiores da série histórica. A carga tributária de ICMS no Rio Grande do Sul (7,3% do PIB em 2022) já é maior que a média nacional (6,7%). Não podemos permitir que ela se expanda, sob pena de onerar ainda mais a sociedade gaúcha”, diz o texto.Já tramita na Assembleia Legislativa um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que busca sustar os atos do governador em relação aos benefícios. A proposta, que ainda deve ser analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) neste início de trabalhos no Parlamento, revogaria os decretos publicados no ano passado. O governo alega irregularidade na proposta e afirma que decretos de concessão ou retirada de benefícios são de responsabilidade do Poder Executivo. A nota das entidades empresariais ainda afirma que “os decretos afetam diretamente a competitividade de diversos segmentos econômicos”. “O Rio Grande do Sul já possui desvantagens frente a outros estados brasileiros, como localização geográfica e demografia. A extinção ou redução destes incentivos eleva significativamente a possibilidade de transferência de plantas industriais para outros estados, bem como reduz a atração de investimentos. Nesse cenário, teremos diminuição de postos de trabalho e perda de renda, com reflexos ainda mais expressivos sobre regiões com grande dependência das atividades econômicas diretamente impactadas pela reoneração”, segue o comunicado.
A federações empresariais do Rio Grande do Sul divulgaram uma nota na tarde desta quarta-feira (31), que marca o retorno do Legislativo com a posse de uma nova Mesa Diretora após o recesso parlamentar, em que pedem para que os deputados derrubem os decretos que revisam benefícios fiscais, publicados pelo governo Eduardo Leite (PSDB), ainda em 2023.

Os decretos, que devem começar a valer a partir de abril por conta do princípios da noventena, reduzem incentivos fiscais para 64 setores da economia gaúcha e foram editados como alternativa ao projeto que pretendia elevar de 17% para 19,5% o alíquota básica do ICMS no Estado - proposta retirada por Leite às vésperas da votação, diante da falta de apoio mesmo dentre parlamentares que compõem a base aliada do Executivo.

“Neste início de ano legislativo, solicitamos aos nobres deputados apoio para reverter essa ação governamental, sob pena de termos prejuízos significativos para a economia e para o povo gaúcho. A retirada dos incentivos fiscais traz enormes perdas à população, que passará a pagar mais caro por produtos essenciais, que vão desde a elevação do ICMS nos insumos agropecuários até chegar nos itens da cesta básica”, afirma a nota.

A redução de benefícios foi a alternativa do Palácio Piratini diante da perda de arrecadação com o ICMS, que, após uma proposta do governo Jair Bolsonaro (PL, 2019-2022), aprovada pelo Congresso Nacional, reduziu o imposto para combustíveis, energia e telecomunicações meses antes das eleições gerais de 2022, provocando rombos bilionários em todos os estados brasileiros. Com a medida, o governo prevê incrementar suas receitas em R$ 2,1 bilhões a R$ 3,6 bilhões.

As entidades rechaçam essa justificativa. “O argumento de que haverá rombos significativos na arrecadação estadual não é factível. Apesar do fim da cobrança de alíquotas extraordinárias sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações (impostas pelas Leis Complementares 192 e 194), o montante arrecadado no estado em 2022 e em 2023 ficaram entre os maiores da série histórica. A carga tributária de ICMS no Rio Grande do Sul (7,3% do PIB em 2022) já é maior que a média nacional (6,7%). Não podemos permitir que ela se expanda, sob pena de onerar ainda mais a sociedade gaúcha”, diz o texto.

Já tramita na Assembleia Legislativa um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que busca sustar os atos do governador em relação aos benefícios. A proposta, que ainda deve ser analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) neste início de trabalhos no Parlamento, revogaria os decretos publicados no ano passado. O governo alega irregularidade na proposta e afirma que decretos de concessão ou retirada de benefícios são de responsabilidade do Poder Executivo.

A nota das entidades empresariais ainda afirma que “os decretos afetam diretamente a competitividade de diversos segmentos econômicos”. “O Rio Grande do Sul já possui desvantagens frente a outros estados brasileiros, como localização geográfica e demografia. A extinção ou redução destes incentivos eleva significativamente a possibilidade de transferência de plantas industriais para outros estados, bem como reduz a atração de investimentos. Nesse cenário, teremos diminuição de postos de trabalho e perda de renda, com reflexos ainda mais expressivos sobre regiões com grande dependência das atividades econômicas diretamente impactadas pela reoneração”, segue o comunicado.

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