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Publicada em 09 de Janeiro de 2024 às 15:44

Fusão de PTB e Patriota, PRD é base de Leite no RS e pode compor governo Lula

Presidente estadual traçou os planos para o partido no RS e nas eleições municipais

Presidente estadual traçou os planos para o partido no RS e nas eleições municipais

Rafaela Fleck/Divulgação/JC
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Bolívar Cavalar
Resultado de uma fusão entre o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e o Patriota, o Partido da Renovação Democrática (PRD) se consolida como a terceira maior sigla do Brasil em número de eleitores filiados - 1,3 milhão -, atrás apenas do MDB e do PT. Em entrevista ao Jornal do Comércio, o presidente do PRD no Rio Grande do Sul, deputado estadual Elizandro Sabino, detalhou os caminhos que o novo partido deve seguir no Estado e no País. De acordo com Sabino, o PRD continuará atuando como base do governo Eduardo Leite (PSDB) no Rio Grande do Sul. Nas eleições de 2022, antes da fusão, o PTB tinha a vereadora de Porto Alegre Tanise Sabino como candidata a vice-governadora na chapa de Luis Carlos Heinze (PP). Após derrota no primeiro turno, o partido liberou a militância para escolher seu candidato. Com a vitória de Leite sobre Onyx Lorenzoni (PL), a sigla integrou a base do governo no Estado. "Eu sou base do governo Eduardo Leite desde quando o vice-governador era Ranolfo Vieira Júnior, do PTB. Quando veio o processo da reeleição do Leite, nós tivemos a candidata Psicóloga Tanise Sabino de vice de Heinze. Não havendo êxito de ir para o segundo turno, a nossa militância foi liberada para cada um seguir as suas intenções, e depois nós continuamos o que estávamos fazendo: sendo da base do governo e trabalhando sempre para o que é melhor para o Estado", afirmou Elizandro Sabino. No âmbito nacional, o PRD está aberto para debater pautas junto ao Executivo federal e não descarta ingressar o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "A nível nacional já houve uma manifestação do presidente Ovasco Resende no sentido de que não há lapso em se conversar com o governo Lula, e eventualmente até compor o próprio governo", disse o presidente do partido no RS. Com as eleições municipais de 2024 se aproximando, Sabino comentou qual será a posição do PRD neste ano: "Nosso foco é trabalhar nas cidades-polo, estamos focados nestas cidades. Depois, nós vamos trabalhar com aqueles que foram fiéis, que estão conosco e ficaram conosco. Nós vamos concentrar esforços nessas candidaturas municipais. E também, na sequência, o nosso foco é a ampliação do partido". Sabino não especificou nomes de possíveis candidatos a prefeito ou vice no Estado, mas afirmou apoio à reeleição de Sebastião Melo (MDB) para o executivo da Capital. "Em Porto Alegre, o PRD foi o primeiro partido a abrir apoio à reeleição do prefeito Sebastião Melo. Agora, quanto a nomes de candidatura de prefeitos vice-prefeitos, ainda é muito cedo, porque é uma construção muito delicada".
Resultado de uma fusão entre o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e o Patriota, o Partido da Renovação Democrática (PRD) se consolida como a terceira maior sigla do Brasil em número de eleitores filiados - 1,3 milhão -, atrás apenas do MDB e do PT. Em entrevista ao Jornal do Comércio, o presidente do PRD no Rio Grande do Sul, deputado estadual Elizandro Sabino, detalhou os caminhos que o novo partido deve seguir no Estado e no País.

De acordo com Sabino, o PRD continuará atuando como base do governo Eduardo Leite (PSDB) no Rio Grande do Sul. Nas eleições de 2022, antes da fusão, o PTB tinha a vereadora de Porto Alegre Tanise Sabino como candidata a vice-governadora na chapa de Luis Carlos Heinze (PP). Após derrota no primeiro turno, o partido liberou a militância para escolher seu candidato. Com a vitória de Leite sobre Onyx Lorenzoni (PL), a sigla integrou a base do governo no Estado.

"Eu sou base do governo Eduardo Leite desde quando o vice-governador era Ranolfo Vieira Júnior, do PTB. Quando veio o processo da reeleição do Leite, nós tivemos a candidata Psicóloga Tanise Sabino de vice de Heinze. Não havendo êxito de ir para o segundo turno, a nossa militância foi liberada para cada um seguir as suas intenções, e depois nós continuamos o que estávamos fazendo: sendo da base do governo e trabalhando sempre para o que é melhor para o Estado", afirmou Elizandro Sabino.

No âmbito nacional, o PRD está aberto para debater pautas junto ao Executivo federal e não descarta ingressar o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "A nível nacional já houve uma manifestação do presidente Ovasco Resende no sentido de que não há lapso em se conversar com o governo Lula, e eventualmente até compor o próprio governo", disse o presidente do partido no RS.

Com as eleições municipais de 2024 se aproximando, Sabino comentou qual será a posição do PRD neste ano: "Nosso foco é trabalhar nas cidades-polo, estamos focados nestas cidades. Depois, nós vamos trabalhar com aqueles que foram fiéis, que estão conosco e ficaram conosco. Nós vamos concentrar esforços nessas candidaturas municipais. E também, na sequência, o nosso foco é a ampliação do partido".

Sabino não especificou nomes de possíveis candidatos a prefeito ou vice no Estado, mas afirmou apoio à reeleição de Sebastião Melo (MDB) para o executivo da Capital. "Em Porto Alegre, o PRD foi o primeiro partido a abrir apoio à reeleição do prefeito Sebastião Melo. Agora, quanto a nomes de candidatura de prefeitos vice-prefeitos, ainda é muito cedo, porque é uma construção muito delicada".

Processo de fusão foi 'tranquilo', avalia presidente do PRD no RS

Segundo o deputado estadual Elizandro Sabino, o processo de fusão entre PTB – partido que presidia no Estado – e o Patriota foi “muito tranquilo”. O dirigente estadual avalia que o longo período para aprovação da criação do PRD no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi produtivo para que os líderes das duas siglas extintas pudessem articular os caminhos do partido com mais serenidade. “Via de regra, tem acontecido de forma muito harmoniosa esta condução. Até porque são grupos que trabalham na mesma linha de visão, então tem sido bem tranquilo", afirmou Sabino. A fusão foi autorizada pelo TSE em novembro de 2023.

O antigo partido do deputado, o PTB, teve sua imagem manchada nas vésperas do segundo turno das eleições de 2022, após o presidente nacional da sigla à época, ex-deputado federal Roberto Jefferson, atacar a Polícia Federal durante uma operação em sua residência. O extinto PTB não conseguiu eleger nenhum deputado federal nas eleições de 2022, enquanto o Patriota ocupou cinco cadeiras na Câmara. No ano passado, o PRD proibiu o ex-chefe de ingressar o partido.

De acordo com Sabino, o acontecimento envolvendo Jefferson não teve relevância para a criação do PRD. "Na verdade, o processo de fusão já estava encaminhado antes mesmo do ocorrido. Então, na minha avaliação, houve impacto nenhum para a fusão", disse o deputado.

O presidente estadual da sigla ainda afirmou não ver grandes empecilhos para consolidar o novo partido como relevante no Rio Grande do Sul. "Eu não vejo nenhuma dificuldade de nós firmarmos uma consolidação da imagem, até porque nas raízes do partido já havia o PRD como uma marca. Então, hoje, retomar esse nome e consolidar a sigla do partido (PRD) e o número (25) é algo que vejo com muita tranquilidade", argumentou Sabino.
O PTB foi fundado em 1980, após o fim do bipartidarismo político no Brasil, em 1979, nos anos finais da ditadura militar. No mesmo ano, surgiram partidos como PT, PMDB, PDS e PDT. Já o Patriota foi oficialmente instituído em 2018, quando o TSE aprovou a mudança do nome da legenda, que originalmente vem do Partido Ecológico Nacional (PEN), registrado em 2011.

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