{{channel}}
Pisão no pé de deputado vira tema de Conselho de Ética da Câmara
Nem o suposto agredido compareceu; a representação foi arquivada pelo conselho por 13 votos a zero, com o apoio inclusive do PT
Órgão conhecido pela morosidade e resistência em punir deputados por corrupção, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados se reuniu nesta quarta-feira (30) para, entre outras coisas, debater e votar um pedido de cassação do mandato de um parlamentar por um suposto pisão no pé de um colega.
O pedido foi feito pelo PT após o deputado Miguel Ângelo Filho (PT-MG) afirmar que José Medeiros (PL-MT) lhe desferiu essa agressão durante uma discussão no plenário.
Após um debate em que deputados de esquerda e de direta se manifestaram sobre a absoluta insignificância do caso - nem o suposto agredido compareceu -, a representação foi arquivada pelo conselho por 13 votos a zero, com o apoio inclusive do PT.
O arquivamento foi sugerido pelo relator, o deputado Albuquerque (Republicanos-RR), que afirmou que não cabe ao conselho ficar discutindo "empurrão", "grosseria", ou coisas do gênero. "Considero ser total perda de tempo, é preciso valorizar e não banalizar o conselho".
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) foi em linha semelhante, afirmando que esse tipo de situação tem que ser resolvida no diálogo. "O Parlamento é o espaço do dissenso, se não, isso aqui vira um cemitério".
Alencar se referia especificamente à indicação do conselho de que também deve arquivar representações feitas por PP e PL contra deputadas de esquerda que chamaram de assassinos colegas que votaram a favor do projeto de lei do marco temporal das terras indígenas.
A discussão sobre esses casos começou a ser feita nesta quarta, mas foi suspensa por pedido de vista e pelo término do período reservado à sessão.
O pedido foi feito pelo PT após o deputado Miguel Ângelo Filho (PT-MG) afirmar que José Medeiros (PL-MT) lhe desferiu essa agressão durante uma discussão no plenário.
Após um debate em que deputados de esquerda e de direta se manifestaram sobre a absoluta insignificância do caso - nem o suposto agredido compareceu -, a representação foi arquivada pelo conselho por 13 votos a zero, com o apoio inclusive do PT.
O arquivamento foi sugerido pelo relator, o deputado Albuquerque (Republicanos-RR), que afirmou que não cabe ao conselho ficar discutindo "empurrão", "grosseria", ou coisas do gênero. "Considero ser total perda de tempo, é preciso valorizar e não banalizar o conselho".
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) foi em linha semelhante, afirmando que esse tipo de situação tem que ser resolvida no diálogo. "O Parlamento é o espaço do dissenso, se não, isso aqui vira um cemitério".
Alencar se referia especificamente à indicação do conselho de que também deve arquivar representações feitas por PP e PL contra deputadas de esquerda que chamaram de assassinos colegas que votaram a favor do projeto de lei do marco temporal das terras indígenas.
A discussão sobre esses casos começou a ser feita nesta quarta, mas foi suspensa por pedido de vista e pelo término do período reservado à sessão.
- LEIA TAMBÉM: Conselho de Ética abre processo contra 7 deputados
Antes dos debates sobre o pisão no pé e sobre a acusação genérica de assassinato contra indígenas, o conselho instaurou processos contra outros deputados por desavenças, entre eles Ricardo Salles (PL-SP) e o gaúcho Tenente-Coronel Zuco (Republicanos), respectivamente, relator e presidente da CPI do MST.
No início de agosto, Zucco foi acusado de fala machista e gordofóbica durante reunião da comissão. Ele disse que a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) deveria "ficar mais calma" e perguntou se ela "queria remédio ou hambúrguer".
- LEIA TAMBÉM: PSOL denuncia Bibo Nunes ao Conselho de Ética por falar que estudantes mereciam ser queimados vivos
Assim, como os demais casos, esses não devem prosperar. Além da posição que tem unido esquerda e direita em torno da supremacia da imunidade parlamentar, o conselho não tem histórico de punir parlamentares por falas ofensivas proferidas em discursos.