Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Política

TSE

- Publicada em 30 de Maio de 2023 às 14:10

Deltan no Roda Viva critica TSE, ataca Lula e poupa Bolsonaro

Ex-coordenador da Lava Jato afirma que, avaliando o presidente Lula, não pensa "duas vezes em defender Bolsonaro"

Ex-coordenador da Lava Jato afirma que, avaliando o presidente Lula, não pensa "duas vezes em defender Bolsonaro"


Reprodução/Youtube/Roda Viva/JC
O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) voltou a criticar nesta segunda-feira (29) a decisão do TSE (Tribunal Superior Federal) que tirou seu mandato e disse que, avaliando o presidente Lula, não pensa "duas vezes em defender [Jair] Bolsonaro".
O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) voltou a criticar nesta segunda-feira (29) a decisão do TSE (Tribunal Superior Federal) que tirou seu mandato e disse que, avaliando o presidente Lula, não pensa "duas vezes em defender [Jair] Bolsonaro".

• LEIA TAMBÉM: Reações à cassação de Deltan Dallagnol

Deltan, ex-coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, afirmou que tem discordâncias com o ex-mandatário, mas que não faria críticas no sentido de "desunir a direita" do País.
As declarações foram dadas ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
Na entrevista, ele foi questionado sobre suspeitas de corrupção envolvendo o governo anterior, como o caso das joias trazidas da Arábia Saudita em 2021, e disse que não conhece os casos a fundo para opinar, diferentemente dos processos do presidente Lula na Lava Jato.

• LEIA TAMBÉM: Bolsonaro conclui depoimento à PF sobre caso de joias após 3 horas

"Em relação ao Bolsonaro, não concordo com tudo que ele diz, com tudo que ele fez. Não vou ficar aqui dividindo a direita. Minha posição não é de dividir a direita", disse ele, que apoiou o ex-presidente no segundo turno da eleição de 2022.
Apesar da reticência em criticar o ex-presidente, ressaltou feitos que considera positivos na gestão passada e amenizou o comportamento do então mandatário na gestão da pandemia de Covid-19, dizendo ser necessário comparar com outros dados para definir um posicionamento sobre o assunto.
"Eu vejo um país que teve uma balança comercial recorde em 2021 e 2022, superando todos os anos anteriores. Eu vejo um país que reduziu a pobreza em 2020, durante a pandemia. Vejo um governo que fez reforma previdenciária, reforma do saneamento e independência do Banco Central, que agora está sendo atacada."
Deltan também defendeu os presos nos ataques golpistas de 8 de janeiro, em Brasília, e disse que o Ministério Público Federal e o Judiciário deveriam individualizar a conduta de todos os envolvidos na invasão aos prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo.
"Você precisa dizer o que cada um fez, e você tem câmeras de segurança para isso, para individualizar o que cada um fez. Nunca na Lava Jato a gente acusou qualquer pessoa sem ter uma individualização da conduta, isso é exigido pela lei. Quando você não tem isso, você tem uma prisão ilegal", disse Deltan.
Newsletter FolhaJus Dia Receba no seu email a seleção diária das principais notícias jurídicas; aberta para não assinantes. *** Ele citou também a prisão do ex-ministro Anderson Torres e do ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) ao argumentar excessos proferidos pela Suprema Corte, ao dizer que o primeiro estava preso sem nenhuma acusação, e o segundo deveria ter sido somente cassado pela Câmara.
Deltan ainda reforçou a interpretação de que o TSE o cassou sem justificativa compatível com a Lei da Ficha Limpa --o texto veda a participação em pleitos de membros do Ministério Público alvos de PADs (Processos Administrativos Disciplinares).
A decisão ocorreu no último dia 16, mas a perda do mandato ainda não foi declarada. O parlamentar confirmou a protocolização de recursos ao próprio tribunal eleitoral e ao STF.
"A pergunta no meu caso é clara e objetiva: existia algum procedimento quando saí do Ministério Público? Não. Essas regras precisam ser interpretadas literalmente", afirmou o ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato, reiterando a intenção do ministro relator do caso, Benedito Gonçalves, de removê-lo do cargo para pleitear vaga no STF (Supremo Tribunal Federal).
Questionado, porém, sobre a unanimidade da decisão e a votação de ministros como Kassio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro, decidiu por não analisá-los individualmente.
"Eu falei do relator, agora, eu não vou analisar um a um, pode ser que um tenha decidido por convicção. Não estou dizendo que ele seja o convicto, mas no caso do Benedito [Gonçalves] tem várias convicções para comprovar o fato".
Também atacou Lula e disse que o atual chefe do Executivo chefiou, segundo ele, "os maiores escândalos de corrupção do planeta", utilizado para perpetuar a presença do PT no poder, o que chamou de "fraude de eleição". Disse que o petista, de volta ao Planalto, busca se vingar dos que participaram da Lava Jato.
Deltan também voltou a minimizar o teor das mensagens reveladas pelo site The Intercept Brasil, em 2019, que mostraram colaboração dele com o então juiz Sergio Moro.
Em uma das questões relacionadas ao caso, disse que não havia nada de errado em palestras remuneradas que ministrava naquela época -as mensagens mostravam um plano dele para lucrar pessoalmente com os eventos. "É errado um jornalista dar aulas? Não", disse ele.