A primeira manifestação pública do prefeito afastado de Canoas, Jairo Jorge (PSD), sobre a
megaoperação do Ministério Público que investiga irregularidades em contratos firmados em sua gestão veio por meio das redes sociais, na tarde desta quinta-feira (31). Com uma postagem em seu Twitter particular, às 17h35min, ele se disse "perplexo com as graves acusações e ataques" à sua honra e afirmou acreditar na Justiça e no esclarecimento dos fatos.
A publicação diz: "Fui surpreendido, na manhã desta quinta-feira, 31, por uma ação do Ministério Público do Rio Grande do Sul. Estou perplexo com as graves acusações e ataques à minha honra, mas sigo acreditando na Justiça e tendo a convicção de que todos os fatos serão devidamente esclarecidos."
As suspeitas que estão sendo investigadas pela Justiça gaúcha envolvem irregularidades em contratos que ultrapassam R$ 66 milhões e envolvem, além do prefeito, secretários municipais e outros servidores, parentes do prefeito, empresas e outros políticos do Rio Grande do Sul e de São Paulo, que formariam, segundo o MP, uma "organização criminosa". A operação tem como base um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS), do ano passado, que aponta irregularidades em cinco contratos na área da saúde de Canoas.
Dois deles afetam diretamente a área da saúde do município e envolvem a prestação de atendimento no Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC) e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da cidade. Por conta disso, os promotores que comandam a operação reuniram-se com a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, para expor a “necessidade de uma intervenção estatal” para evitar prejuízo ao atendimento à saúde dos canoenses.
Jairo foi afastado do comando do município por seis meses, junto com os secretários municipais da Saúde, Maicon de Barros Lemos, também presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS), e de Planejamento e Gestão, Fábio Cannas.
O vice-prefeito de Canoas, Nedy de Vargas Marques (Avante), que assumiu o cargo, divulgou no meio da tarde nota oficial para comentar o caso. No
comunicado, afirma que "a gestão municipal desconhece o inteiro teor das ações que pesam sobre alguns contratos", reiterando que os mesmos foram firmados com "rigoroso processo público de seleção".