Márcio Port
Chegamos ao fim de mais um ano. E diferentemente dos demais, 2024 foi desafiador em diversos aspectos e colocou o Rio Grande do Sul nas manchetes dos principais noticiários do País e do mundo por motivos alheios à nossa vontade. Entretanto, junto com o ano que termina, uma ação se fez (e ainda se faz) presente nos 497 municípios do Estado: o ato de cooperar. Desde o início de maio, ficou evidente que apenas com esforços coletivos foi possível superar momentos adversos. E cooperar ganhou formas nunca antes imaginadas. De forma instintiva, sem conhecer quem estava ajudando, o gaúcho demonstrou força e coragem ao estender a mão a quem mais precisava, amigo, vizinho, familiar ou desconhecido.
Foi por meio da cooperação que os gaúchos salvaram pessoas, reconstruíram casas e empresas e devolveram a regiões atingidas, a esperança de um futuro melhor por meio da retomada das atividades cotidianas. O cooperativismo de crédito já põe em prática esses valores no Brasil há mais de 120 anos. Surgido em 1902, no interior do Rio Grande do Sul, ele sempre teve como base o esforço conjunto e a solidariedade. Em 2024, essa premissa centenária ganhou ainda mais relevância, especialmente ao mitigarmos, juntos, os impactos das enchentes, com iniciativas que fortaleceram o espírito da cooperação - algo indispensável em momentos de grande fragilidade, como o enfrentado.
Nesse cenário, o cooperativismo se destaca como um pilar essencial para a recuperação econômica em momentos de fragilidade da sociedade. Por meio de sua estrutura solidária e integrada, as cooperativas ofereceram o suporte necessário para a reconstrução de negócios, propriedades e infraestrutura local, fortalecendo regiões atingidas. Além disso, ações solidárias organizadas por cooperativas mobilizaram recursos e voluntários para atender necessidades imediatas, como doações de alimentos, materiais de construção e suporte psicológico às famílias atingidas.
Se olharmos para 2024, veremos que muito foi aprendido. Se perspectivarmos 2025 e os desafios que nos aguardam, saberemos que, por meio da cooperação, será possível vencer obstáculos, pois o modelo cooperativo reforça a importância da união e da intercooperação para superar desafios coletivos. Por meio do trabalho conjunto, o cooperativismo não só acelera a recuperação econômica como também promove um desenvolvimento mais inclusivo e sustentável, mostrando sua relevância em tempos de crise.
Que possamos seguir conjugando o verbo cooperar no próximo ano porque ainda temos muito a fazer para a retomada do nosso Rio Grande do Sul. Este é o compromisso do cooperativismo: trabalhar juntos para criar um futuro melhor para todos.
Presidente da Central Sicredi Sul/Sudeste