Sair da zona de conforto para empreender, inovar e garantir investimentos, com concorrência, é uma das chaves para avançar no desenvolvimento da Região Sul do Estado. Quem aponta para este rumo é o médico Rafael Avancini. Presidente do Hospital Monporto, inaugurado no começo deste ano em Rio Grande, com um
investimento de R$ 150 milhões, ele foi um dos painelistas do
terceiro evento do Mapa Econômico do RS em 2024, realizado na Câmara do Comércio de Rio Grande no começo da noite desta terça-feira (17). E ele trata do tema com conhecimento do assunto.
"Quando começamos o investimento, imediatamente o sistema de saúde do município, que tem os hospitais Santa Casa e Universitário, além da estrutura da Unimed, também passou a receber melhorias. E isso é excelente para, ao invés de sermos inimigos de concorrentes, somarmos esforços. Foi uma oportunidade para tirarmos todos da zona de conforto", conta Avancini.
Com um corpo clínico de 228 médicos, o novo hospital tem entre os seus desafios reter na cidade os pacientes da região e tornar Rio Grande uma referência, incluindo a Campanha e a Fronteira Oeste. Até então, era mais comum o deslocamento de pacientes para outras regiões do Estado em busca de tratamento.
"Temos excelentes profissionais, temos um dos maiores PIBs do Estado, mas por que quando fico doente tenho que sair daqui? Não faz sentido. Então, quando investimos em saúde, estamos investindo na cidade e na autoestima das pessoas", avalia Avancini.
A ideia concretizada pelo Hospital Monporto exemplifica a descentralização que o médico acredita ser uma das formas eficientes de não ter a economia paralisada por eventos como as cheias de maio. "É preciso união de todos para entender que é preciso descentralizar os investimentos e potencializar as regiões. Porque, quando tudo está centralizado, por exemplo, na Região Metropolitana, um problema como a cheia paralisa todo o restante do Estado", observa.
E, assim como os eventos anteriores do
Mapa Econômico do RS, a necessidade de um aeroporto regional estruturado voltou ao debate. "Como pode, em uma planície e com a importância que temos aqui, entre Rio Grande e Pelotas, não termos um aeroporto?", questiona.