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Publicada em 17 de Agosto de 2025 às 00:25

Serra avança em inovação e se prepara para receber campus da Ufrgs

Instituto Hélice aposta na formação de talentos voltada à inovação

Instituto Hélice aposta na formação de talentos voltada à inovação

/Luis Bisol/Divulgação/JC
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Ana Stobbe
Ana Stobbe Repórter
Prestes a completar sete anos de atuação, o Instituto Hélice se consolida cada vez mais como um polo de inovação na Serra Gaúcha. Sediado em Caxias do Sul, ele possui atuação em toda a região, conectando empresas e universidades. Além disso, contribui para a formação de talentos a partir da Escola da Inovação, fundada em 2022.
Prestes a completar sete anos de atuação, o Instituto Hélice se consolida cada vez mais como um polo de inovação na Serra Gaúcha. Sediado em Caxias do Sul, ele possui atuação em toda a região, conectando empresas e universidades. Além disso, contribui para a formação de talentos a partir da Escola da Inovação, fundada em 2022.
“A necessidade de conexão entre universidades e empresas é uma demanda antiga e conseguimos aproximar cada vez mais isso. Precisamos gerar cada vez mais pontos de contato e entendimento entre esses mecanismos. Às vezes, vai ser por uma pesquisa. Outras, pelo desenvolvimento de patentes e propriedade intelectual, o que é destaque na Serra Gaúcha. Existe uma produção (de conhecimento), mas isso precisa estar dentro de uma práxis”, avalia a diretora-executiva do Instituto Hélice, Katherin Misura.
Contando com a Universidade de Caxias do Sul, a Uniftec e o Centro Universitário FSG no seu quadro de apoiadores, o Instituto tem estreitado relações com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), que irá instalar um campus em Caxias do Sul em breve e que cogita a possibilidade de expandir com um parque tecnológico futuramente. A previsão, conforme informado pela reitora Márcia Barbosa, é que as aulas iniciem já em março de 2026.
O campus caxiense da federal deverá ter seis cursos, incluindo as engenharias de Produção Mecânica, Agrícola e de Materiais e Manufatura, assim como Ciência de Dados, Administração e Pedagogia. Estão sendo negociados, ainda, os cursos de Psicologia e de Artes Cênicas. O Ministério da Educação (MEC) destinou R$ 60 milhões ao projeto, que ainda não tem local de instalação definido. Há três estruturas em avaliação, incluindo o Campus 8 da UCS.
Pensando nas conexões entre a academia e o mercado, o Instituto Hélice convidou o vice-reitor da Ufrgs, Pedro Costa, para discutir quais serão as características do curso de Administração. “Se teremos uma universidade formando novos talentos aqui na Serra, isso converge com uma demanda local. A instituição de ensino pode fazer o seu próprio planejamento, porque tem autonomia para isso, mas no momento em que ela busca conexão com as empresas locais para isso, é um golaço”, acrescenta Katherin.
Em entrevista ao Jornal do Comércio, a reitora da Ufrgs, Márcia Barbosa, garantiu que as escolhas têm sido orientadas pelas demandas locais. "Queremos muito trabalho dentro das fábricas, mão na massa, resolução dos problemas das empresas. Vamos ter estudantes com outro formato, estudante com turnos livres para trabalhar, um perfil montado para a região", afirmou. 
A demanda por mão de obra qualificada é um ponto crítico na região serrana. Principalmente, considerando que, embora tenha tido um alto crescimento demográfico de 2010 para 2022, anos em que foram realizados os últimos recenseamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), isso não acompanhou um mercado de trabalho aquecido.
O tema foi discutido durante evento do Mapa Econômico do RS em Garibaldi, realizado no dia 7 de agosto, quando os presentes citaram as instituições de ensino como fundamentais para sanar a lacuna entre postos de trabalho e empregabilidade. Um dos presentes a comentar a situação foi o sub-reitor da UCS em Bento Gonçalves, que pontuou o enfoque da universidade em cursos de tecnologia da informação pensando em suprir a demanda por mão de obra qualificada.
“Acho que aí se encontra a nossa primeira falta, que é a tecnologia, porque ela vai poder suprir essa necessidade onde há dificuldade de ocupação em algumas colocações. Em contrapartida, vamos precisar cada vez mais de talentos com alto conhecimento para poder fazer o que essas tecnologias não dão conta. Então, a oferta de cursos que qualifiquem outros setores é muito importante”, avalia Katherin.
Nesse sentido, a executiva destaca a relevância da tecnologia voltada à automatização de processos e que tem sido explorada pelo Instituto Hélice em um laboratório de inteligência artificial (IA) que começou a se reunir mensalmente ao longo do primeiro semestre de 2025. A partir dele, ela afirma que as empresas podem ser instruídas para apostarem nas tecnologias e na inovação da melhor maneira possível.
“É algo gradual que exige uma reestruturação das empresas, buscando uma estrutura organizacional nova. Tem a questão orçamentária, a governança para a tecnologia, a cibersegurança e o desenvolvimento dos membros ou da própria liderança empresarial para entender sobre essas tecnologias. Não basta sair apenas contratando e desenvolvendo, tem que fazer esse passo a passo estratégico”, acrescenta.

Universidades nas macrorregiões

  • Universidade de Caxias do Sul (UCS)
  • Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs)
  • Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG)
  • Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS)
  • Faculdades Integradas de Taquara (Faccat)
  • Uniftec

Cursos previstos para o novo campus da Ufrgs em Caxias do Sul

  • Engenharia de Produção Mecânica
  • Engenharia Agrícola
  • Engenharia de Materiais e Manufatura
  • Ciência de Dados
  • Administração
  • Pedagogia

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